Marcos Coimbra
Estado de Minas: 26/12/2012
Considerando que o governo chega ao fim do ano batendo recordes de popularidade e que os candidatos do PT lideram com folga as pesquisas a respeito da próxima eleição presidencial, não se pode dizer que o saldo de 2012 seja bom para a oposição.
Ainda mais se levarmos em conta o resultado da eleição municipal. Nela, os três principais partidos oposicionistas encolheram, atingindo seu pior desempenho histórico. Ficaram reduzidos à metade dos prefeitos que elegeram em 2000.
Com isso, arriscam-se a ver suas bancadas no Congresso diminuir ainda mais. Haviam ido mal em 2010, fazendo 108 deputados – equivalentes a apenas 21% da Câmara –, e podem piorar, com uma base municipal mais limitada.
A realidade de dezembro contrasta com as expectativas que o conjunto da oposição tinha no primeiro semestre. Toda ela, seja nos partidos, nas instituições, na mídia ou na sociedade, apostava em vitórias em municípios-chave – especialmente em São Paulo – e no desgaste do PT em função do julgamento do mensalão.
Pelos seus cálculos, a esta altura, Serra seria prefeito e estariam elevadas as chances de uma candidatura tucana na sucessão de Dilma.
Nem uma, nem outra coisa se confirmaram.
Seria possível dizer que o melhor que aconteceu à oposição foi a derrota de Serra. Ela abriu, finalmente, o caminho para a renovação no PSDB. Seu subproduto foi a formalização de Aécio Neves como liderança nacional peessedebista.
O problema, para os adversários do “lulopetismo”, é que uma candidatura competitiva não fica pronta de um dia para o outro. Como mostram as pesquisas, Aécio tem pela frente o imenso desafio de tentar fazer, em pouco mais de um ano e meio, o que não pôde na hora adequada.
Permanece fundamentalmente desconhecido pela vasta maioria do eleitorado.
Na mais recente pesquisa do Datafolha, realizada no início do mês, seu melhor número são os 14% que alcança contra Dilma e Marina Silva. Nesse cenário, a presidente obtém 57%, amplamente suficientes para ganhar no primeiro turno, e Marina fica com 18%.
O que esses dados fazem é manter aberta a porta para Serra. Os segmentos da oposição que desconfiam de Aécio – seja por não considerá-lo “duro” o bastante para brigar com o PT, seja por temer seu desempenho fora de Minas Gerais – não vão querer que o paulista se aposente tão cedo.
Ou seja: mesmo derrotado e aparentemente fora de combate, a oposição permanece presa a Serra e ao que ele representa.
Esse “vai, mas não vai” em relação ao nome com que marchará para a eleição de 2014 se repete no plano programático. Também nele, a oposição se confunde e embaralha as pernas.
Hoje, seu discurso se assenta em um tripé: a “valorização da herança de Fernando Henrique”, a “diferenciação ética em relação ao PT” e a “crítica à capacidade gerencial de Dilma”.
Fácil de falar, difícil de convencer. Nos três aspectos, ela tem que persuadir a maioria da população, que está convicta do inverso.
As pessoas comparam desfavoravelmente FHC – e seu governo – a Lula e Dilma. Não deixam de admirá-lo por desconhecimento, mas por conhecê-lo.
Não acham que, nos governos petistas, a corrupção tenha se tornado um problema que antes inexistia. Nas pesquisas, afirmam que ele era tão grande – ou maior – no passado.
Estão satisfeitas com o jeito de Dilma e o modo como ela se comporta na Presidência. No abstrato, talvez concordem que “poderíamos estar melhor”. Mas com quem, concretamente, se os tucanos já estiveram lá e decepcionaram?
Ainda indefinida quanto a nomes e frente ao problema de ter de conquistar o país para teses de aceitação problemática, o horizonte é complicado para a oposição institucional.
Para piorar, precisa lidar com seus radicais, que, no afã de derrotar o PT, se dispõem a tudo, até mesmo a colocar gasolina na fogueira. O mesmo tipo de gente que, no passado, foi às portas das casernas pedir a intervenção dos militares – ou de quem quer que se ofereça como “salvador da pátria”.
