quinta-feira, 31 de julho de 2014

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 31/07/2014



 (THC/Divulgação)

Tempo de batalhas


Autor dos livros 1942 – O Brasil e sua guerra quase desconhecida e A minha Segunda Guerra, o músico João Barone (foto) refez, na Itália, os passos da Força Expedicionária Brasileira durante a 2ª Guerra Mundial. O resultado é o que o canal History exibe hoje, às 23h, no documentário O caminho dos heróis, que faz parte da programação especial da emissora que marca o centenário do início da 1ª Guerra.

O chinês Sun Tzu fez
do conflito uma arte


Por falar em conflito, o clássico chinês A arte da guerra, escrito há 2,4 mil anos, é tema de um especial do canal Bio hoje, às 20h. O general, estrategista e filósofo chinês Sun Tzu foi o “Nostradamus da guerra”, e seu livro continua sendo uma obra de referência definitiva para aqueles que desejam vencer uma batalha. O documentário revela os detalhes mais importantes da obra, ilustrando seus ensinamentos com as principais batalhas do império romano, a Guerra Civil americana e a 2ª Guerra Mundial.

Genghis Khan também
adorava uma boa briga


Outro que gostava de uma guerra era Genghis Khan, o líder dos mongóis que comandou o mais vasto império governado por um único homem na Idade Média. Pois ele é o tema do documentário que o Futura exibe hoje, às 22h: Genghis Khan – O cavaleiro do apocalipse.

Documentário traça o
perfil de Jacques Lacan


Mudando radicalmente de assunto, o canal Curta! exibe esta noite, às 20h, o documentário Encontro com Lacan, que resgata o trabalho do famoso psicanalista e psiquiatra por meio de relatos de seus pacientes, alunos, amigos próximos e família. No NatGeo, às 20h45, Presa humana acompanha o estudioso da vida selvagem Gordon Buchanan numa expedição pela Tanzânia, para descobrir a razão do crescente número de ataques de leões a seres humanos na região.

Muitas alternativas na
programação de filmes


No pacotão de cinema, o destaque é a sessão Clube do filme, às 22h, na Cultura, com a exibição de Interlúdio de amor, dirigido por Clint Eastwood em 1973. Na mesma faixa das 22h, o assinante tem mais oito opções: O menino do pijama listrado, no Telecine Cult; Sem dor, sem ganho, no Telecine Pipoca; The Avengers – Os Vingadores, no Telecine Action; Ted, no Telecine Fun; Medo, na MGM; Marcado, no Max; Looper – Assassinos do futuro, no Max Prime; e Arte, amor e ilusão, no Glitz. Outras atrações da programação: Sharknado 2, às 20h, no Syfy; A casa de Alice, às 21h40, no Arte 1; O gângster, às 22h35, no Megapix; e Quarteto Fantástico, às 23h15, na Fox.


CARAS & BOCAS » De olho nos vídeos
Simone Castro



Lígia Mendes vai comandar novo programa na Band, que entra no ar a partir de domingo (SBT/Divulgação)
Lígia Mendes vai comandar novo programa na Band, que entra no ar a partir de domingo
A noite de domingo da Band vai ganhar nova atração a partir do domingo. O Top 20, que vai trazer um ranking de vídeos engraçados que são sucesso na internet, será comandado por Lígia Mendes, ex-estrela do SBT/Alterosa. Ela retorna à telinha depois de sua saída da emissora de Sílvio Santos, onde apresentava, até 2011, o Se ela dança, eu danço, e dividirá a bancada com André Vasco, outro ex-contratado do canal. O Top 20, que terá uma sessão de cassetadas, irá ao ar às 20h, antes do Pânico na Band. Pelo Twitter, Lígia Mendes comemorou a nova empreitada: “Domingão agora tem #top20band !!! Eu @andrevasco na Band... Uhuuuu!!! Tô contando as horas!!! #animada #feliz”.

RONALDINHO SAI E TORCIDA
QUER SUBSTITUTO PRA ONTEM


Ronaldinho Gaúcho já entrou para a história do Atlético e agora é página virada. Quem será substituto de R10? É a pergunta que não quer calar e agita a torcida do Galo. Enquanto isso, a bola rola e vem aí mais uma rodada do Campeonato Brasileiro. Acompanhe todos os lances no Alterosa esporte.

ATRIZ RENOVA CONTRATO E
SEGUE COM SÍLVIO SANTOS


Lívia Andrade, atriz e apresentadora, renovou contrato com o SBT. Uma das estrelas do quadro “Jogo dos pontinhos”, desde 2008 ela seguirá firme no Programa Sílvio Santos. Na emissora, onde faz parte do elenco desde os anos 1990, Lívia, que teve início no extinto programa Fantasia, também participou de A praça é nossa, SBT folia e do Arena SBT, além das novelas Vende-se um véu de noiva, Uma rosa com amor, Corações feridos, Chiquititas e Carrossel, no papel da professora vilã Suzana.

RODA VIVA TERÁ VERSÃO NO
CANAL PAGO MULTISHOW


O tradicional Roda viva, da TV Cultura, ganhará uma versão em tom de humor no canal Multishow (TV paga), segundo o site Na telinha. A semelhança, porém, ficará apenas no cenário, ao estilo arena, com um convidado ao centro debatendo temas da atualidade. A nova atração atenderá pelo nome de Queimando a roda, com Marcelo Marrom como mediador. Também participarão Victor Sarro, Rodrigo Capella e Pathy dos Reis. Com estreia em novembro, a primeira temporada contará com seis episódios. Entre os primeiros convidados já estão confirmadas as participações do cantor Falcão e do humorista Hélio de La Peña.

MELHORES DA REVISTA

O ator Mateus Solano e a novela Amor à vida (Globo) foram os grandes vitoriosos do 16º Prêmio Contigo! de Televisão, realizado segunda-feira no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Solano, que recebeu o troféu de Melhor ator das mãos do ator Thiago Fragoso, comemorou com o colega de elenco de Amor à vida, trama de Walcyr Carrasco, com quem seu personagem, Félix, formou par romântico. Fragoso, que levou o prêmio de Melhor ator coadjuvante, interpretou Niko. “Que delícia receber esse prêmio pelas mãos do Carneirinho”, brincou Solano. “Quero dividi-lo com os meus companheiros de elenco e direção. E, especialmente, as pessoas anônimas que fazem do Félix um fenômeno que ainda vive nas redes sociais”, disse. Os atores trocaram um selinho que levantou a plateia. Amor à vida ganhou em quase todas as categorias para as quais foi indicada, como a de Melhor novela. Já Em família (Globo), de Manoel Carlos, perdeu em todas. Confira a lista: Melhor novela (Amor à vida); Melhor autor de novela (Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, por Sangue bom/Globo); Melhor diretor de novela (Luiz Fernando Carvalho e Carlos Araújo, por Meu pedacinho de chão /Globo); Melhor ator de novela (Mateus Solano); Melhor atriz de novela (Vanessa Giácomo, por Amor à vida); Melhor ator coadjuvante de novela (Thiago Fragoso, por Amor à vida); Melhor atriz coadjuvante de novela (Elizabeth Savalla, por Amor à vida). Também foram premiados: Tomás Sampaio, Mel Maia, Amores roubados, Cauã Reymond, Fernanda Montenegro, Tatá Werneck, Dira Paes e Nathália Timberg.

VIVA
Em seus últimos capítulos, Meu pedacinho de chão (Globo) se confirma como uma grata surpresa em magia e renovação no campo das novelas.

VAIA
Definitivamente, Zeca Camargo e o Video show (Globo) não combinam. É nítida a inadequação do apresentador dentro do formato da atração. 

80 anos de suingue‏ - Ailton Magioli

80 anos de suingue
Cheio de projetos, João Donato ganha homenagens no Brasil e no exterior para celebrar as oito décadas dedicadas à música.


Ailton Magioli
Estado de Minas: 31/07/2014


 (Fotos: Cristina Granato/Divulgação)

Completar 80 anos em plena (e intensa) atividade é natural para João Donato, cujo aniversário, em 17 de agosto, vem sendo comemorado mundo afora. “É uma questão de fazer o que você gosta, que nem atleta que continua na ativa. Música não é obrigação, mas um prazer, mesmo porque não exige esforço muscular”, afirma o pianista, acordeonista, arranjador, compositor e cantor acreano. A comemoração vai incluir BH: de 8 de outubro a 26 de novembro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o projeto João Donato 80 + receberá convidados mineiros e de outros estados em encontros temáticos.

Com sua providencial biografia em execução, a cargo do jornalista carioca Antonio Carlos Miguel, João admite a necessidade de se disciplinar para produzir, mesmo porque já não comete “os exageros” da juventude. “É necessário controlar melhor a alimentação, o repouso. A gente vai mudando os hábitos”, observa o artista, adepto da noite para tocar e compor. “Já me habituei com ela, de dia prefiro descansar”, pondera. João costuma ficar acordado até as 5h e dorme até o meio-dia.

Pai do músico Donatinho, Jodel e Joana, ele não oculta o orgulho das crias, em especial do tecladista. “O jeito dele de tocar é igual ao meu. Parece aquela história de filho de peixe... Sou eu em uma versão nova”, diverte-se. Em vídeos, João observa até os movimentos físicos de Donatinho.

Para interpretar a sua música, João não esconde a preferência pelas cantoras. “Sempre gostei de Joyce, Gal Costa, Angela Ro Ro, Nana Caymmi”, lista, abrindo uma exceção no universo masculino: Emílio Santiago. Entre os colegas importantes para sua formação, faz questão de incluir o trombonista mineiro Edson Maciel ao lado de Tom Jobim, João Gilberto, Johnny Alf e Milton Banana, entre outros.

Talento da moderna música instrumental brasileira, o belo-horizontino Edson, assim como Donato, atuou no lendário Beco das Garrafas de Copacabana  nos anos 1950. “Era uma espécie de Clube da Esquina”, compara ele, lembrando o repertório preferido da turma, embalado pelo jazz de Gerry Mulligan, Stan Kenton, George Shearing, Horace Silver e Shorty Rogers.

Internacional Realizado desde janeiro, o show comemorativo passou pela Finlândia, França e Portugal. A agenda inclui Rússia e Suíça (ele será homenageado no Festival de Montreaux). Além de BH e São Paulo, Donato será tema de série para a TV (Canal Brasil), de exposição sensorial (a cargo de Ana Durães e Cláudio Fernandes) e de DVD com a Suíte sinfônica popular, especialmente composta por ele sob inspiração de Claude Debussy, Maurice Ravel e temas brasileiros.

O show de aniversário está marcado para 20 de agosto, no carioca Circo Voador, com a presença de Luiz Melodia, Caetano Veloso, BNegão, Wanda Sá, Leny Andrade, Donatinho, Kassin e Marcelinho da Lua. O lançamento de disco é duplo, com direito a estratégia inédita por aqui. Enquanto Volume I (Live jazz in Rio – O couro tá comendo) está à venda apenas nas lojas, o Volume II (Live Jazz in Rio – O bicho tá pegando) será comercializado exclusivamente nas apresentações do artista. Entre as novidades estão parcerias com Nelson Motta (Bolero digital), Moacyr Luz (Por aí ...), Paulo Moura (Na Barão de Mesquita) e o sobrinho dele, Gabriel Moura (Menina do cabelão). Além disso, Donato volta a seus clássicos compostos com Tom Jobim (Quando a lembrança me vem), Martinho da Vila (Gaiolas abertas e Suco de maracujá) e Gilberto Gil (Bananeira e Emoriô), entre outros.

"Já me habituei com a noite. De dia, prefiro descansar" - João Donato, cantor e compositor

JOÃO EM BH

>> 8 de outubro
Convidado: Toninho Horta
>> 15 de outubro
Convidada: Marina de La Riva
>> 5 de novembro
Convidados: Dibigode e Donatinho
>> 12 de novembro
Convidada: Aline Calixto
>> 19 de novembro 
Convidado: Thiago Delegado
>> 26 de novembro 
Convidada: Fernanda Takai

Sobram histórias...


Antônio Carlos Miguel - Jornalista e biógrafo

Mesmo que tenha muitos dados biográficos, situando os diversos momentos de sua vida, penso neste livro mais como uma panorâmica do trajeto musical de João Donato. É ainda a tentativa de decifrar o criador de uma obra que não para de encantar tanto novas audiências quanto jovens músicos e compositores. Gente arrebatada por um artista que conjuga lirismo, balanço, simplicidade e inovação em suas composições e na sua forma de tocar.

Ao surgir no início dos anos 1950 como um instrumentista de abordagem original, João Donato já mostrava uma certa estranheza. Ou uma forma diferente de lidar com o tempo e o cotidiano. No início de sua carreira, tal perfil causou alguns problemas, ele demorou a ser entendido, mas o tempo lhe fez justiça.

Para essa tarefa, procuro mapear suas origens e referências, apontando alguns dos ingredientes que o tornam um artista singular e inimitável. Recupero os muitos encontros (e desencontros) com um abrangente leque de intérpretes, instrumentistas, cantores, arranjadores e produtores através das últimas seis, sete décadas. Muitos desses colegas de viagem foram entrevistados, numa lista que inclui contemporâneos de Donato que morreram na última década, como Altamiro Carrilho, Johnny Alf, Paulo Moura, Bud Shank, Emílio Santiago e o amigo de adolescência Everardo Magalhães Castro.

Nos últimos cinco, seis anos também entrevistei João Donato (é claro, algumas vezes), seus familiares (incluindo a atual mulher, Ivone, e a americana Patricia, com quem viveu nos anos 1960), mais a irmã Eneyda e o irmão e letrista Lysias Ênio, filhos (Jodel, Donatinho e Joana), parceiros e intérpretes, incluindo Alaíde Costa, Gal Costa, Nana Caymmi, Marcos Valle, Roberto Menescal, Paulinho Lima, Joyce, Tommy Li Puma...

Material e histórias sobram, falta-me agora tempo (sempre ele) para finalizar o livro.

Eduardo Almeida Reis - Vergonha‏

Vergonha

Passei o último fim de semana apavorado com a previsão televisiva, que ameaçou os telespectadores com uma semana "gélada"no Sudeste

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 31/07/2014






Escrevo numa sexta-feira de inverno, às nove da matina, sol de fora. Temperatura mínima durante a noite dentro do apê, que é frio porque dá para a mata e os lagos de um seminário: 21ºC. Passei o último final de semana apavorado com a previsão televisiva daquela jornalista baiana, linda moça de sotaque horrível, casada com o dono da Friboi, que ameaçou os telespectadores com uma semana ‘gélada’ no Sudeste.

