Estado de Minas - 01/04/2013
O livro Marighella: o guerrilheiro que
incendiou o Brasil, de Mário Magalhães, será lançado hoje, às 18h, na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O autor vai debater a obra com a
Comissão de Direitos Humanos da casa, com participação de Nilmário
Miranda e do militante Manuel Cirillo. Vencedora do prêmio da Associação
Paulista de Críticos de Artes (APCA) como melhor biografia de 2012, a
obra percorre a vida e a militância do político, poeta e estrategista da
guerrilha no Brasil.
Carlos Marighella (1911-1969) foi deputado
federal constituinte e fundador do mais importante grupo de luta armada
de oposição à ditadura civil-militar brasileira, a Aliança Libertadora
Nacional (ALN). Chegou a ser considerado “inimigo número um” do governo
militar. Conseguiu se manter ativo ao longo de seus quase 40 anos de
militância, mesmo sendo vítima de perseguições por todo o país.
A
influência de Marighella extrapolou as fronteiras brasileiras. Seu
Minimanual do guerrilheiro urbano correu o mundo e virou cult nos anos
1960. Traduzido para dezenas de idiomas, é considerado um clássico da
literatura de combate político.
Marighella morreu em 1969,
assassinado em emboscada preparada pela repressão, sob o comando do
delegado Sérgio Paranhos Fleury. Em 1996, o Ministério da Justiça
reconheceu a responsabilidade do Estado pela sua morte. No ano passado, a
anistia post mortem foi oficializada.
Esquerda
O
livro do jornalista carioca Mário Magalhães, ao trazer para o primeiro
plano a história de Marighella, se torna uma referência para o
conhecimento dos movimentos radicais e de esquerda no Brasil. À medida
que a pesquisa mergulha na vida do guerrilheiro baiano, traz como
personagens nomes de ponta da política do século 20. Assim, surgem na
narrativa informações sobre Getúlio Vargas, Fidel Castro, Che Guevara,
Prestes e Carlos Lamarca, além de pessoas ligadas à cultura, como Jorge
Amado, Graciliano Ramos, Portinari, Jean-Luc Godard e Glauber Rocha.
Ao
lado do painel histórico, o autor delineia o retrato humano do líder,
com seu carisma e humor peculiar, que, quando jovem, ficou conhecido na
Escola Politécnica ao responder às provas de física e química em versos.
O livro é dividido em três partes, que cobrem a agitada vida de
Marighella, da infância na Bahia à luta armada nos anos 1960, passando
pela militância comunista, oposição a Getúlio Vargas, prisões, mandato
como deputado constituinte, organização da ALN e participante de ações
armadas. A parte final disseca a farsa articulada por Fleury para
assassinar Marighella e revela o destino de dezenas de militantes de
organizações de esquerda citados na biografia.
Marighella: o gueRrilheiro que incendiou o Brasil
Lançamento
do livro de Mário Magalhães. Hoje, às 18h, na Assembleia Legislativa de
Minas Gerais (Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, (31)
2108-7000. Entrada franca.
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