Ainda mais se levarmos em conta o resultado da eleição municipal. Nela, os três principais partidos oposicionistas encolheram, atingindo seu pior desempenho histórico. Ficaram reduzidos à metade dos prefeitos que elegeram em 2000.
Com isso, arriscam-se a ver suas bancadas no Congresso diminuir ainda mais. Haviam ido mal em 2010, fazendo 108 deputados – equivalentes a apenas 21% da Câmara –, e podem piorar, com uma base municipal mais limitada.
A realidade de dezembro contrasta com as expectativas que o conjunto da oposição tinha no primeiro semestre. Toda ela, seja nos partidos, nas instituições, na mídia ou na sociedade, apostava em vitórias em municípios-chave – especialmente em São Paulo – e no desgaste do PT em função do julgamento do mensalão.
Pelos seus cálculos, a esta altura, Serra seria prefeito e estariam elevadas as chances de uma candidatura tucana na sucessão de Dilma.
Nem uma, nem outra coisa se confirmaram.
Seria possível dizer que o melhor que aconteceu à oposição foi a derrota de Serra. Ela abriu, finalmente, o caminho para a renovação no PSDB. Seu subproduto foi a formalização de Aécio Neves como liderança nacional peessedebista.
O problema, para os adversários do “lulopetismo”, é que uma candidatura competitiva não fica pronta de um dia para o outro. Como mostram as pesquisas, Aécio tem pela frente o imenso desafio de tentar fazer, em pouco mais de um ano e meio, o que não pôde na hora adequada.
Permanece fundamentalmente desconhecido pela vasta maioria do eleitorado.
Na mais recente pesquisa do Datafolha, realizada no início do mês, seu melhor número são os 14% que alcança contra Dilma e Marina Silva. Nesse cenário, a presidente obtém 57%, amplamente suficientes para ganhar no primeiro turno, e Marina fica com 18%.
O que esses dados fazem é manter aberta a porta para Serra. Os segmentos da oposição que desconfiam de Aécio – seja por não considerá-lo “duro” o bastante para brigar com o PT, seja por temer seu desempenho fora de Minas Gerais – não vão querer que o paulista se aposente tão cedo.
Ou seja: mesmo derrotado e aparentemente fora de combate, a oposição permanece presa a Serra e ao que ele representa.
Esse “vai, mas não vai” em relação ao nome com que marchará para a eleição de 2014 se repete no plano programático. Também nele, a oposição se confunde e embaralha as pernas.
Hoje, seu discurso se assenta em um tripé: a “valorização da herança de Fernando Henrique”, a “diferenciação ética em relação ao PT” e a “crítica à capacidade gerencial de Dilma”.
Fácil de falar, difícil de convencer. Nos três aspectos, ela tem que persuadir a maioria da população, que está convicta do inverso.
As pessoas comparam desfavoravelmente FHC – e seu governo – a Lula e Dilma. Não deixam de admirá-lo por desconhecimento, mas por conhecê-lo.
Não acham que, nos governos petistas, a corrupção tenha se tornado um problema que antes inexistia. Nas pesquisas, afirmam que ele era tão grande – ou maior – no passado.
Estão satisfeitas com o jeito de Dilma e o modo como ela se comporta na Presidência. No abstrato, talvez concordem que “poderíamos estar melhor”. Mas com quem, concretamente, se os tucanos já estiveram lá e decepcionaram?
Ainda indefinida quanto a nomes e frente ao problema de ter de conquistar o país para teses de aceitação problemática, o horizonte é complicado para a oposição institucional.
Para piorar, precisa lidar com seus radicais, que, no afã de derrotar o PT, se dispõem a tudo, até mesmo a colocar gasolina na fogueira. O mesmo tipo de gente que, no passado, foi às portas das casernas pedir a intervenção dos militares – ou de quem quer que se ofereça como “salvador da pátria”.
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