As previsões do tempo na tevê estão desmoralizando a meteorologia, estudo científico dos fenômenos atmosféricos, cuja análise permite a previsão do tempo: ciência complicada, mas séria. Por enquanto, é impossível fazer previsões num país do tamanho do Brasil. Portugal tem 90 mil km² e faz previsões para diversas áreas; Minas Gerais tem 586 mil km² (6,5 vezes a área de Portugal) e está “englobada” numa só previsão para todo o Sudeste brasileiro. Só pode ser piada.

Houve tempo em que a GloboNews consultava o Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, onde um técnico mostrava os mapas, as fotos dos satélites, e o telespectador tinha noção do que poderia esperar para as próximas horas. Como tudo que é bom dura pouco, aquele canal parou com as consultas, mas acabo de descobrir que posso consultar o Instituto pela internet. Vou ficar livre das ‘géladas’ da bela baiana.

Verdade

Sempre bem-informado, nosso Fontana citou matéria da Time: “...que desmente uma teoria sobre os males que o consumo de manteiga produz no ser humano, teoria que até agora nunca tinha sido contestada nem pelos médicos nem pela ala científica. O título da matéria, que aparece na primeira página, já é impactante. Diz o seguinte: “Coma manteiga! Cientistas rotularam a manteiga como inimiga. Por que eles estão errados.” Na continuação, a reportagem faz uma condenação da margarina.

Com todo o respeito pelos médicos, pelos cientistas e pela revista, a superioridade da manteiga de vaca sobre a indecorosa margarina é assunto que defendo na mídia impressa há meio século. Claro que manteiga, margarina, azeite, gordura de coco e banha de porco fazem mal. Alimentos orgânicos, agrotóxicos, exercícios, sedentarismo, tabaco, maconha, água poluída, água mineral – tudo faz mal e a explicação é óbvia: viver faz mal à saúde. No caso específico das margarinas, é preciso lembrar que são produzidas por empresas gigantescas, que têm imenso poder de fogo midiático. Comercial como aquele dos corações vermelhos, que entope os intervalos televisivos, deveria ser proibido por lei.

O caro, preclaro e assustadíssimo leitor de Time e do Estado de Minas bem pode imaginar a diferença entre o poder de fogo de uma empresa multinacional produtora de margarinas se comparado a uma fabriqueta, uma cooperativa que produz manteiga a partir de 100 litrinhos de leite comprados ali, mais 150 acolá. É comparar as torcidas do Atlético e do Cruzeiro, somadas, com a meia dúzia de torcedores do Boa.

Rapinagem

Circula na internet um vídeo em que jovem cavalheiro ensina como abrir a porta de um carro usando uma bola de tênis. Aparentemente simples, o processo consiste em fazer um furo de cerca de um centímetro na bola, encostar a parte furada ao buraco da porta trancada à chave e pressionar a bola, buraco contra buraco. No vídeo, a porta abriu e o vosso philosopho, antes de continuar falando de roubos e furtos, admite que usou o sinal de crase em “à chave” sem muita convicção. Depois que me disseram que educação a distância não tem crase, fiquei muito desconfiado e me lembrei da lição de Abgar Renault: “Em matéria de linguagem, quem não desconfia está perdido”.

No capítulo dos roubos e dos furtos, continuo fascinado pela subtração das vigas da Perimetral, cada uma pesando 40 toneladas de aço especial suposto de durar 300 anos. Uma coisa é roubar milhões de dólares da Petrobras através de transferências bancárias em paraísos fiscais. Outra, muito diferente, é roubar peças de aço de 40 toneladas, no centro de uma cidade, subtração que exige guindastes e carretas especiais. Transcorridos nove meses, ouvidas dezenas de pessoas, ninguém sabe, ninguém viu. Leiloadas, outras 384 vigas renderam R$ 4,7 milhões. O leitor, que sabe matemática, pode calcular o valor de cada uma e multiplicar por 4, para obter o valor das peças roubadas.

O mundo é uma bola

31 de julho de 904: Salônica, a segunda maior cidade do Império Bizantino, é conquistada pelos corsários sarracenos liderados por Leão de Trípoli e saqueada nos 10 dias seguintes. Que se pode esperar dos sarracenos, povo nômade pré-islâmico, que habitava os desertos situados entre a Síria e a Arábia?

Em 1769, alvará que cria em Lisboa uma fábrica de cartas de jogar, pertença do monarca, que não era bobo de deixar por conta dos outros a instalação de uma fábrica lucrativa. Em 2006, depois de 46 anos no poder, o comandante Fidel Castro transfere o cargo de presidente de Cuba a seu irmão Raúl Castro, sem que a brilhante administração da “única democracia das Américas” (sic) sofra solução de continuidade.

Ruminanças

“Um país governado por um déspota é um cone invertido” (Samuel Johnson, 1709-1784).

Descoberta de sítio arqueológico em Matozinhos vai revelar pré-história mineira

Povo de Luzia desvendado

 Descoberta de esqueletos sepultados em matozinhos há 11 mil anos, quando viveu a mulher considerada a mais antiga do país, joga luz sobre pré-história mineira

Pedro Ferreira
Estado de Minas: 31/07/2014


Esqueletos tiveram rituais sofisticados de sepultamento (PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS)
Esqueletos tiveram rituais sofisticados de sepultamento
 Mais um passo gigante foi dado para desvendar os costumes de povos mineiros pré-históricos. Pesquisadores encontraram no sítio arqueológico Lapa do Santo, em Matozinhos, na Grande BH, dois esqueletos sepultados há 10,8 mil anos, 600 anos depois de Luzia, cujo crânio de 11,4 mil anos foi descoberto em 1975, em Lagoa Santa, na mesma região, considerado o fóssil humano mais antigo com datação no Brasil. Trata-se de um sepultamento duplo de um homem e de uma mulher entre e 50 e 60 anos, considerados idosos para os padrões da época, pelo desgaste dos dentes, artrose nas articulações e crescimento ósseo nas vértebras lombares.

Desde 2001, cerca de 40 pesquisadores de diversas áreas trabalham no local, coordenados pelo antropólogo paulista André Strauss, do Instituto Max Planck, da Alemanha. Com esse achado, já são 38 esqueletos em 13 anos de trabalho. O sítio fica próximo a Lagoa Santa, berço da espeleologia brasileira, explorada pelo cientista dinamarquês Peter Lund no século 19 e outros estudiosos do século passado. Na região, está a gruta Lapa Vermelha, onde Luzia foi encontrada há 39 anos. O rosto dela foi reconstituído em 1998 e está exposto no Museu Nacional, no Rio de Janeiro (RJ).

Do sítio Lapa do Santo saiu o terceiro esqueleto mais antigo do Brasil e um dos mais antigos da América, segundo o antropólogo. A diferença agora é a tecnologia avançada. “Nunca houve uma escavação com tecnologia e detalhamento como na Lapa do Santo. É a mais tecnológica do Brasil, com computadores e sistema integrado de gerenciamento de escavação”, afirma Strauss. O interesse arqueológico surgiu em 2001. “Um sítio arqueológico virgem, intacto. A maioria da região já foi explorada por equipes anteriores”, conta o pesquisador.

O trabalho é importante para estudar rituais funerários da época do povo de Luzia, que vai de 12 mil a 8 mil anos atrás “Os rituais na Lapa do Santo eram muito sofisticados. Não eram elaborados através de acompanhamentos, como potes de ouro, mas através da manipulação do corpo do falecido”, disse o pesquisador. Há um caso de uma criança que teve a calota craniana removida e usada como espécie de urna funerária, pintada de vermelho. A caixa óssea guardava cerca de 80 dentes humanos, muitos deles de crianças, de, no mínimo, cinco pessoas. “A minha ideia é que eles guardavam os dentes por um período para lembrar os seus mortos e em algum momento faziam o ritual enterrando-os. Acredito que seja relacionado ao mesmo grupo. Não interpreto como dentes de inimigos”, afirma.

Outro costume era amputar as extremidades dos ossos longos dos mortos. “Ninguém sabe e nunca saberá o motivo. A gente está tentando contar a história do povo de Luzia. Essa ideia de que eles eram homogêneos não é verdade. Eram grupos dinâmicos com transformações culturais ao longo do tempo. Gente que chegava de fora. Não é o homem nem o povo de Luzia. São os povos de Lagoa Santa”, avalia Strauss. Segundo ele, nos primeiros tempos da ocupação, não foram achados sepultamentos humanos. Os abrigos, que são as cavernas, passaram a ser usados para enterrar  os mortos pelo menos 1,5 mil a 2 mil anos mais tarde.

Minas há 11 mil anos Além de sepultamentos sofisticados, pesquisadores acham ossos de animais consumidos e outros objetos que indicam como era a vida pré-histórica. Fósseis são analisados no exterior

Pedro Ferreira


Antropólogo paulista André Strauss coordena equipe de pesquisadores que faz escavações na região de Matozinhos desde 2001 (Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Antropólogo paulista André Strauss coordena equipe de pesquisadores que faz escavações na região de Matozinhos desde 2001
 Todo o material coletado nas escavações do sítio arqueológico Lapa do Santo, em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é enviado para os Estados Unidos para análise. Já o DNA nos ossos é feito na Alemanha. É possível saber, inclusive, se as pessoas que viveram há 10,8 mil anos usavam plantas medicinais e saber outros costumes da época.

A terra retirada das escavações é peneirada por um biólogo marinho em uma área externa. Entre o material arqueológico, estão várias conchas, que comprovam que a região já esteve no fundo o mar. “Encontramos carvão e ossos dos animais que os povos antigos consumiam, como veados e porcos-do-mato. Tudo é guardado”, informou o antropólogo paulista André Strauss, coordenador dos trabalhos em Matozinhos.

O antropólogo e cirurgião dentista Rodrigo Elias Oliveira é um dos principais exumadores de sepultamentos arqueológicos do mundo e percebe até “bico de papagaio” nos esqueletos. A mandíbula da ossada encontrada há algumas semanas mostra que a mulher perdeu os dentes ainda em vida, indica o pesquisador. “Há reabsorção óssea, o que também é sugestivo de idade”, afirmou.

O pesquisador Andersen Liryo, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coletava ontem sedimentos da cavidade abdominal e região pélvica dos esqueletos para análises paleoparasitológicas, trabalho feito por dois pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde também são feitos exames de DNA.

“É como se fosse um exame de fezes nos ossos de uma pessoa que viveu há milhares de anos. Não encontramos fezes preservadas. Elas se desfazem, mas parte dos ovos deles acabam sendo preservados”, disse Andersen. “É possível saber o tipo de alimentos e até com que animais mantinham contatos. Alguns parasitas têm, em seu ciclo de evolução, que passar obrigatoriamente por outros animais, não só pelo humano e pela terra”, afirma o pesquisador. Um dos resultados anteriores detectou presença de um ovo de ascaris lumbricoides, mas há suspeita de contaminação da área de pesquisa, que já foi usada como curral no passado.

Esqueletos do casal de idosos descobertos no sítio foram enterrados juntos (Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Esqueletos do casal de idosos descobertos no sítio foram enterrados juntos
 Todo o esqueleto é remontado em laboratório. Rodrigo já remontou um crânio encontrado fragmentado em mais de 50 peças. Juntou tudo como um quebra-cabeça, trabalho que pode demorar até seis meses.

 O crânio da mulher idosa foi retirado ontem também estava fragmentado e será refeito por Rodrigo. Sobre ele estava o joelho do homem, e a mão dela ficava sobre o joelho dele. Como era costume da época colocar blocos de pedra sobre os corpos, segundo os pesquisadores, o crânio feminino foi pressionado e quebrou. “Talvez eles usassem as pedras como uma espécie de lápide ou para evidenciar onde estavam sepultados”, acredita André.

PROFUNDIDADE Os dois esqueletos foram encontrados a mais de um metro de profundidade. Os pesquisadores ficam atentos onde pisam para não causar desmoronamento das bordas das escavações. Quanto mais profunda a descoberta, mais antiga é a história. “É como se a gente fatiasse um bolo para estudar as suas camadas de terra. Estudamos a datação dos carvões e a profundidade do sepultamento. Tudo é importante para saber a idade dos esqueletos”, afirma Rodrigo Oliveira.

Os pesquisadores usam pincéis para retirar a terra do entorno dos esqueletos. A delicadeza é a mesma de um pintor retocando sua tela, e aos poucos vai revelando um passado de milhares de anos. Essa etapa da escavação levou 14 semanas. Foram descobertos 12 esqueletos em um espaço de 12 metros quadrados. André acredita que existam sepultamentos mais profundos. Sua expectativa é chegar a esqueletos pleistocênicos, acima de 12 mil anos, ou seja, antepassados de “Luzia”. Em uma pedra no chão do abrigo, próximo ao local da escavação, foram achadas várias gravuras semelhantes ao que chamam de “taradinho”, um desenho encontrado na Lapa do Santo, em 2009, e que ganhou esse nome pelo falo avantajado.

Descoberta de conchas comprova que a região era oceano há milhões de anos (Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Descoberta de conchas comprova que a região era oceano há milhões de anos

Caverna é um tesouro arqueológico

Desde 2001, pelo menos 100 pessoas, entre pesquisadores e leigos, visitaram a Lapa do Santo, que fica em uma área de preservação ambiental (APA) dentro de uma propriedade particular. O acesso é controlado pelo dono da fazenda e é preciso da permissão para entrar. Ele prefere manter segredo do tesouro arqueológico em suas terras para garantir o sossego. No grupo de visitantes, existem estudiosos do mundo inteiro. De vez em quando, André Strauss leva moradores da região e faz palestras no local para informá-los sobre o que vem sendo achado e a importância dessas descobertas para a história da humanidade.

A entrada da caverna lembra uma catedral foi esculpida pelo tempo. Um ambiente sagrado para a ciência em rochas formadas há 600 milhões de anos. O nome Lapa do Santo vem de um dos espeleotemas, que são formações rochosas que pendem do teto da caverna e que tem o aspecto demoníaco, o “tinhoso”, como preferem dizer. “Demos o nome Lapa do Santo ao sítio para neutralizar a influência maligna do tinhoso”, brinca Strauss.

