segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

ONG americana quer evitar futura colisão de asteróide

FOLHA DE SÃO PAULO

Objetivo de fundação é construir satélite para identificar bólidos perigosos
Meta mais ambiciosa é criar soluções, como explosões nucleares, para desviar rota das pedras mais perigosas
GIULIANA MIRANDADE SÃO PAULOUma organização não governamental dos EUA quer literalmente salvar o planeta. A Fundação B612- uma homenagem ao asteroide ficcional de "O Pequeno Príncipe"- pretende construir um satélite para identificar asteroides perigosos em rota de colisão com a Terra, dando aos terráqueos tempo suficiente para evitar o pior.
Grandes asteroides são um jeito comprovadamente eficaz para dizimar a vida no planeta, como bem descobriram os dinossauros.
Para dar aos humanos a chance de ter um destino diferente, a B612 tem o ambicioso projeto de conseguir identificar quase todas as pedras potencialmente perigosas para nós.
A ideia de torrar algumas centenas de milhões de dólares para se prevenir contra um pedregulho voador parece coisa de aficionado em ficção científica, mas o projeto envolve astrônomos, físicos e até alguns astronautas.
O veterano em voos do ônibus espaciais Ed Lu é o presidente da companhia, enquanto Rusty Schweickart, do programa Apollo, é o presidente de honra.
MISSÃO
Batizado de Sentinela, o satélite deve ser do tamanho de uma pequena caminhonete. O objetivo é colocá-lo na órbita do Sol e usar raios infravermelhos para localizar os bólidos ameaçadores.
A expectativa do grupo é que eles consigam colocar o telescópio para funcionar até 2018. Os dados coletados serão compartilhados com a Nasa e com outros centros.
Hoje, a maior parte do trabalho de mapeamento de asteroides é feita por telescópios aqui na Terra.
Em 2011, o Brasil inaugurou seu próprio telescópio, no sertão de Pernambuco, para monitorar asteroides: o projeto Impacton, do ON (Observatório Nacional).
Segundo Jorge Carvano, pesquisador do órgão, estudar esses pedregulhos diretamente no espaço pode ser mais vantajoso.
"A detecção de asteroides interiores à órbita da Terra é muito ineficiente quando feita de telescópios terrestres, pois só pode ser realizada em intervalos de tempo curtos logo após o pôr do sol ou logo antes de seu nascer", diz.
Os membros da B612 são enfáticos em falar das maravilhas de seu telescópio, mas ainda não têm nenhum projeto pronto. Neste momento, ainda estão trabalhando na tecnologia dos sensores.
Para o grupo, porém, esse é só um detalhe. A captação de recursos pelo site com a venda de produtos associados à marca parece estar crescendo. Eles não revelam o quanto já ganharam, mas admitem: "Estamos indo bem em levantar as verbas".
A equipe da B612 também está caprichando na parte midiática, com aparições em programas de TV e bate-papo com os fãs na internet.
SOLUÇÃO
Mas, uma vez encontrado um asteroide vindo em direção à Terra, o que podemos fazer? A fundação também se dedica a pensar em várias alternativas para essa questão. E, por incrível que pareça, os roteiros dos filmes que abordaram o tema não estavam muito distantes da realidade.
Explosões nucleares para desviar as pedras são uma provável alternativa, mas também há outras tecnologias em discussão.
"O problema, claro, é que nenhuma delas foi testada. Por isso é importante saber com bastante antecedência quando um impacto ocorreria", diz Jorge Carvano, do Observatório Nacional.

    Cometa se aproxima no fim do ano e poderá ser visto a olho nu
    DE SÃO PAULOPor enquanto, não é um asteroide, mas sim um cometa, que está chamando a atenção dos astrônomos. Em novembro, o cometa Ison se aproximará da Terra e é possível que seu brilho seja tão forte quanto o da Lua, podendo até ser avistado durante o dia.
    A ação do calor do Sol sobre o corpo gelado do cometa criará uma brilhante cauda que poderá ser vista a olho nu daqui de baixo. Isso deve acontecer do fim de outubro até janeiro de 2014.
    Mas o melhor dia para a observação deve ser mesmo 28 de novembro, quando o cometa atingir o periélio -o ponto de maior aproximação.
    Descoberto em setembro de 2012 por dois astrônomos amadores da Rússia, acredita-se que o Ison tenha se originado na Nuvem de Oort, espécie de berçários de cometas de onde provavelmente veio também seu "primo" famoso, o Halley, cuja passagem a cada 76 anos pela Terra sempre desperta atenção.
    Entusiastas já estão fazendo grandes planos para acompanhar em detalhes a visita do Ison, mas há quem não queira se animar demais, citando decepções recentes com o brilho fraquinho de cometas "promissores".

      Nenhum comentário:

      Postar um comentário