domingo, 19 de janeiro de 2014

Eduardo Almeida Reis - Escrever nas teclas do celular é chatíssimo, demorado e complicado‏

Escrever nas teclas do celular é chatíssimo, demorado e complicado



Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 19/01/2014


Mensagens

Nos celulares comuns, portanto não inteligentes, se você aperta “menu” aparece no meio da tela cheia de frescuras um retângulo verde com um envelope amarelo no meio. Você torna a clicar e aparece “sua mensagem”, isto é, um espaço para você escrever. Escrita a mensagem, você clica “enviar” e aparece uma lista encimada por “contatos”, que são os nomes e números que você já tem na agenda do telefoninho, mas você também pode enviar a mensagem para outros números. Resumindo: parece que a providência é muito mais barata do que um telefonema normal. Ora, telefone, do inglês telephone ou do francês téléphone, vem do grego téle, que significa longe, ao longe, de longe, e deve ter sido inventado para falar de longe. Escrever nas teclas do celular é chatíssimo, demorado e complicado. Nos teclados do computador ou das velhas máquinas escrevo com alguma facilidade, não raras vezes milhares de palavras por dia. Hoje, por exemplo, são 11h37 e vou a caminho das 2 mil. Para mandar um recadinho de uma dúzia de palavras, via celular, levo um tempão. Não entendo como cavalheiros e damas bem de vida recorrem às mensagens escritas via celulares. Mais grave que isso: fico furioso.

Parentalha

Nosso belo Kim Jong-un, jovem líder da Coreia do Norte, não se contentou com a ordem para matar seu tio Jang Song-thaek e muitos assessores. Também mandou prender centenas de parentes e amigos de Song-thaek, a parentalha do finado segundo homem do regime. Enviados para os campos de trabalho forçado, vão comer a grama que o diabo amassou. O ditado fala em pão amassado pelo diabo, mas o pão norte-coreano anda escasso e o recurso à grama tem sido comum, enquanto a Coreia do Sul vai-se transformando num dos países mais prósperos. Veja o leitor que não escrevi “países do mundo”, por absoluto desconhecimento de países fora do nosso planeta. Mais que possível, é provável que existam, porque as estrelas, com os seus planetas, só em nossa galáxia se contam por bilhões. As estimativas variam de 200 bilhões a 500 bilhões de estrelas só na Via Láctea, uma galáxia entre bilhões. Circula na internet uma lista de coisas que nunca soubemos ou já nos esquecemos, e-mail interessantíssimo que recebi de um arquiteto amigo. Nele, aprendi que Yotta (Y) = 1024 = 1.000.000.000.000.000.000.000.000 é o tipo do número que se presta para os cálculos estelares. Aprendi, também, os 12 profetas do Antigo Testamento, nomes hoje comuns: Isaías, Jeremias, Jonas, Naum, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Abdias, Amos. Da lista consta ainda Habacuque. Confesso que nunca soube de um Habacuque de Oliveira – o melhor apelido seria Cuquinho –, mas vou ao Google e encontro mais que 1 milhão de entradas para Habacuque. É ou não é de cabo-de-esquadra?

Casamentos

Personagem do Eça, o desembargador Amado sonhava com um genro bacharel, temente a Deus, sem tísicos na família. Mudam-se os tempos e no Brasil de hoje, com a TB mais ou menos sob controle, bacharéis a montões e mais de 90% da população temente a Deus, ainda que muita gente iludida pelo pastor das toalhinhas, penso que outros sonhos se impõem. Futuro genro e futura nora devem ser Taxa Zero e wireless, dotados de no break na hora dos finalmentes. Nada pior do que os finalmentes brecados por falta de energia. E banda larga, ou, pelo menos, banda compatível, sem Bluetooth, por favor, que a trademark significa literalmente dentes azuis. Halitose é o diabo sob a forma de parceiro (a), enquanto a careca é perfeitamente natural e nunca foi defeito. Abgar Renault, calvo desde muito jovem, escreveu: “Todo mundo se acostuma com a calvície, salvo o seu proprietário”. Problema que deixou de existir no Brasil de hoje: basta requisitar um jato da FAB para implantar 10 mil fios no médico recifense. É fio à beça e à bessa.

O mundo é uma bola

19 de janeiro de 379: Teodósio I se torna imperador romano. Nascido Flavius Theodosius, dito O Grande, foi o último líder do Império Romano unido. Seu reinado é conhecido pelo Édito de Tessalônica, que institui o cristianismo como religião oficial do império. Casou-se duas vezes: com Élia Flacila e com Gala, três filhos com Élia, três com Gala. Era filho do conde Teodósio com Temância. Só de imaginar Temância aos berros encomendando Flavius Theodosius ao conde, numa noite quente de Cauca, atual Segóvia, Espanha, acho melhor parar por aqui. Em 1880, o Congresso espanhol vota a abolição da escravidão em Cuba, mas a democracia plena, sistema de liberdade absoluta, só chegaria à região com os irmãos Castro. Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, num só dia a RAF lança 2,3 mil toneladas de bombas sobre Berlim. Em 1951, inauguração da Rodovia Presidente Dutra. Em 1966, precedente perigoso: Indira Gandhi é eleita primeira-ministra da Índia, primeira mulher a ocupar o cargo. São decorridos 48 anos e os resultados aí estão até no futebol feminino. Em 840 nasceu Miguel III, o Ébrio, imperador bizantino. Foi assassinado aos 27 anos e sua história é tão complicada que não cabe neste espaço imaculado de nossa mídia.

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