Agora, depois de 14 semanas de escavação, os pesquisadores arrumam as malas e se preparam para voltar para casa no próximo sábado. Antes, devolvem a terra para o buraco da escavação. Fica tudo preservado para a próxima etapa do trabalho, que só deve ocorrer em 2016.


LINHA DO TEMPO

Descobertas arqueológicas começaram em minas na primeira metade do século 19

1801
Nasce em Copenhague, na Dinamarca, Peter W. Lund, que viveu 46 anos na região de Lagoa Santa e é considerado o pai da paleontologia, arqueologia e espeleologia brasileiras

1832
Lund faz as primeiras descobertas de fósseis em cavernas e abrigos de Lagoa Santa

1845
O cientista envia ao rei da Dinamarca a coleção de fósseis encontrados na região de Lagoa Santa

1880
Lund morre em Lagoa Santa

Década de 1950
Pesquisadores da Academia Mineira de Ciências e do Museu Nacional do Rio de Janeiro retomam as escavações na região

1974
Missão franco-brasileira, chefiada por Annette Laming Emperaire (1917-1977), faz escavações até 1976 em Lagoa Santa

1975
Annette Laming encontra na Lapa Vermelha IV o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo com datação no Brasil

1998
Antropólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo, estuda e data em 11,4 mil anos o crânio de Luzia

2010
Em maio, governos de Minas e Dinamarca fecham acordo para cessão, em comodato, de 300 fósseis para exposição permanente em Lagoa Santa

Patrimônio ameaçado

Quem vai responder pela acuidade das ações de restauração no que tange a esculturas, relevos, pinturas e bens artísticos integrados?

Estado de Minas: 31/07/2014



Em 2013, houve o veto presidencial ao Projeto de Lei nº 370/2007, que tratava da regulamentação do exercício da profissão de Conservador-restaurador. A justificativa do veto se deu nos seguintes termos: “Ouvidos, os ministérios da Justiça, da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e a Advocacia-Geral da União manifestaram-se pelo veto ao projeto de lei conforme as seguintes razões: o projeto de lei viola o disposto no art. 5º, inciso XIII da Constituição, que assegura o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, cabendo a imposição de restrições apenas quando houver risco de dano à sociedade, o que não ocorre no exercício das atividades de conservador-restaurador”.

Tal justificativa incide em dois erros primordiais: não ouvir quem institucionalmente responde pela preservação do patrimônio, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e o Ministério da Cultura; não compreender que a destruição do patrimônio cultural de um povo e sua consequente perda de identidade e memória é um risco social.

Para que serve a cultura material do passado? Quais as consequências da destruição do patrimônio cultural, histórico e artístico brasileiro? “País rico é país sem pobreza” poderia ser repensado pelo viés “País rico é país com cultura, educação e memória”?

O paradoxo do veto se instala em um contexto específico: o governo Lula promoveu a abertura de novos cursos de graduação em conservação-restauração, da qual o Curso de Conservação-Restauração de Bens Culturais Móveis da Escola de Belas Artes da UFMG foi o primeiro. O governo atual incentivou a abertura no Programa Nacional de Ensino Técnico (Pronatec) da formação técnica na área de conservação-restauração. Qual o destino dos profissionais formados nesses cursos em um contexto de não reconhecimento profissional? Como um governo que aprova a abertura desses cursos desqualifica a profissão?

Por sua vez, dois dias após o veto, foi anunciado R$ 1,9 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o Programa de Apoio às Cidades Históricas. Como destinar esses recursos sem um conselho fiscalizador e sem a avaliação da capacitação dos profissionais e dos projetos? Quem vai responder pela acuidade das ações de restauração no que tange a esculturas, relevos, pinturas e bens artísticos integrados (forros, retábulos, pinturas parietais e azulejaria)? Arquitetos e engenheiros estão habilitados com relação aos bens imóveis. E as obras artísticas?

É imprescindível compreender que o início do século 21 proporcionou as bases para uma nova relação do conservador-restaurador no âmbito de sua atuação. Nesse contexto, a habilidade técnica e a ciência criam relações indissociáveis; há também uma expertise e uma experiência que devem ser consideradas. Assim, exposta aos olhos críticos da sociedade, toda ação de restauração e conservação deve ser amplamente amparada pelos sistemas de conhecimento, pelas instâncias normativas e por uma formação especializada.

O trabalho científico da preservação não se leva a cabo em um vazio político. As decisões concernentes à dotação de recursos e à conservação das propriedades culturais implicam em considerações políticas e legais. Um maior apoio político à preservação de bens culturais dependerá de uma maior consciência pública de sua necessidade, incluindo o reconhecimento profissional dos agentes de preservação.

Giulio Carlo Argan, historiador da arte italiano, afirma que “os objetos e as obras de arte, numa sociedade cuja estrutura cultural não seja mais a história – como corre o risco de acontecer com a sociedade atual –, são fragmentos de um passado não mais relacionável ao presente”. Sem essa relação, perdemos nossa identidade. A destruição do patrimônio cultural é, portanto, matéria de risco de dano à sociedade em seus níveis mais profundos.

Democracia por decreto

Democracia por decreto 
 
Medida que cria conselhos populares atropela a Constituição

Sebastião Ventura Pereira da Paixão Jr.
Advogado e especialista do Instituto Millenium
Estado de Minas: 31/07/2014


Vivemos um perigoso tempo de progressivo falseamento moral da democracia. Sem qualquer escrúpulo, a mentira vem sendo acintosamente utilizada por intoleráveis pautas de dominação do poder. O desrespeito às instituições republicanas foi tão abusado que chegou às raias do impensável; com o famigerado mensalão, o pus da corrupção tocou a dignidade do Congresso Nacional, agredido por um plano nefasto de compra de consciências políticas venais ou simples inconsciências baratas. E, assim, passo a passo, a verdade democrática vai sendo transformada em uma tacanha mentira de governo.

Nesse contexto nebuloso, não é de estranhar a vinda ao mundo de um tal Decreto 8.243/14, que procura instituir uma desviante Política Nacional de Participação Social (PNPS) e um sugestivo Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), criando novos arranjos e conselhos na administração pública federal. O problema é que o referido decreto, como quem não quer nada, quer muito; quer tanto que acaba querendo o que não pode, incorrendo em clara e inequívoca inconstitucionalidade.

Objetivamente, o Decreto 8.243/14 fere o artigo 48, XI, da Constituição Federal, que previu a criação de órgãos da administração pública como uma das competências primordiais do Congresso Nacional. No caso, aliás, por envolver complexa alteração do paradigma de participação democrática da sociedade brasileira, o trabalho parlamentar, além de necessário, é cogente e intransferível. Por consequência, o apontado decreto acaba por igualmente violar o princípio da separação de poderes, na medida em que o Executivo invadiu competências que não são suas, mas do Parlamento. E o que pertence politicamente ao Congresso está fora da alçada de ambição dos eventuais inquilinos do Planalto. Tal situação, frisa-se, está longe de significar que a Presidência da República ficaria de mãos atadas em seus desideratos governamentais. Ora, querendo implementar a sobredita medida política, a ilustríssima primeira mandatária da Nação poderia e deveria ter usado a iniciativa legislativa prevista no art. 61 da Constituição, apresentando o correspondente projeto de lei para deliberação do Congresso. Esse é o caminho democrático possível, nos exatos termos da legalidade vigente. Resta claro, portanto, que a opção escolhida pelo governo é juridicamente imperfeita.

Assim sendo, caberá ao Congresso Nacional fazer valer a prerrogativa do art. 49, V, da Constituição e, ato contínuo, sustar o exorbitante e inconstitucional Decreto 8.243/14. Por certo, o governo não irá gostar da deliberação congressual. Mas, então, que não goste e aprenda, de uma vez por todas, que democracia não se faz por decreto! Os verdadeiros democratas cumprem as regras do jogo, enaltecem o alto papel político do Parlamento e respeitam as soberanas decisões do Poder Judiciário. De tudo, fica o conselho para o Planalto baixar um pouco o salto, passando a conferir a devida dignidade política às instituições republicanas. A democracia agradece; a Constituição também. 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

MARTHA MEDEIROS - Uma pequena joia

Zero Hora - 30/07/2014

Não sei se é de família ou hábito apenas da minha mãe, só sei que, entre nós, qualquer preciosidade é chamada de joia. Pergunto para minha mãe sobre um filme ou sobre um lugar que ela conheceu, e se ela responde que é bonito é porque é bonito, se responde que é interessante é porque é interessante, mas quando ela diz “é uma joia”, logo me sento e me disponho a ouvir os detalhes. E ela não diz joia referindo-se àquela gíria que não se usa mais. Se ela diz que é uma joia, é algo especial, em que se deve prestar atenção. E se ela diz: “É uma pequena joia”, aí é porque a coisa é grandiosa mesmo. Em casa sempre rezamos pela cartilha do “menos é mais”, preferindo as pequenas joias em detrimento das ostentosas. Um discreto ponto de luz, um brilhante comedido, algo que reina sem pompa, o clássico que não se pavoneia, a elegância que não é extravagante: isso.

Quem já leu o italiano Alessandro Baricco sabe que ele se adapta bem à descrição de valor que fiz acima. Já havia lido dois ótimos livros dele e recentemente estive com o terceiro em mãos, que se chama Mr. Gwin. Um livro com um nome próprio como título é sempre um enigma. Quem seria Mr. Gwin? O que faz? Qual o seu conflito? Para que time torce? Por que devo parar minha vida rotineira e apressada para dedicar algumas horas a esse fulano?

Mr. Gwin é realmente um fulano até que se abra a primeira página, mas Alessandro Baricco é autor respeitado. Então, mais em consideração ao prestígio do autor do que àquele ilustre Mr. Gwin desconhecido, abri o livro.

Quando terminei, pensei nela. Já sabia como recomendá-lo: mãe, é uma pequena joia.

Autêntico, poético, magistralmente bem escrito. Curto, sintético, nenhuma palavra falta, nenhuma palavra sobra. Original sem ser exibicionista, contido sem ser humilde.

Uma história meio estranha, mas daquelas estranhezas que se infiltram na alma, que fazem a gente perder a insistência de buscar realidades comprovadas: a troco de quê devemos acreditar apenas naquilo que já vimos antes? Qualquer história é uma história, e é a ela que o livro presta reverência, mais do que aos personagens, ainda que eles brilhem também.

É uma pequena joia porque é pequena no tamanho, mas comove por sua literatura tão bem lapidada. Porque não é um livro como tantos, tem uma singularidade que o destaca. Ou talvez seja uma pequena joia apenas porque gostei dele, mesmo que ninguém mais goste – aquilo de que gostamos é sempre significativo a despeito do que pensem os outros.

Pode ser que você não encontre nada de relevante em Mr. Gwin, caso aventure-se a lê-lo. O que para mim foi percebido como uma pequena joia talvez lhe pareça uma grande porcaria. Assim é a vida, povoada por opiniões diversas. Mas que ao menos essa conversa toda tenha feito você questionar o que significa uma pequena joia em seu próprio conceito. Porque, entre tantas bugigangas que nos cercam, temos o dever de eleger algumas raridades.

TeVê

tv paga
Estado de Minas: 30/07/2014


 (Comedy Central/Divulgação )

Comédia em pé

Em uma quarta-feira repleta de boas novidades, um dos destaques de hoje é a estreia da segunda temporada de República do stand-up, às 23h, no Comedy Central. Comandado por Murilo Gun (foto), o programa reúne humoristas de todos as regiões do Brasil em breves apresentações em um palco. Entre os convidados, Fábio Rabin, Leo Lins, Patrick Maia, Diogo Portugal, Marco Zenni e Fabiano Cambota.

Canal Brasil homenageia
mestre Ariano Suassuna

O Canal Brasil presta homenagem hoje ao escritor e poeta Ariano Suassuna, morto na última quarta-feira, aos 87 anos, exibindo, às 21h, a palestra “A mulher do piolho”, na qual ele fala sobre a valorização da cultura brasileira. Às 21h35, vai ao ar a entrevista que Suassuna concedeu ao programa Sangue latino, e às 22h é a vez de O auto da compadecida, filme baseado em sua obra homônima. No Arte 1, às 20h30, outro grande nome da cultura popular, o compositor Paulo Vanzolini (1924–2013), é o personagem do documentário Um homem de moral, dirigido por Ricardo Dias. Na Cultura, às 23h30, o Entrelinhas lembra o escritor e dramaturgo Manoel Carlos Karam, morto em 2007.

Documentário investiga
a possível fuga de Hitler

O marco do centenário do início da 1ª Guerra Mundial justifica a produção de documentários dos canais History e Bio. Na primeira emissora serão exibidos os dois últimos episódios da série Guerras mundiais, às 22h. No mesmo horário, o Bio apresenta A fuga de Hitler, que aponta a Argentina como refúgio de Adolf Hitler depois de simular seu suicídio ao fim da 2ª Guerra.

NGC seleciona episódios
das séries mais populares

Ainda no segmento dos documentários, às 20h45, no National Geographic Channel, o tema varia um pouco no bloco Top NatGeo, que emenda episódios das séries documentais Helicópteros de guerra (“Operação Talibã”), Serviço Secreto (“Dólares falsos” e “A segurança da ONU”), Trabalho sujo e Férias na prisão (“Refém no Iraque”). Por f alar em série, o Film&Arts exibe hoje, às 20h, o episódio final da minissérie Collision.

O amor é tema recorrente
em três atrações do Curta!

A faixa A vida é Curta! reúne mais três curtas que falam de um mesmo tema, no caso os relacionamentos amorosos e suas possibilidades. O primeiro é Julie, agosto, setembro, de Jarleo Barbosa, seguido de O pulso, de José Pedro Goulart, e Na sua companhia, de Marcelo Caetano. No canal Curta!, às 20h.

Arte 1 exibe filme palestino
vencedor do Globo de Ouro

Em mais um dia sem grandes estreias, a programação de filmes continua se salvando com algumas oportunas reprises, como a do ganhador do Globo de Ouro Paradise now, do palestino Hany Abu-Assad às 22h, no Arte 1. No mesmo horário, o assinante tem mais seis opções: O grande Gatsby, na HBO; Percy Jackson e o Mar de Monstros, no Telecine Pipoca; Intocáveis, no Telecine Touch; Meu pior pesadelo, no Max HD; O amor custa caro, no MGM; e A coisa, no Space. Outras atrações do pacote de cinema: Cabra-cega, às 21h, no Curta!; Sin City – A cidade do pecado, às 21h05, no Universal Channel; e Cemitério maldito 2, às 22h30, no FX.

CARAS E BOCAS » A QUERIDINHA



Depois de roubar a cena como a vilã Cora na primeira fase de Império (Globo), a atriz Marjorie Estiano já conquistou o autor Aguinaldo Silva. Pérfida e ardilosa, a personagem detonou a vida da irmã, Eliane, interpretada na juventude por Vanessa Giácomo, e a impediu de ser feliz ao lado do homem que amava, José Alfredo, personagem de Chay Suede. A interpretação de Marjorie foi aplaudida pelos telespectadores e, mais ainda, pelo criador da malévola Cora. Tanto é que Silva já reservou a atriz para estrelar sua série Doctor Pri. Nas redes sociais, ele declarou: “Se algum dia Doctor Pri for produzida, já sei que atriz eu quero para viver a protagonista: é Marjorie Estiano e tenho dito.” Há alguns meses, a série, que foi engavetada na emissora, teria a atriz Glória Pires no papel da doutora Priscila. Em março, os atores já estavam fazendo a leitura dos roteiros quando a atração foi cancelada. Glória teria desistido do papel para aceitar viver uma das protagonistas de Babilônia, de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Existe uma expectativa de que Doctor Pri possa estrear em 2016.

MÃE E FILHO SE REÚNEM
DEPOIS DE MUITOS ANOS

No Jornal da Alterosa – 1ª edição desta quarta-feira veja reportagem que mostra emocionante reencontro de mãe e filho separados há anos. O jovem personagem, ainda pequeno, foi levado de casa pelo pai. Depois que ficou maior de idade, saiu do Nordeste para vir atrás da mãe, em Minas Gerais, e acabou perdido. Passou a morar na rua, como mendigo, até ser ajudado por uma alma caridosa. Não perca! A primeira edição do Jornal da Alterosa é logo depois do
Alterosa esporte.

WAGNER MOURA E OS
GÊMEOS NO TRIP TV

O ator Wagner Moura e os irmãos grafiteiros Os Gêmeos são convidados do Trip TV desta quinta-feira, logo depois do Jornal da noite, na Band. Ele relembra a infância pobre na Bahia, fala sobre sua experiência em Hollywood e em cima do palco, no lugar de Renato Russo, à frente da banda Legião Urbana. Os Gêmeos, um dos nomes mais importantes e reconhecidos da arte contemporânea brasileira, relembra momentos que marcaram a história da cultura hip-hop na cidade e explica como o grafite pode funcionar como válvula de escape. Confira, ainda, um bate-papo com a cantora norte-americana Cláudia Lennear. Entre outros assuntos, ela fala de sua relação com o ícone do rock and roll mundial Mick Jagger: “Éramos ótimos amigos,
digamos assim”.

O REBU ESTREIA COM
SUCESSO EM PORTUGAL

Estreou anteontem, em Portugal, pelo canal SIC, parceiro da Globo, a novela O rebu. A trama, remake de George Moura e Sérgio Goldemberg, foi lançada às 23h30 e dividiu espaço com Salve Jorge, de Glória Perez, que está na reta final. O rebu registrou média de 9,3 pontos e foi o terceiro mais alto da grade da emissora, atrás de Amor à vida, de Walcyr Carrasco, e da produção local, Sol de inverno. Em família, de Manoel Carlos, também é exibida por lá, às 19h, e também, como foi aqui, vem repetindo baixo desempenho, marcando em torno de 5,6 pontos. Os índices são de análise do instituto GfK.

ATOR CRITICA COLEGA
PROTAGONISTA DE SÉRIE

Em entrevista ao site The Hollywood reporter, Freddie Prinze Jr. falou mal de Kiefer Sutherland, intérprete de Jack Bouer, protagonista da série 24 horas. Para o ator, trabalharem juntos foi “terrível”. “Odiei cada momento. Kiefer foi o cara mais antiprofissional do mundo. Não estou falando besteira, eu diria isso na cara dele. Acho que todos que trabalharam com ele já disseram isso”, afirmou Freddie, que afirmou, ainda, que sua participação na série o fez pensar em deixar o mundo do entretenimento. Segundo Freddie, que interpretou o personagem Cole Ortiz na oitava temporada, Kiefer exigia que ele tirasse os sapatos durante as cenas dos dois juntos para disfarçar sua altura. 


DROGAS PROIBIDAS

O Conexão repórter desta quarta-feira, às 23h15, no SBT/Alterosa, traz o documentário especial Músculos proibidos. Em uma investigação realizada durante vários meses, Roberto Cabrini mostra os bastidores de parte das academias, onde a compulsão pelo corpo perfeito leva jovens ao uso de drogas proibidas. O programa traz também a história de um viciado em esteroides anabolizantes, revelando a autodestruição, a vaidade sem limites e os esquemas clandestinos para se conseguir substâncias de uso restrito. Mais: câmeras escondidas revelam os riscos diários dessa prática.


VIVA

Em breve participação, a atriz Malu Galli deixou sua marca como a sofrida Eliane em  Império.

VAIA

Mas, poucas tramas se sustentam com um personagem só. Mesmo sendo Cora, de Drica Moraes.

Outro sertão Céu de Luiz, livro de fotografias de Tiago Santana

Outro sertão 
 
Céu de Luiz, livro de fotografias de Tiago Santana inspirado em Gonzagão, revela a riqueza humana, a cultura forte e a sabedoria do povo que vive no semiárido brasileiro 
 
Walter Sebastião
Estado de Minas: 30/07/2014


Fotografias de  Tiago Santana, no livro Céu de Luiz, fogem do estereótipo da seca e da pobreza da região nordestina (Tiago Santana/Divulgação)
Fotografias de Tiago Santana, no livro Céu de Luiz, fogem do estereótipo da seca e da pobreza da região nordestina


O fotógrafo cearense Tiago Santana, de 38 anos, nasceu em Crato, divisa com Pernambuco. Lugar que, explica, pela riqueza cultural e humana, é quase uma síntese do Nordeste brasileiro. Ouviu desde a infância as músicas do cantor e compositor Luiz Gonzaga, também nascido na região e que tem na área fonte de inspiração. “Imaginei, então, uma interpretação visual livre do universo de Gonzaga, o sertão”, conta Santana. Ele se refere ao livro Céu de Luiz, com fotografias feitas por ele e texto do jornalista Adaúlio Dantas, que será lançado hoje no projeto Foto em pauta, às 19h30, no Oi Futuro, com projeção das fotos e bate-papo.
“Priorizei na seleção imagens que tivessem força, com algum mistério, mais simbólicas, que contassem uma história”, explica Tiago Santana. “Vou além do documental clássico”, avisa, observando que são fotos que se abrem para o imaginário, o subjetivo e o emocional. Criou fotos que rompem com olhar que só vê seca, pobreza e inferno no sertão. “É uma visão rasteira. Temos riqueza humana, cultura forte, muita sabedoria, fruto da vivência no semiárido”, afirma. São imagens em preto e branco, feitas com negativo, “que estouram um pouco o fotômetro”, para mostrar “o drama que a luz traz” e reforçar os traços humanos, acrescenta.

Céu de Luiz é o quarto título dedicado ao Nordeste. Ele lançou: Benditos (2001), Chão de Graciliano (2003) e O sertão dentro de mim (2011), que abarcam desde consideração sobre os romeiros de Juazeiro do Norte até reverência ao poeta Patativa do Assaré, passando por tradução visual do universo do autor de Vidas secas.

“O livro é uma história em quatro capítulos sobre esse lugar onde nasci, que me talhou como ser humano e fotógrafo”, conta. O motivo é recorrente, mas houve transformações na forma de abordá-lo: “As primeiras fotos foram feitas bem de perto, coladas no rosto, sentindo o cheiro da pessoa. Hoje, tenho usado linguagem panorâmica para ampliar espaços intensos, silenciosos, que existem junto das pessoas”, observa. O uso do negativo vem de encanto pelo processo e paixão por laboratório. “É como fazer papel artesanal. Não uso porque teria qualidade melhor, mas por implicar outro tempo de trabalho, alargado, como é o do sertão”, observa.

Perfil Tiago Santana é cearense, tem 47 anos, fotografa desde 1989. Ele credita a dedicação à fotografia, primeiro, “à riqueza visual” do lugar onde nasceu. Foi com o pai, fotógrafo e cineasta amador, que tomou contato com a prática. E com a engenharia, curso que começou, mas não concluiu, depois de se envolver com a Semana Nacional de Fotografia, realizada na universidade. “Descobri que fotografia era mais do que câmera, hobby, como pensava. Ela é campo de conhecimento, reflexão, mundo maior inclusive do que a minha vida. E se tornou minha forma de superar a timidez, de falar da minha história sem usar palavras”, explica.

O fotografo criou e mantém, há 15 anos, a Editora Tempo de Imagem, com cerca de 40 títulos lançados, todos sobre fotografia, sejam edição de imagens ou de texto. “Livro, para mim, é o lugar onde a fotografia se pereniza, ganha outros mundos, vai para a casa das pessoas, para as bibliotecas, oferecendo ao observador possibilidade de mergulhar no realizado”, defende Tiago Santana. “Considero exposições espaços virtuais necessários, mas o livro é incomparável no que se refere ao alcance perceptivo”, acrescenta.

A atenção, no momento, está voltada para recuperação e pesquisa do acervo de Leocádio Ferreira, fotógrafo cearense dos anos 1950, já falecido. Material que se tornará livro e exposição. A primeira mostra de Tiago Santana foi O chão de Graciliano, de 2003, no Sesc Pompeia (SP). Trabalho que, transformado em livro, recebeu, em 2006, o Prêmio ConradoWessel de Fotografia. É do cearense o volume Sertão, da coleção francesa Photo Poche. As imagens do fotógrafo estão ainda nos livros Mar de luz; Brasil, bom de bola; Acts of Faith: Contemporary brazilian photography, editado por Elizabeth Edwar e publicado pelo Pitt Rivers Museum University of Oxford, em conjunto com Brasil Connects.


FOTO EM PAUTA
Lançamento do livro Céu de Luiz com projeção de fotos e bate-papo com o autor, Tiago Santana. Hoje, às 19h30. Oi Futuro, Avenida Afonso Pena, 4.001, térreo, Mangabeiras, (31) 3229-3131. Entrada franca. 

"Hilda é eterna!" - Ana Clara Brant

"Hilda é eterna!" 
 
A novelista Gloria Perez se comove com a história, revelada pelo EM, da mulher que inspirou a personagem de Hilda Furacão. Para ela, o mito se mantém devido ao fascinante poder feminino

Ana Clara Brant
Estado de Minas: 30/07/2014


Responsável pelo sucesso de Hilda Furacão na TV, Gloria Perez torce para mais histórias surgirem (Raphael Dias/TV Globo)
Responsável pelo sucesso de Hilda Furacão na TV, Gloria Perez torce para mais histórias surgirem

A história de Hilda Maia Valentim, de 83 anos, descoberta pelo Estado de Minas em um asilo na capital argentina, emocionou a novelista Gloria Perez, que assinou a adaptação televisiva do romance Hilda Furacão, escrito pelo mineiro Roberto Drummond. Viúva do jogador de futebol Paulo Valentim, Hilda Maia foi uma das fontes de inspiração da personagem interpretada por Ana Paula Arósio na minissérie exibida pela TV Globo em 1998.

Gloria Perez se diz “curiosíssima” a respeito da história de Hilda Maia. A autora fala com carinho da época em que a minissérie foi produzida, com várias cenas gravadas em BH, e de suas conversas com Roberto Drummond, que morreu há 12 anos. “Eu me comovi muito ao me lembrar dele, em quanto ele ia se emocionar com esse reencontro”, afirma a novelista. “Bateu aquela saudade do amigo, dos tempos de produção da série e dos longos papos. Ele contava as histórias da zona boêmia e de suas personagens de modo a me transportar para aquele mundo que não conheci, mas que tinha a missão de transcrever para as câmeras”, comenta ela.

Gloria sempre teve a curiosidade em saber o que ocorrera a Hilda depois de deixar o Maravilhoso Hotel. Moça bem-nascida, elegante e frequentadora do Minas Tênis Clube, a personagem de Roberto Drummond trocou sua vida de conforto por um quarto na zona boêmia da BH dos anos 1950. “Que bom que vocês a encontraram! Comovente a trajetória dela. Pelo que li na matéria, Hilda vai render ainda muitos e muitos capítulos”, destacou a autora, que no momento se dedica à série policial Dupla identidade, cuja estreia está prevista para a segunda quinzena de setembro na TV Globo.

Encanto Para Gloria Perez, o grande encanto que Hilda Furacão ainda exerce no público vem do fato de ser uma personagem mítica, que simboliza o fascínio e a idealização do poder feminino. “Hilda não tem data: é eterna”, resume.
A autora admite que pensou em adaptar outros livros de Roberto Drummond para a televisão. De acordo com ela, o mineiro era um grande contador de histórias, atento observador do comportamento humano. “Seus romances são habitados por tipos que a gente não esquece. Gosto do olhar curioso dele sobre a vida, da maneira perspicaz e bem-humorada como conta as mazelas da sociedade”, elogia Gloria.

Domingo, o EM publicou a reportagem “Outono de um mito” revelando o drama de Hilda Maia, que deixou a zona boêmia de BH para se casar com Paulo Valentim, craque do Atlético e ídolo do Boca Juniors, em Buenos Aires. Depois da vida de luxos na Argentina, onde nasceu Ulisses, filho do casal, Paulo fracassou nos estádios – bebedeiras e o jogo aniquilaram sua carreira. O jogador morreu em 1984 e Hilda passou a depender de Ulisses, que faleceu em 2013. Desamparada, ela foi acolhida pelo governo portenho e mora no asilo Hogar Dr. Guillermo Rawson, na capital argentina.

Gloria Perez, ainda no domingo, compartilhou a reportagem no Twitter, ressaltando que Roberto Drummond adoraria a novidade revelada pelo EM. “Vocês nem imaginam quantas Hilda Furacão apareceram quando a série passou! Até a Lady Francisco cismou que era ela”, escreveu a novelista em seu post.


z OBRAS completas de
Roberto Drummond

A morte de DJ em Paris
O dia em que Ernest Hemingway morreu crucificado
Sangue de Coca-Cola
Quando fui morto em Cuba
Hitler manda lembranças
Ontem à noite era sexta-feira
Hilda Furacão
Inês é morta
O homem que subornou a morte e outras histórias
O cheiro de Deus
Dia de São Nunca à tarde
Os mortos não dançam valsa
O Estripador da Rua G
Uma paixão em preto e branco
(publicação póstuma com crônicas sobre o Clube Atlético Mineiro)

Reedições à vista

Ivan Drummond


Ana Paula Arósio grava cenas da minissérie em Belo Horizonte (Françoise Imbroise/EM - 27/1/98  )
Ana Paula Arósio grava cenas da minissérie em Belo Horizonte


O romance Hilda Furacão, de Roberto Drummond, é campeão de vendas: cerca de 200 mil exemplares foram comercializados desde o lançamento, em 1991. Atualmente, os direitos pertencem à Geração Editorial, que imprimiu 5 mil livros em junho, devido à adoção do romance para concurso.
Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, informa que 1,9 mil exemplares foram comercializados apenas em Belo Horizonte. O número de volumes reimpressos pode aumentar. “A tiragem depende dos pedidos feitos pelas livrarias. Como a história floresceu, muito provavelmente vamos fazer nova edição, pois têm nos chegado informações de que Hilda Furacão está esgotando”, revela.

A Geração Editorial detém os direitos sobre a maioria dos livros de Roberto Drummond. “Estou tentando a aquisição de três títulos em poder da Objetiva: O cheiro de Deus, A morte de DJ em Paris e Os mortos não dançam valsa. Os outros já estão conosco”, informa Emediato.

Em janeiro, ele pretende relançar Hitler manda lembranças e Ontem à noite era sexta-feira. “Cada edição terá 5 mil exemplares”, antecipa.

O editor e jornalista fala com carinho do amigo. “Certa vez, nós fomos a Vinhedo, no Rio Grande do Sul, para uma palestra sobre Hilda Furacão. Roberto ficou fascinado com o fato de todos os estudantes terem lido o livro. Faziam uma série de perguntas, sempre sobre a existência de Hilda. Ele alegava que a história era real, mas rodeava, não respondia. Contava várias passagens da personagem, mas não dizia se eram verdade ou não”, relembra.

A palestra para os gaúchos ocorreu um mês antes da morte do autor, em junho de 2002. “Recebi a notícia como uma bomba. Grande escritor, Roberto nos faz muita falta. Sua obra é fantástica.” Emediato pretende adquirir os direitos sobre todos os livros de Drummond para lançar a obra completa do mineiro. “Um dos maiores nomes da literatura brasileira, ele merece ser tratado como tal”, conclui.

Um brilho no escuro

Um brilho no escuro 
 
Dia a dia de mãe acometida pelo Alzheimer e a filha, contado em rede social, tem mais de 3 milhões de acessos. Avanços da medicina permitem melhor qualidade de vida a pacientes

Luciane Evans
Estado de Minas: 30/07/2014


Em vez de colocar a mãe num asilo, Ana Heloísa optou por enfrentar a doença a seu lado. Apesar de não a reconhecer mais, Anna Izabel recebe com alegria seus cuidados e seu carinho (Leandro Couri/EM/D.A Press  )
Em vez de colocar a mãe num asilo, Ana Heloísa optou por enfrentar a doença a seu lado. Apesar de não a reconhecer mais, Anna Izabel recebe com alegria seus cuidados e seu carinho

Ela exercitava a mente, compondo e lendo poesias. Tinha celular, alimentação saudável, era ativa e, até os 82 anos, andava de ônibus por Belo Horizonte. Mas um dia, em um dos seus caminhos de rotina, Anna Izabel Arnaut perdeu o rumo, desceu três pontos depois do seu destino final. Por sorte, um casal a ajudou a voltar para casa. Foi aí que a filha Ana Heloísa a levou a um neurologista: “Sua mãe vai lhe dar trabalho. É bom colocá-la em um lar para idosos”, decretou o médico. Indignada, Ana Heloísa procurou, então, um neurocientista, que, depois de fazer avaliação clínica e exames neurológicos, lhe deu o diagnóstico. Anna Izabel sofria da doença de Alzheimer (DA), mal que acomete mais de 1,2 milhão de brasileiros e ainda é uma incógnita na medicina.


  Em 22 de junho deste ano, depois mais de uma década convivendo com os avanços gradativos da enfermidade da sua mãe, Ana Heloísa resolveu contar o dia a dia desse desafio nas redes sociais. Ela criou a página no Facebook, Alzheimer, Minha mãe tem, e posta diariamente vídeos e casos sobre Anna Izabel, mostrando, inclusive, o que tem dado certo e errado no tratamento dela, além dos casos curiosos e engraçados entre as duas. A senhora não reconhece mais a filha e até isso é contado na rede com muito bom humor e respeito. Em menos de um mês, a página já alcançou mais de 3 milhões de acessos por pessoas do mundo inteiro, há mais de 135 mil internautas que acompanham as notícias e são muitos os comentários e mensagens. O que mais chama atenção de quem segue essa rotina pelo meio virtual é o carinho das duas. “Realmente, não esperava esse alcance todo. Tem pessoas de todos os cantos do mundo que me procuram. Percebi que há muitos passando pelos mesmos problemas”, comenta Ana Heloísa.


De acordo com o neurologista, pesquisador, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenador do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas da UFMG Paulo Caramelli, a DA é uma doença frequente e um problema de saúde pública. Em 2009, ele conta que a equipe da Faculdade de Medicina da UFMG voltada para o assunto analisou os vários estudos brasileiros e latino- americanos sobre a doença e foi constatado que 7,1% daqueles com 65 anos ou mais sofriam de alguma demência. “Destes, menos da metade ou dois terços tinham o Alzheimer. Hoje, estima-se que haja mais de 1 milhão de pessoas no Brasil com esse diagnóstico. É um problema real e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em duas décadas haja um aumento maior no número de casos, principalmente, nos países em desenvolvimento, onde a população está envelhecendo”, diz.


A Associação Brasileira de Alzheimer alerta que a incidência da doença na população idosa praticamente dobra a cada 20 anos. A previsão é de que haja 65,7 milhões em 2030 e a 115,4 milhões em 2050 no mundo. Atualmente, 58% da população com Alzheimer encontram-se nos países desenvolvidos; percentual que atingirá os 72% em 2050. Para o especialista, o Alzheimer, o câncer e a Aids são os males de hoje e do futuro. A doença segundo o médico tem três fases. “Na primeira, a pessoa sofre o processo degenerativo cerebral, mas não há nenhum sintoma. Na segunda fase, há  sinais de esquecimento, mas nada que prejudique a autonomia. terceira, há as alterações que começam a prejudicar a vida.”


DIAGNÓSTICO Quanto mais cedo se diagnostica o mal, mais lento é o progresso da doença. É o caso da Anna Izabel. Segundo sua filha, na avaliação clínica feita pelo neurocientista, Anna acertou todas as perguntas que avaliam se a pessoa tem consciência sobre a data do dia do teste, o que comeu, quantos anos tem, entre outras. “É uma doença silenciosa, começa assintomática e vai se desenvolvendo. Quando há o diagnóstico, já se passaram uns 10 anos, então o tratamento fica limitado”, comenta Caramelli.


O primeiro sinal de que algo não vai bem na mente, segundo o especialista, é a alteração mais frequente da memória. “Falhas eventuais são normais e fazem parte do envelhecimento. Mas quando isso afeta a autonomia é um sinal. Geralmente, são fatos recentes, como, receber um recado e esquecer qual foi, ou, ouvir uma história e pouco tempo depois esquecê-la”, exemplifica, comentando que a doença é mais comum acima dos 65 anos, mas há uma pequena parcela para qual a enfermidade aparece antes dos 50. “O diagnóstico, geralmente, é clínico. É feita uma entrevista com a família ou com quem convive com o paciente. Depois, são feitas perguntas ao paciente para avaliar linguagem e orientação de tempo e espaço. Com base nas respostas, é possível saber se há uma alteração na função ou não. Podem-se fazer exames complementares, como sangue, tomografia, ressonância magnética para excluir outras doenças. Nenhum deles define a doença de Alzheimer”, explica.
´É justamente em busca de um diagnóstico mais preciso e precoce que a medicina se debruça. “Muitas pesquisas hoje investigam os biomarcadores, substâncias que se acumulam no cérebro ou no sangue, que são típicas do Alzheimer. Isso abre a esperança de detectar mais rápido a doença”, aposta.


Amor é o remédio Até o momento, não existe cura para a DA. Os avanços da medicina permitem que os pacientes tenham sobrevida maior e qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença. As pesquisas têm progredido na compreensão dos mecanismos que causam a doença e no desenvolvimento das drogas para o tratamento. Os objetivos dos tratamentos são aliviar os sintomas, estabilizando-os ou, ao menos, permitindo que boa parte dos pacientes tenha progressão mais lenta da doença, conseguindo manter-se independentes nas atividades diárias por mais tempo. Acredita-se que parte dos sintomas da doença decorra de alterações em uma substância presente no cérebro, a acetilcolina, que se encontra reduzida em pacientes com Alzheimer, por isso um tipo de tratamento prevê medicações que inibem a degradação dessa substância.
 “A doença em minha mãe progrediu lentamente, justamente por causa da medicação que ela toma, que conseguiu retardar os avanços do Alzheimer”, comenta Ana Heloísa, dizendo que, atualmente, sua mãe já não a reconhece, tem dificuldades para andar e falar. Ela conta com a ajuda de duas cuidadoras, e diz que o amor e o carinho são os melhores remédios para o paciente. O médico Paulo Caramelli diz que, é fundamental, como prevenção, a atividade física, boa alimentação e motivação intelectual constante. “Essas atividades podem retardar o aparecimento do Alzheimer. Conviver em um ambiente acolhedor, contribui para o paciente ter qualidade de vida”, conclui. 

Crianças vítimas de violência tem gene ligado ao amadurecimento alterado

Marcas genéticas dos maus-tratos - Vilhena Soares

Estado de Minas: 30/07/2014


Crianças vítimas de violência física sofrem alterações em gene ligado ao amadurecimento físico e emocional, segundo estudo americano

 (Anderson Araújo/CB/D.A Press)

Além da dor e das lembranças desagradáveis, sofrer violência física durante a infância pode ter implicações genéticas. Um novo estudo conduzido por cientistas da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, comprova a ocorrência de alterações no DNA de crianças que sofreram maus-tratos. O grupo também identificou que essa mutação interfere na metilação — processo responsável pelo desenvolvimentos de nervos —, prejudicando o desenvolvimento físico e emocional de indivíduos. O trabalho pode ajudar a esclarecer suspeitas sobre a origem de problemas fisiológicos em jovens e adultos e auxiliar na busca de tratamentos para complicações causadas por traumas sofridos no início da vida.

Os cientistas partiram do resultado de outros trabalhos científicos indicando que crianças vítimas de agressões físicas, abuso sexual e negligência são mais propensas a desenvolver problemas de humor, ansiedade e distúrbios agressivos. Também usaram como base um experimento semelhante feito com ratos. “Nós queríamos saber se o efeito também era constatado em humanos”, explica Seth Pollak, professor de psicologia e pediatria da Universidade de Wisconsin e autor principal do estudo.

Participaram da pesquisa 54 crianças, com idades entre 11 e 14 anos, sendo que metade tinha sido abusada fisicamente. Ao comparar o DNA de ambos os grupos, os cientistas de Wiscosin constataram que as maltratadas tinham aumentado o processo de metilação, um dos vários mecanismos bioquímicos usados pelas células para o controle da expressão de genes.

A alteração foi constatada em vários locais do gene receptor de glicocorticoides, também conhecido como NR3C1, repetindo o resultado do estudo feito com ratos. Segundo os autores do trabalho, essa alteração pode acarretar em problemas físicos e emocionais no organismo humano. “Essas crianças têm dificuldade no regulador de estresse e emoções negativas do cérebro. No sangue, possuem mais dificuldade em lutar contra doenças”, explica Pollak.

Interruptor Roberto Giugliani, chefe do Serviço de Genética Médica do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, explica que a metilação é um dos processos mais importantes relacionados ao DNA. Ela funciona como um interruptor, desligando e ligando genes. “É por conta disso que alterações nessa região podem gerar problemas como o mostrado nesse experimento. Essas alterações são tão importantes de se entender que, quando um paciente tem câncer, é necessário analisar as que surgiram no tecido doente para melhor tratar o problema”, exemplifica.

A alteração genética identificada nos ratos afetou o eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal (HPA). Interrupções nesse sistema, segundo cientistas, podem explicar por que é tão difícil para as pessoas regular as emoções e os níveis de estresse. “Essa ligação entre o estresse precoce e mudanças em genes pode nos ajudar a descobrir como as experiências da primeira infância ficam sob a pele e oferecem risco ao longo da vida”, observa Pollak.

O cientista acredita que os resultados obtidos, além de dar mais validade a teorias já levantadas sobre problemas causados pelo abuso físico na infância, podem ter uma aplicação clínica. “Agora, temos uma maneira de entender como a experiência da primeira infância permanece com um indivíduo ao longo de muitas décadas. Isso deve nos permitir pensar em novos tratamentos que podem reverter esses efeitos”, acredita.


Geneticista do Laboratório Pasteur, Gustavo Guida também acredita que a identificação do gene causador de problemas emocionais e físicos pode ajudar em tratamentos voltados a pessoas vítimas de abusos. “No momento em que você tem um marcador biológico do que aconteceu e sabe identificar a alteração de maneira precisa, você passa a ter a possibilidade de buscar alvos para manipular a situação.” O desenvolvimento de uma droga que provoque esse efeito é cogitado pelo especialista. “Você pode ter alguma substância que venha a suprir a desregularização. É um alvo para uma pesquisa básica que pode desenvolver uma nova linha de medicamentos”, completa.
Guida ressalta ainda que a alteração na metilação mostrada pelos cientistas da instituição norte-americana causa problemas até em outros sistemas do organismo, como o mecanismo de ganho de peso. “Temos o caso de um outro estudo, ainda não validado, que mostra que, dependendo de como foi o ganho de peso da avó, o neto tem um padrão diferente de desenvolvimento do peso. É um assunto mais controverso, mas sabemos também que, se a pessoa sofre desnutrição no período inicial de vida, ela tem uma tendência maior a uma desregulação metabólica futura”, detalha.

Futurologia fajuta - Eduardo Almeida Reis‏

Futurologia fajuta
 
Em 1985, não mais existirão pessoas obesas (Institute for the Future, 1974)

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 30/07/2014






Recebi de poderoso e afamado industrial mineiro esta lista de Equívocos Históricos, que compartilho com o leitor do Estado de Minas. “Viagens de trem em altas velocidades não são possíveis; os passageiros, impedidos de respirar, morreriam de asfixia” (Dionysius Lardner, 1823). “No ano 2000 não existirão mais C, X ou Q no alfabeto usado no cotidiano” (Ladies Home Journal, dezembro de 1990). “Em 1985, não mais existirão pessoas obesas” (Institute for the Future, 1974). “As casas voarão [em 2000]... Virá o tempo em que comunidades inteiras migrarão para o Sul no inverno, ou mudarão para novas terras, sempre que sentirem vontade de mudar de cenário” (Arthur C. Clarke, Vogue, 1966). “Por volta de 1960, o trabalho será limitado a três horas por dia” (John Langdon-Davies em A Short History of the Future, 1936). “Os raios-X são uma fraude” (Lord Kelvin, físico inglês, 1900).

“A bomba nunca vai funcionar e falo isto como especialista em explosivos” (Almirante William Daniel Leahy, conselheiro do presidente Trumam para Assuntos Nucleares, 1945). “A clonagem de mamíferos é biologicamente impossível” (James McGrath e Davor Solter, biólogos, em artigo na Science, 1984). “Não teremos artrite em 2000” (Dr. William Clark, 1966). “A teoria dos germes de Louis Pasteur é uma ficção ridícula” (Pierre Pachet, professor de Fisiologia em Toulouse, 1872).

“No futuro, os computadores não pesarão mais que 1,5 tonelada” (Popular Mechanics, 1949). “Penso que há talvez no mundo um mercado para cinco computadores” (Thomas Watson, presidente da IBM, 1943). “Viajei por todos os lados neste país e posso assegurar-lhes que o processamento de dados é uma ilusão que não perdura até o fim do ano” (Do editor encarregado de livros técnicos da Prentice Hall, 1957). “Não há qualquer razão para que alguém queira ter um computador em casa” (Ken Olson, presidente e fundador da Digital Equipment Corp., 1977). “Este tal telefone tem inconvenientes demais para ser seriamente considerado um meio de comunicação. Esta geringonça não tem nenhum valor para nós” (Memorando interno da Western Union, 1876).

“A caixa de música sem fio não tem nenhum valor comercial imaginável. Quem pagaria para ouvir uma mensagem enviada a ninguém em particular?” (Sócios de David Sarnoff em resposta a sua consulta urgente sobre investimentos em rádio nos anos 20). “Quem se interessaria em ouvir atores falando?” (H. M. Warner, Warner Brothers, no auge do cinema mudo, 1927). “Máquinas mais pesadas do que o ar são impossíveis” (Lord Kelvin, presidente da Royal Society, 1895). “O professor Goddard não conhece a relação entre a ação e reação e a necessidade de ter algo melhor do que o vácuo contra o qual reagir. Ele parece não ter o conhecimento básico ensinado diariamente em nossas escolas secundárias” (Editorial do New York Times a respeito do estudo revolucionário de Robert Goddard sobre os foguetes, 1921).

 “Broca para petróleo? Você quer dizer furar o chão para encontrar petróleo? Você está louco!” (Operários que Edwin L. Drake tentou contratar para o seu projeto de prospecção de petróleo em 1859). “Aviões são brinquedos interessantes, mas sem nenhum valor militar” (Marechal Ferdinand Foch, professor de estratégia na École Supérieure de Guerre, Paris).

O mundo é uma bola

30 de julho de 752: fundação de Bagdá, capital do Iraque e da província de Bagdá. Hoje com 7,5 milhões de habitantes, é a maior cidade iraquiana e a segunda maior cidade do Sudoeste asiático depois de Teerã. Situa-se às margens do Rio Tigre, que a divide em duas partes: a metade oriental conhecida como Rusafa e a metade ocidental, Karkh, terreno plano resultante de aluvião devido às longas e periódicas inundações do rio.

Clima quente e árido (BWH de Köppen), uma das cidades mais quentes do mundo. No verão, de junho a agosto, a temperatura média é de 32ºC, sol abrasador e chuvas praticamente inexistentes. Durante o dia, as temperaturas podem alcançar 50 graus à sombra, umidade relativa muito baixa. No inverno as temperaturas são suaves, não sendo raro que desçam a menos de zero grau.

Chuvas médias anuais de 140mm, com registros máximos de 575mm e mínimos de 23mm. É de espantar que alguém more por lá e a população da Grande Bagdá chega a 9 milhões de pessoas, sem falar das guerras, das bombas e da ameaça do califado, prova provada de que a espécie humana, seja bagdali, brasileira ou norte-americana, sem esquecer a norueguesa e a congolesa, não tem solução.

Em 1766, carta régia que proíbe no Brasil os ourives, fiadores de ouro e as indústrias de sedas e algodões tecidos. Em 1792, uma música escrita sob encomenda por Claude Joseph Rouget de Lisle se torna popular quando as tropas voluntárias cantam-na durante a marcha de Marselha para Paris. Chamada Marselhesa, a canção passa a ser o símbolo da revolução e é escolhida como hino nacional da França. Karim Mostafa Benzema, pronúncia benzemá, atacante do Real Madrid, se recusa a cantar o hino quando atua pela Seleção Francesa. Fosse treinador daquela seleção, um philosopho conhecido nosso mandaria dar uma coça no goleador.

Ruminanças

“Os jesuítas têm todos os tormentos da ambição, sem lhe ter os prazeres” (Voltaire, 1694-1778).

O ensino pelo exemplo - Joísa de Abreu

Combate ao bullying na escola começa pela educação de valores como o respeito e a tolerância e passa pela postura dos professores


Joísa de Abreu

Estado de Minas: 30/07/2014



Recentemente, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou proposta que obriga todas as escolas brasileiras a realizar campanhas anuais contra o bullying. Essa aprovação traz à tona toda a discussão que envolve o assunto, especialmente sobre a responsabilidade da escola e da família e as implicações para todos aqueles que nele estão envolvidos: agressor, vítima, pais e familiares, professores e colegas. Do ponto de vista legal, toda iniciativa normativa é bem-vinda e qualquer estratégia destinada a promover a tolerância, incentivar o respeito mútuo e a combater estigmas e preconceitos deve ser aplaudida. Faz-se necessário, entretanto, refletirmos com mais cuidado sobre a questão.

O bullying, por definição, é toda e qualquer atitude agressiva, intencional e repetida, que ocorre sem motivação evidente e é adotada por um ou mais estudantes contra outro, causando dor e angústia, sendo executada dentro de uma relação desigual de poder. Apesar das pesquisas sobre bullying terem ganhado destaque a partir dos anos 1990, ou seja, recentemente, o fenômeno da agressividade na escola é quase tão antigo quanto a própria escola. Daí alguns educadores e pais subestimarem as queixas de alunos e filhos e não adotarem atitudes para inibir condutas inadequadas.

Sabe-se que a escola é espaço privilegiado de convivência. É nele que se reúnem pessoas com a mesma faixa etária e na mesma fase do desenvolvimento, partilhando direitos e deveres. Ainda na primeira infância, crianças aprendem a viver em grupo, dividir a atenção do outro e interesses comuns. Com o passar dos anos, o desafio da convivência se amplia e habilidades interpessoais precisam ser ainda mais desenvolvidas. Nessas circunstâncias, a vivência de conflitos entre os pares é corriqueira. Como já dizia a educadora Madalena Freire, um grupo se constrói na cumplicidade do riso, da raiva, do choro, do medo, do ódio, da felicidade e do prazer. Já a atitude extrema do bullying foge por completo dos conflitos usuais descritos anteriormente. A pergunta que se faz é: como lidar com essa situação?

O projeto de lei que torna obrigatória a realização de campanha antibullying nas escolas de todo o país tem como objetivo prevenir e combater essa prática e esclarecer os aspectos legais e éticos que a envolvem, além de conscientizar sobre suas causas e consequências. Essa é uma iniciativa louvável, já que a falta de informação pode agravar uma prática nefasta e prejudicial. Entretanto, ainda é preciso fazer mais. Não adianta criar leis se, no dia a dia da escola, não se ensina alteridade, empatia e compaixão. Não me refiro ao ensino acadêmico ou meramente conceitual desses valores, mas sim ao ensino através do exemplo. De nada adianta definir o bullying, caracterizar seus atores (vítima e agressor), listar suas causas e consequências, se, por exemplo, professores assistem impassíveis a estudantes humilharem uns aos outros com apelidos aparentemente “inofensivos”. É preciso transformar a escola em um ambiente, do ponto de vista socioemocional, seguro para os alunos. Diante disso, o desafio que se impõe às instituições educativas está no “como fazer”.

A alternativa está na realização de um amplo projeto de formação para educação em valores, que transforme as pessoas e suas relações. Ensinar respeito e tolerância, desenvolver a habilidade de resiliência diante de situações adversas, estimular ações solidárias e cultivar a gentileza são atitudes que devem se tornar corriqueiras na escola. Diz-se que “as palavras movem, mas os exemplos arrastam”. Cabe aos educadores, mais do que ensinar, ser, eles próprios, agentes de transformação da educação que se dá por meio do exemplo.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Escolha suas “armas”

EM 10 ANOS, A REVISTA TÊNIS já avaliou inúmeras raquetes, cordas e bolas. A cada edição, sempre buscamos testar modelos emblemáticos e especialmente lançamentos de mercado para mostrar a vocês, leitores, do que esses equipamentos são capazes. Agora, ao completar 11 anos, decidimos realizar, pela primeira vez, nosso Guia de Raquetes. Para isso, avaliamos 27 raquetes de seis marcas diferentes, sendo que todos os modelos estão presentes no mercado brasileiro.
Para realizar essa tarefa, editor e subeditor da revista, Arnaldo Grizzo e Matheus Martins Fontes, passaram horas e horas em quadra, testando cada uma delas, analisando minuciosamente cada detalhe, cada batida, cada voleio, cada saque. Em um trabalho que levou alguns meses, conseguimos reunir as informações e, muito além de dizer se uma raquete é boa ou ruim, percebemos que, na verdade, cada raquete pode servir a um estilo.
Para se ter um parâmetro, nossos avaliadores têm nível entre 3a e 4a classe da Federação Paulista de Tênis e jogam tênis desde a infância, sendo que Arnaldo está próximo dos 35 anos e Matheus no auge dos seus 24 anos. Ou seja, esses dois perfis já seriam suficientes para abarcar uma ampla faixa de jogadores, porém, ainda assim, mais do que verificar se os modelos se encaixavam em nossos estilos, batiam com nossos gostos, esforçamo-nos para compreendê-los. Sendo assim, não descartamos raquetes leves e grossas com as quais não estamos acostumados a jogar, por exemplo. Jogamos com elas, e todas as outras, com o espírito de entender o seu propósito. Pois, no fim, não existe raquete ruim. Ela pode não se encaixar no seu estilo, isso sim.

Marcas e modelos

Então, para reunir os modelos aqui apresentados, entramos em contato com os representantes de todas as marcas presentes no Brasil, solicitando que nos enviassem suas raquetes de teste. Em alguns casos, como há muitos modelos, preferimos, nós mesmos, pré-selecioná-los Em outros, como nos casos da Pacific, Völkl e Yonex, por exemplo, não tivemos resposta de seus representantes. Em outros ainda, avaliamos os poucos modelos que as marcas conseguiram nos enviar. Portanto, se você sentir falta de alguma raquete, pode ser que ela esteja aqui na próxima edição deste guia.
No entanto, acreditamos que os 27 modelos avaliados nas páginas a seguir oferecem uma excelente diversidade do que você pode encontrar no mercado, com diferentes perfis e estilos, e um deles certamente vai se encaixar no seu jogo. Para isso, apontamos algumas das especificações, como peso e padrão de cordas, além da sugestão de preço fornecida pelas próprias marcas. Também decidimos colocar em gráficos os parâmetros como potência, controle e conforto, por exemplo, para que você possa comparar melhor os modelos. Ao final, indicamos qual o estilo de jogador que melhor se encaixa com aquele modelo.
Gostou de alguma? Faça seu próprio teste e bom jogo!

É evidente o porquê de Rafael Nadal ter se acostumado tão facilmente com a AeroPro Drive. O perfil ideal é: jogue com bastante efeito. No teste, percebeu-se que essa raquete, mesmo trincada, aumenta a firmeza e potência nas batidas recheadas de topspin mesmo com swings curtos. Para quem tem empunhaduras mais acentuadas (como Nadal), ela permite – tanto em bolas próximas quanto afastadas do corpo – despachar os golpes com extrema velocidade. Sua bola vai entrar com um efeito absurdo do outro lado, não importa onde ocorrer o impacto (o sweetspot é enorme). Por falar em efeito, o slice também não pode ser esquecido. Como a raquete “corta o ar” rapidamente, permite executar com extrema facilidade as “estilingadas” na transição para a rede. Nos voleios, as bolas são amortecidas, mas tome cuidado para não perder o controle em bolas que exijam maior deslocamento. No saque, por mais que seja equilibrada, a raquete parece ter peso levemente voltado para a cabeça, facilitando as alavancas e a fluidez do movimento.
Indicação
Intermediários e avançados que abusam (ou necessitam) de topspin nas batidas e gostam de respostas firmes e rápidas.

Uma raquete típica da família Babolat, bem leve, que gera bastante potência e tem equilíbrio com peso totalmente voltado para a cabeça. Se você é partidário do estilo clássico e bate com empunhadura Continental, essa é a ferramenta certa para disparar um tapa já na devolução. Em contrapartida, por não ser tão apropriada para gerar spin, suas bolas tendem a não ganhar tanta profundidade. Não é recomendada para jogadores com empunhaduras acentuadas (como a Western), tampouco swings longos – que perderão o controle no fundo. O fato de a raquete ser leve também ajuda na execução de slices, por mais que não sejam aqueles de “morder” a quadra. Na rede, o manuseio é fácil e permite que as bolas sejam amortecidas na trama, porém você terá um pouco de trabalho para controlar os voleios mais afastados do corpo. O peso na cabeça e, novamente, a leveza do conjunto fazem com que as alavancas do saque sejam realizadas com muita fluidez, gerando velocidade no golpe (especialmente chapados).
Indicação
Para iniciantes e jogadores de mais idade com swing curto e, principalmente, os que usam empunhadura Continental.


O nome já diz, uma raquete de puro controle. O peso completamente voltado para o cabo exige muita força para se gerar topspin, principalmente nas bolas mais baixas, por isso ela é recomendada para tenistas avançados e competitivos, para quem já tem força e técnica apuradas. É uma raquete de resposta rápida (em comparação com raquetes de perfil parecido, de marcas similares), de estilo clássico, com aro fino e sweetspot pequeno e concentrado no centro da cabeça. Ou seja, se atrasar um pouco o movimento, perderá o controle. Em compensação, quem acerta a bola “na veia”, terá a certeza de precisão e conforto. Por sua vez, o slice não ganha tanta profundidade em quadra. Mas quando você encontra o “timing” no manuseio, consegue muito controle e segurança nos voleios e toques. No saque, o esforço é mais uma vez necessário para gerar potência, porém, uma vez completo o movimento, o fundamento sai firme e pesado da trama da sua raquete.
Indicação
Para jogadores avançados, que se identificam com raquetes pesadas e batem sem muito efeito topspin do fundo.

Quando você a testa pela primeira vez, a impressão é que as bolas vão sair na profundidade, mas, no último instante, acabam entrando – pela facilidade de se gerar topspin da linha de base. Uma raquete de potência, bem leve e confortável na mão, permitindo um manuseio fácil, porém você necessita de atenção para o controle. É uma arma que não dá margem a erros – se atrasar o swing, a bola já sai do ponto ideal. O mesmo princípio segue para os slices, em que o golpe tende a “voar” se você não acertar a distância e posição do corpo corretas. Mas, se cumprir o protocolo, verá bolas velozes e rasantes que dificultarão a vida do oponente. Na rede, novamente frisamos o cuidado com o controle. Por soltar bastante a bola, é bom ter atenção à técnica dos voleios. E a facilidade de imprimir efeito também ajuda no saque, momento no qual você terá mais facilidade para executar a alavanca (por ser leve) e despachar o fundamento de uma só vez. Se acertar a batida bem no sweetspot, tenha certeza de que todos vão respeitar mais o seu saque.
Indicação
Para juvenis que buscam potência e conforto, e também jogadores que têm força do fundo e utilizam bastante topspin.


Equilíbrio entre potência e controle. O padrão de cordas (16 x 19) faz com que seja uma raquete que permita gerar spin nas batidas, mas também é ideal para quem rebate a bola da linha da cintura (bolas mais retas). Também é importante mencionar o quanto você pode contra-atacar com eficiência as bolas mais pesadas dos rivais. Seja perto ou longe do corpo, a raquete “conserta” aquele movimento atrasado, com respostas muito rápidas. Das Babolat testadas, é a mais recomendada para quem varia bastante o jogo com slices firmes, rasantes e que machucam o rival. Você, ao avançar à rede, perceberá que o manuseio nessa região é ainda mais eficaz do que no fundo e os voleios serão venenosos, pois a Pure Strike dá controle aos golpes, até mesmo com bolas “coladas” junto ao corpo. Apesar de ser bem equilibrada, você sente o peso na cabeça nas batidas de fundo e, também por isso, essa raquete fornece muita velocidade no final da alavanca, o que imprime grande potência no saque. Da marca, é a que traz mais segurança e opções de efeito no serviço.
Indicação
Para jogadores avançados, agressivos do fundo (bolas na linha da cintura) e que têm um bom jogo de rede.

Os 305 gramas enganam. Ela parece ainda mais pesada na mão durante a batida, talvez também devido ao equilíbrio, voltado para a cabeça. Não à toa recebe o nome Tour, pois vai agradar quem gosta desse tipo de raquete mais encorpada. Para tenistas que têm força no braço e pegam pesado na bola, de cima para baixo, de preferência, e sem muito topspin. Os voleios são firmes, mas, com o manuseio prejudicado pelo peso na cabeça, é preciso atenção para não atrasar, ou a bola vai escapar. No saque, o final da alavanca fica pesado e gera um serviço seco. O mesmo vale para o slice, que morde a quadra adversária, bem profundo. Esta raquete foi avaliada com uma corda muito grossa e tensa, mas o ideal seria uma mais fina e com tensão média, que também vai torná-la um pouco mais confortável. Não se preocupe em quebrar muitas cordas, pois a trama (padrão de cordas) é densa e vai se movimentar pouco após os golpes. Para você que joga agressivamente, em cima da linha de base, com bolas retas e sem efeito.
Indicação
Para jogadores avançados e profissionais, que baseiam seu jogo em bolas agressivas e chapadas.


A família da Dunlop 300 sempre foi um sucesso, pois é capaz de agradar a uma vasta gama de tenistas, desde os intermediários até avançados e profissionais com swings médios e longos. Este modelo, mais leve, é um dos mais “amigáveis”, pois é leve e bem confortável. A bola sai fácil da raquete, com grande potência. Melhor ainda é o topspin. Mesmo com o padrão de cordas fechado, o efeito obtido é ótimo – sua principal qualidade –, talvez também devido ao peso ser voltado para a cabeça da raquete, o que faz com que você puxe a bola de baixo para cima com facilidade. O spin, aliás, vai garantir que a bola se mantenha dentro da quadra. O peso na cabeça, contudo, prejudica o manuseio, comprometendo um pouco os slices e, especialmente, os voleios, quando você tende a perder a precisão. Em compensação, saques quiques ganharão muito com ela. Boa opção de raquete para juvenis que estão subindo de nível. Experimente com uma corda mais macia e tensa, para não perder conforto e ganhar controle.
Indicação
Para jogadores intermediários e avançados, que gostam de bater com muito topspin do fundo de quadra.

Definitivamente, não é uma raquete para quem “brinca” de tênis. Desenhada para profissionais, você sente o peso da raquete na mão. Ou seja, ela exige um braço forte, de um tenista que seja capaz de gerar sua própria potência com um swing extremamente longo. Se você tem esse perfil, vai adorar o controle e a firmeza que ela apresenta do fundo de quadra, mesmo com a sensação de equilíbrio pendendo levemente mais para a cabeça da raquete do que para o cabo. E é esse “peso na cabeça” que torna poderoso o final da alavanca no saque. Esse equilíbrio não vai comprometer o jogo de rede (com voleios muito seguros), mesmo ela não sendo uma raquete de manuseio simples. O padrão de cordas fechado definitivamente não ajuda no topspin, mas o slice é ótimo com o peso na cabeça. Atenção ao sweetspot pequeno – como sempre é nesses modelos mais competitivos. Ela foi avaliada com uma corda muito dura, mas recomendamos uma híbrida, com tensão mais baixa, para mesclar durabilidade e conforto.
Indicação
Para jogadores avançados, que gostam de raquetes pesadas e precisas, que pegam firme de fundo, sem muito efeito.


Muitos subestimam este modelo, crendo que ele é leve demais. No entanto, a 500 talvez seja a raquete mais interessante da Dunlop. É, sim, leve e confortável. Mas o peso não prejudica de maneira alguma seu desempenho, especialmente do fundo de quadra. Ela agrada jogadores de vários níveis, pois abarca swings tanto curtos quanto longos, respondendo muito bem a todos eles. O equilíbrio, com peso maior na cabeça, ajuda a gerar potência (apesar de a bola não ser tão profunda), mas não complica no manuseio de fundo de quadra, só na rede. Por ser leve e ter essa configuração, torna-se uma raquete de resposta rápida no fundo, que é excelente para gerar efeitos, tanto slice quanto spin. Além disso, a facilidade para sacar talvez esteja entre as suas principais qualidades. Mesmo avaliada com uma corda dura e com tensão baixa, comportou-se bem. Sugerimos usar cordas mais macias e finas, com tensão média, para ganhar controle.
Indicação
De iniciantes a avançados com jogo completo (toda a quadra) e que buscam raquetes mais leves e confortáveis.

Procura segurança do fundo de quadra? Eis que encontrou sua arma perfeita. Ainda que trincada no teste, a Instinct MP mostrou ser ideal para quem gosta da combinação entre swings compridos e leveza. Quer uma resposta rápida? É com ela mesmo. Bola mais reta ou com spin? Tanto faz, ela dá conta em ambas as situações. Com sweetspot enorme, essa raquete permite gerar potência e consistência nas bolas sem perder, ao mesmo tempo, o controle na profundidade. Para quem bate o backhand com duas mãos, como Maria Sharapova ou Tomas Berdych, a resposta é muito gostosa, talvez pelo peso pendendo para a cabeça. Na rede, o manuseio pode ficar um pouco comprometido e você terá trabalho para corrigir as bolas mais “coladas” ao corpo, mas, no saque, ela se comporta muito bem. Pela maior preponderância do peso na cabeça, ela auxilia a completar a alavanca de cima para baixo rapidamente, gerando alta potência tanto para um serviço “american twist”, quanto chapado ou mesmo com bastante slice.
Indicação
Jogadores avançados e profissionais agressivos que geram força e peso nos golpes, mas sem perder o controle na profundidade.


A Speed Power, graças aos 115 in2 de cabeça e apenas 255 gramas (sem cordas), é uma raquete confortável, leve e que faz com que a bola continue sempre em jogo. Seu manuseio é bem simples e traz facilidade para imprimir topspin na batida, tanto para quem bate com empunhaduras acentuadas como os que não abrem mão da Continental. Quem aposta em movimentos bem curtos, vai achar interessante testá-la. Mas, para os que têm swing comprido, mesmo se tentar puxar um efeito para controlar a profundidade, a tendência é que as bolas parem no alambrado. Você deve impactar as bolas pouco acima do centro (pois é aí que está o sweetspot) para que saiam consistentes e, o mais importante, consigam cair dentro da quadra. O controle também é limitado na rede, mesmo que a bola seja amortecida na trama, e você precisa “triscá-la” para frear a sua trajetória. No saque, o peso na cabeça auxilia no complemento da alavanca, gerando muita potência, porém suas bolas perderão em profundidade e precisão.
Indicação
Iniciantes que procuram mais regularidade do fundo, além de veteranos que necessitam de potência sem fazer muito esforço.

Você já tem uma técnica apurada e não vê problema para gerar potência nos golpes. Então, como pode aliar controle a tudo isso? A Speed Pro pode ajudar. Com sweetspot enorme, ela permite uma resposta bem rápida para todos os tipos de bola e, melhor ainda, sempre de forma consistente, não importa o que vir para o seu lado. Não é necessário fazer esforço além do necessário para a bola andar, e mesmo assim ela permanece dentro de quadra com uma margem de erro aceitável. Para variar, os slices são muito venenosos, daqueles que já saem da trama parecendo “morder” o outro lado. Portanto, um pacote completo do fundo em que a bola dificilmente sai e nunca deixa de ser pesada. Na rede, essa raquete facilita demais o toque e a precisão dos voleios, por mais que o peso voltado para o cabo comprometa um pouco o manuseio. Além disso, o equilíbrio dificulta um pouco a alavanca no momento do saque, mas ainda assim não há problema em gerar efeito no serviço, ou potência para um eficiente saque “flat”.
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Intermediários para avançados com swing longo, além de profissionais com força no braço e em busca de controle.


Difícil não gostar dessa raquete. Agrada gregos e troianos. Tem excelente manuseio, cortando o ar facilmente, mesmo com a sensação de equilíbrio levemente voltada para a cabeça. Muito confortável, você quase não sente o impacto da batida. Ótima no fundo de quadra, especialmente para os golpes com muito topspin. O padrão de cordas é baixo, apenas 16 x 16, o que ajuda a gerar os efeitos, mas cuidado ao usar cordas muito finas, pois elas vão quebrar com mais facilidade. Uma raquete de resposta rápida, firme, boa para toques refinados (ótimo controle) e slices, que saem rasantes e “mordendo” a quadra. Na rede, ela se mostra ainda melhor, com voleios muito secos e seguros. Por ser leve, aerodinâmica e ter essa distribuição de peso, também é excelente no saque, gerando potência e dando a possibilidade de executar todos os efeitos. Este modelo vai agradar muitos tenistas, de diversos níveis (de intermediários a avançados), com swings curtos e médios, e que investem muito no topspin.
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De intermediário a avançado, com swing médio a longo, que joga com topspin do fundo, mas que também gosta de jogar na rede.

Esta raquete parece ser mágica. Sabe aquela bola que você bate e acha que vai voar longe? Pois então, com ela, a bola sobe, sobe, sobe no ar e... cai na quadra adversária. Melhor ainda, ela morde a quadra (com profundidade) e quica alto, complicando a vida do oponente. Uma raquete bastante equilibrada, que gera um topspin impressionante. O equilíbrio entre controle e potência é excelente, pois gera velocidade e efeito ao mesmo tempo. Basta uma leve triscada no feltro e o spin está dado. O slice também sai fácil da cabeça da raquete, que corta o ar muito rápido. De fácil manuseio, ela proporciona respostas muito rápidas, tanto no fundo quanto na rede, onde ela ganha muito, pois seu sweetspot é muito grande, proporcionando voleios muito firmes. Todos os tipos de swing, desde os curtos até os mais longos, vão se dar bem com ela. Vale lembrar que o padrão de cordas mais espaçado ajuda no topspin, mas vai fazer com que você quebre muitos filamentos. O saque é outro ponto de destaque, pois você conseguirá fazer tudo (chapado, slice, quique) sem muito esforço.
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Para jogadores de nível intermediário a avançado, que atuam com muito spin e querem uma raquete de excelente resposta.


O espaço entre as cordas é enorme, pois são apenas 14 filamentos na vertical e 16 na horizontal. Se, por um lado isso significa que as cordas vão quebrar mais facilmente, por outro, faz com que gerar topspin seja uma tarefa ridiculamente simples, basta uma leve “triscada” na bola e ela sobe alto, com muito efeito. Raquete leve e de aro mais grosso, ela é ideal para quem possui swing curto, oferecendo repostas muito velozes e alta potência. No entanto, a bola parece que não ganha tanto corpo ao sair da cabeça da raquete, mesmo com spin, faltando profundidade. Os slices também vão flutuar. O pouco peso facilita o manuseio e o sweetspot grande ajuda a amortecer os voleios, mas é preciso boa técnica para não perder a mão na rede. Não é uma raquete extremamente leve, mas, ainda assim vai agradar muita gente, de iniciantes a intermediários (especialmente quem está nessa transição), que não quer fazer muita força para gerar potência. Vale a pena investir no topspin para ajudar a controlar os golpes.
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De iniciantes a intermediários, com swing curto, e que gostam de jogar com muito topspin nos golpes de fundo.

O sistema de amortecimento de impacto das ProKennex é famoso. Não há quem pegue um modelo na mão e não o chacoalhe para ouvir o barulho das partículas internas. Segundo a marca, são íons que se carregam eletrostaticamente quando em movimento, eliminando as vibrações. E, realmente, você não sente quase nada ao golpear a bola. O sistema é interessante, pois, ao bater lentamente, você não sente absolutamente nada. Mas, quanto mais forte se golpeia, a raquete parece se tornar mais rígida. Este modelo é leve, mas o equilíbrio totalmente concentrado na cabeça faz com que você sinta o peso da raquete. Isso também prejudica o manuseio, tanto do fundo quanto da rede (falta firmeza nos voleios). Para gerar efeitos, contudo, ela é muito boa. Aposte no topspin. O melhor swing é o médio, pois, um muito longo vai complicar o controle e um muito curto parece não gerar potência suficiente. O sweetspot é enorme, ou seja, a bola pode pegar em qualquer lugar da cabeça da raquete que vai voltar para o outro lado da quadra.
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Para tenistas intermediários do fundo de quadra, de swing médio, que batem com topspin e querem uma raquete confortável.


Jogar sem dor, essa é a proposta da ProKennex. Este modelo, de equilíbrio voltado para a cabeça, segue esta linha e é ainda mais confortável do que o Ki10 (também avaliada para este guia), apesar de mais pesada. O impacto no braço é praticamente nulo. Por mais força que faça, você não sente a batida no fundo. Ela gera muita potência e pouco controle. O ideal é ter um swing curto, muito curto, para bater chapado, com empunhadura Continental, bem “Old School”. Swings mais longos vão fazer a bola voar longe, especialmente porque o topspin, que ajuda a controlar a trajetória, não é tão fácil de ser aplicado. Apesar de leve, o manuseio fica um pouco comprometido pelo peso na cabeça. Na rede, é preciso atenção. O sweetspot é grande, ou seja, é fácil golpear a bola. No saque, o peso na cabeça ajuda a gerar potência no final da alavanca, mas perde-se em precisão. É uma raquete interessante para quem tem estilo mais chapado e gosta de bater uma dupla no clube. Se quiser ganhar controle, tente cordas mais finas.
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Para tenistas intermediários de swing curto que usam bolas chapadas, no estilo clássico, e querem algo confortável.

Quer spin? Encontrou. Talvez a “culpa” seja do padrão de cordas espaçado (com mais filamentos na vertical do que na horizontal), talvez do peso concentrado mais na cabeça, talvez da leveza e do fácil manuseio. Esta nova versão da Blade é extremamente amigável. Ideal para quem tem nível avançado, mas busca uma raquete um pouco mais leve, mais confortável para o braço. Ela vai gerar muita potência e efeito e, com isso, manter o controle da bola. Melhor ainda, as bolas vão “morder” a quadra adversária com profundidade e peso. Tenistas que estão acostumados com raquetes competitivas mais pesadas podem estranhar no começo, mas logo vão pegar a mão com o spin. Com ela, fica fácil “pentear a bola”. Se no fundo ela é excelente, na rede também não faz feio, com voleios muito precisos. O mesmo vale para os slices, rasantes, e para os saques, especialmente os quiques, que ganham muita altura. É uma raquete muito rápida na mão, de excepcional resposta. Invista no topspin e veja como seu adversário vai sofrer.
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De intermediários a avançados que jogam com topspin do fundo e especialmente avançados que buscam raquetes mais confortáveis.


Com sweetspot enorme (não importa onde a bola pegar na raquete, ela volta com qualidade) e manuseio simples (uma resposta extremamente rápida para todas as jogadas), esta raquete ainda tem uma sensibilidade (toques refinados) gigantesca – algo raro para uma cabeça de 101 in2 – e gera uma batida gostosa, seca, do fundo de quadra. Ótima pedida para quem tem um swing mais curto, e joga agressivamente, dentro da quadra, pegando a bola na subida, na linha da cintura. Se o topspin, apesar de bom, não é tão fácil de executar, o slice, firme, compensa. O equilíbrio, com peso levemente voltado para a cabeça, ajuda nesse quesito. Assim como também ajuda no saque, que ganha muita potência no final da alavanca. Interessante como esta raquete “conserta” a sua bola (bate-prontos, voleios e outras bolas rápidas parecem fáceis) e é possível fazer tudo de forma muito compacta, com swing curto, bolas perto do corpo etc. Tenistas com swings longos precisarão fazer ajustes, mas poucos.
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Para tenistas intermediários a avançados, com swing curto e jogo agressivo, que precisam de repostas rápidas.

Quer uma raquete leve, que lhe obedeça, que não comprometa nenhuma parte do seu jogo? Este modelo é algo bastante próximo do que você está buscando. Mesmo sendo extremamente leve e confortável, com a Envy, sua bola não vai voar longe, mesmo as chapadas. Devido ao pouco peso, o manuseio é muito fácil, o que a torna uma raquete de resposta rápida de fundo, dando muita regularidade e consistência para suas batidas, sejam elas de ataque ou defesa. Sem sofrer, você sentirá a bola saindo “seca” da cabeça da raquete, sempre com respostas corretas e eficazes, muito também devido ao sweetspot grande. Com o equilíbrio voltado para a cabeça, os slices saem “mordendo” a quadra. O jogo de rede talvez seja o ponto mais vulnerável, pois, apesar de ter um manuseio excelente, ela solta bastante e não amortece a bola. Com uma corda mais fina e tensa, ela pode ganhar ares ainda mais competitivos, gerando mais controle. Adapta-se facilmente aos variados swings de jogadores “all-court” (completos), principalmente juvenis.
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Ideal para juvenis (mais jovens) ou tenistas intermediários em busca de raquetes leves e confortáveis, boa para todos os estilos.


Todos os modelos ditos “S” da Wilson fazem jus ao significado dessa letra, spin. O padrão de cordas totalmente aberto gera um efeito fenomenal. De todas as raquetes avaliadas nesta edição, esta certamente é a que mais gera topspin e, melhor ainda, sem qualquer esforço, pois a mínima triscada na bola faz com que ela ganhe rotação. Esta versão da Juice é bastante leve e indicada para quem tem swing curto (e até mesmo joga com empunhadura Continental), porque a potência que imprime na bola é enorme – ou seja, um movimento grande vai fazer sua bola voar. Para “consertar”, use o spin. O peso mais concentrado na cabeça prejudica um pouco o manuseio, especialmente na rede, e os voleios não saem muito precisos. O que ajuda nesse quesito é seu grande sweetspot, mais voltado para cima do aro. Os slices também não serão os mais secos que você disparará em quadra, mas, em compensação, seu saque quique vai ganhar muito. A leveza e o peso na cabeça tornam a alavanca do serviço excelente.
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Para tenistas intermediários com swing curto, mas que usam muito topspin, e querem raquetes mais leves e potentes.

O perfil do aro mais grosso e a cabeça grande já dão a entender que é uma raquete de potência. É verdade. Ela gera velocidade na bola, mas não tanta profundidade quanto se espera. Também não espere ser capaz de bater com muito efeito, colocando aqueles spins altos, pois o negócio da Pro Open, pode não parecer, mas é a bola chapada. Você será capaz de gerar algum efeito, pois o equilíbrio voltado para a cabeça (que atrapalha o manuseio e não a deixa tão confortável quanto deveria ser no fundo de quadra) facilita aquela puxada de baixo para cima, mas, com o tempo, vai perceber que ganhará mais ao pegar a bola com golpes mais limpos. Ela ajuda quem tem um jogo mais pegado. No fundo, a relação entre potência e controle está bem balanceada, não sendo necessário ter um swing extremamente curto para manter a bola em quadra. Na rede, o manuseio compromete e é preciso atenção para realizar bons voleios. No saque, sua configuração de peso e equilíbrio tornam a alavanca simples e os serviços chapados ganham muito. É um modelo para quem está subindo de nível.
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Para tenistas intermediários com swing médio que jogam agressivamente, sem colocar muito efeito nas bolas de fundo.


Este modelo tornou-se lendário nas mãos de Pete Sampras e Roger Federer. E, para poder atuar com ela, você precisa adquirir um pouco do que eles têm, ou seja, estilo clássico e extrema força no braço. A Pro Staff 90 é uma raquete totalmente competitiva, de alta performance, que lhe dá total controle e precisão nos toques mais refinados. Muito pesada, é indicada somente para tenistas avançados e profissionais muito fortes, que terão de gerar toda a potência nas batidas. Recomendamos usar cordas finas e tensão mais baixa para ajudar nesse quesito e não se preocupe em quebrar cordas, pois a trama é tão condensada que os filamentos pouco se movem com o impacto. Aliás, a sensação do impacto da bola na malha, quando executado no sweetspot (bem reduzido), é espetacular. O padrão de cordas dificulta a geração de topspin, mas os golpes mais chapados são ótimos, assim como os slices, firmes e rasantes. Na rede, o peso voltado para o cabo facilita o manuseio e o controle, com voleios secos e seguros. O saque também será muito eclético.
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Para tenistas avançados e profissionais (fortes) que têm estilo clássico e querem controle total sobre os golpes.

Quem gosta de raquetes clássicas, mais finas e pesadas, deve testar este modelo, que se mostra bastante amigável. O equilíbrio tem peso voltado para o cabo, o que lhe dá melhor controle e manuseio interessante. O padrão de cordas, um pouco mais aberto, ajuda a gerar potência e efeitos. Assim, em comparação com modelos similares, ela é mais confortável, tem uma resposta mais rápida e consistente (graças também ao sweetspot relativamente grande), mesmo em situações mais complicadas, com bolas rápidas e pesadas. Sua batida de fundo passa uma sensação gostosa, de batidas limpas, mas ainda com belos spins e slices firmes. Ela vai lhe ajudar a sustentar seu jogo de fundo com um swing longo. Na rede, comporta-se muito bem, sendo simples de manusear, amortecendo os voleios. Para sacar, traz potência e efeito na medida. Ou seja, ela é uma boa opção para quem tem um estilo de jogo bastante completo – com fundo e rede consistentes – e gosta (ou está acostumado) de raquetes pesadas e competitivas.
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Para tenistas avançados e profissionais que gostam de raquetes pesadas, mas buscam modelos mais completos.


Se você é adepto das duplas, experimente este modelo da Six.One. Extremamente leve e fácil de jogar, ela vai se encaixar perfeitamente no jogo de quem tem um swing muito curto e quer respostas rápidas para todas as suas batidas, sejam elas com topspin, slice ou chapadas. Mesmo com o equilíbrio de peso voltado para a cabeça, o manuseio é impressionantemente fácil, pois ela tem menos de 250 gramas (sem cordas). Por isso, gera grande potência sem qualquer esforço, mas as bolas não são tão profundas e pesadas. Apesar de se comportar bem tanto nas batidas chapadas quanto nas com efeito, nas bolas com topspin ela mostra o seu melhor. Os saques quiques também vão se beneficiar disso. Na rede, o sweetspot grande ajuda, mas, ainda assim, é preciso atenção aos voleios para que não voem longe. De maneira alguma tente alongar o movimento, pois você perderá o controle. Ela é ideal para quem gosta de jogar dentro da quadra com swing curtíssimo e com bom spin. Incrivelmente confortável, seu braço agradece.
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Para tenistas iniciantes e intermediários (de mais idade) com swing extremamente curto e jogo com topspin.

A cabeça de tamanho 110 in2 assusta até quem está acostumado a jogar com raquetes grandes, mas, se você está buscando potência e conforto nas batidas, não tenha preconceito com essa Six.Two. Como toda raquete desse estilo (aro bem grosso), o equilíbrio obviamente estará voltado para a cabeça, o que ajuda a ganhar velocidade nas bolas do fundo. No entanto, é na rede que ela vai se comportar melhor, pois tem um manuseio absurdamente fácil, deixando-a muito ágil na mão (boa para os reflexos), e um sweetspot grande e amplo, que serve para amortecer os voleios com precisão. No fundo, com certeza só vai agradar quem tem movimento muito curto, pois, a bola voa longe com o impacto. Atenção duplistas: deem um tapa na cara da bola, sem frescuras, e avancem para definir o ponto na rede. No saque, ela solta bastante a bola, portanto, faça os ajustes necessários. No entanto, o mais interessante é perceber o seu conforto. Você quase não sente as batidas, tanto na rede quanto no fundo.
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Ideal para duplistas veteranos que jogam com um swing curto e querem definir o ponto na rede.


Dá para entender por que essa raquete faz tanto sucesso entre os juvenis. Ela tem perfil mais clássico, porém, não é pesada (tem menos de 300 gramas sem cordas). Além disso, ela ajuda a dar potência nos golpes sem perder o controle. Mesmo com o equilíbrio pendendo para a cabeça, o manuseio no fundo de quadra não é prejudicado. Da linha de base, você sente suas bolas ganhando corpo, pois consegue gerar topspin facilmente, assim como executar excelentes slices profundos. Ela oferece extrema precisão e consistência. Apesar de não parecer, é uma raquete de performance. Ideal para um juvenil que está subindo de nível e quer fazer tudo do fundo de quadra, assim como também para adultos em busca de “tacos” consistentes, porém mais leves. Somente na rede o peso na cabeça atrapalha um pouco as respostas mais rápidas. No saque, em compensação, esse equilíbrio ajuda na alavanca e os serviços saem muito pesados. Ela passa uma sensação gostosa nas batidas de fundo e lhe dá confiança para executar o seu jogo.
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Para juvenis que estão subindo de nível (para o competitivo) e adultos avançados em busca de raquetes leves e consistentes.

Artigo publicado nesta revista