Estado de Minas: 27/05/2013
Se toda unanimidade é
burra, como descobriu Nelson Rodrigues, toda multidão é imbecil e muito
perigosa. Assistimos na tevê à cena em que Kim Jong Un embarca numa
lancha e milhares de idiotas, uniformizados, se metem no mar atrás do
grande líder. No século passado tivemos Stálin, Hitler, Mussolini, Mao,
Pol Pot, Ceausescu e vários outros bandidos “carismáticos” arrebanhando
multidões sideradas por eles. Que dizer do comandante Chávez? E de
alguns exemplos dolorosos que tivemos e temos neste país grande e bobo?
Goethe disse: “Sinto, não raro, profunda tristeza ao pensar no povo alemão, tão estimável como indivíduo e tão infortunado na generalidade”, frase que se aplica a mais de 160 países, dos 193 reconhecidos pela ONU. O “efeito manada” tem sido estudado há muitos e muitos anos. Vejamos o que diz o médico e psicoterapeuta João Augusto Figueiró, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que transcrevo do Estadão:
O que motiva as pessoas a participar de manifestações como a da Uniban? Resposta: “Nos estudos sobre psicologia das massas temos a resposta. É o que chamamos de efeito manada, em que as pessoas consideradas normais recebem certas informações e passam a atuar em bando, como uma manada. É como as torcidas de futebol, um fenômeno grupal”.
Como ocorre o efeito manada? “Dentro da massa, o indivíduo deixa de lado a moral e a ética, que freiam a impulsividade. As circunstâncias fazem com que ele renuncie aos seus valores e embarque na proposta coletiva de um líder – e essa proposta circula rapidamente dentro do grupo. É um caso de violência instrumentalizada. Foi assim que Hitler convenceu os alemães sobre suas ideias contra os judeus”.
O doutor Figueiró vai por aí, a entrevista está no Google e só faz confirmar a tese do philosopho: toda multidão é imbecil e muito perigosa. Releva notar que “multidão” não implica milhares de pessoas: grupos de duas dúzias de gatos pingados já são idiotas perigosíssimos. Os resultados aí estão e não me deixam mentir.
Preconceito
Você, caro, preclaro e paciente leitor, é preconceituoso? É coisa feia, mas existe por aí a montões. Só não dá para entender a mania do atual jornalismo de escrever “preconceito contra”, como se existisse preconceito a favor.
Vejamos: qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico, preconceito é, segundo Houaiss, ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado sem conhecimento abalizado, ponderação ou razão; sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância.
Se é ideia desfavorável, sentimento hostil, só pode ser contra. Muitíssimo a propósito, Francisco Fernandes, em seu Dicionário de regimes de substantivos e adjetivos, anota: Preconceito, s. – de, sobre.
Estabelecido o fato de que preconceito rege de e sobre, não sei se falo dos meus, mas vou acabar falando, porque não tenho segredos para os leitores deste jornal. Um deles é sobre os naturais de determinado estado da federação, que obviamente não vou dizer qual é. Mas aprendi, desde cedo, que não existe natural ou habitante daquele estado que seja honesto. Nunca existiu. Andei por lá e confirmei a dolorosa verdade. Está para nascer naquele estado, que tem no gentílico o sufixo “-ense”, uma pessoa honesta.
Dos meus outros preconceitos não posso falar, porque só um deles mexeria com milhões de pessoas no planeta. Condições em que, salvo melhor juízo, é melhor tirar meu time de campo, não sem antes dizer que tenho preconceito de tatuados e de homens de brinco. Que levaria um homem a espetar um brinco na orelha? Numa vaca, mamífero artiodátilo do gênero Bos, brincos têm a justificativa de valorizar o animal: vacas brincadas valem mais que as sem brincos, sem que alguém saiba explicar por quê. Mas professor de universidade federal, supostamente hétero, de brinco na televisão, só a pau. É pau, é pedra, é o fim do caminho...
Tomem nota!
O brasileiro custou para aprender que bebida alcoólica deve ter álcool. Se o sujeito anda afinzão de beber sem álcool, pode tomar água potável, suco de frutas, água de coco, essas coisas que não zonzeiam. Para zonzear o álcool é indispensável, como descobriram os europeus fabricando suas cervejas. As belgas com 12% de álcool por volume são comuns e deliciosas.
Tenho notícia, agora, de uma porção de cervejas brasileiras decentes. Não bebo para me encharcar, mas para ficar tonto. Hoje muito menos do que há 10, 20 anos. Quase nada comparando com os bons tempos. Ainda assim, se vou cervejar, gosto de tudo nos conformes.
Anotei os nomes das seguintes artesanais, que é para comprar quando encontrar: Perigosa (9,2%), Amburana Lager (8,4%) Bigfot (10%), Maria Degolada (10,5%). Encontrando a Maria Degolada à venda, “degolo ela” e seja o que os deuses quiserem.
O mundo é uma bola
27 de maio de 1703: o czar Pedro, o Grande, funda a cidade de São Petersburgo. Em 1923, é fundado em Braga o Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português. Em Portugal, escotismo é escutismo.
Hoje é o Dia do Profissional de Saúde, do Profissional Liberal e o Nacional da Mata Atlântica.
Ruminanças
“Algumas vezes um homem inteligente é forçado a ficar bêbado para passar o tempo com os burros” (Ernest Hemingway, 1899-1961).
Goethe disse: “Sinto, não raro, profunda tristeza ao pensar no povo alemão, tão estimável como indivíduo e tão infortunado na generalidade”, frase que se aplica a mais de 160 países, dos 193 reconhecidos pela ONU. O “efeito manada” tem sido estudado há muitos e muitos anos. Vejamos o que diz o médico e psicoterapeuta João Augusto Figueiró, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que transcrevo do Estadão:
O que motiva as pessoas a participar de manifestações como a da Uniban? Resposta: “Nos estudos sobre psicologia das massas temos a resposta. É o que chamamos de efeito manada, em que as pessoas consideradas normais recebem certas informações e passam a atuar em bando, como uma manada. É como as torcidas de futebol, um fenômeno grupal”.
Como ocorre o efeito manada? “Dentro da massa, o indivíduo deixa de lado a moral e a ética, que freiam a impulsividade. As circunstâncias fazem com que ele renuncie aos seus valores e embarque na proposta coletiva de um líder – e essa proposta circula rapidamente dentro do grupo. É um caso de violência instrumentalizada. Foi assim que Hitler convenceu os alemães sobre suas ideias contra os judeus”.
O doutor Figueiró vai por aí, a entrevista está no Google e só faz confirmar a tese do philosopho: toda multidão é imbecil e muito perigosa. Releva notar que “multidão” não implica milhares de pessoas: grupos de duas dúzias de gatos pingados já são idiotas perigosíssimos. Os resultados aí estão e não me deixam mentir.
Preconceito
Você, caro, preclaro e paciente leitor, é preconceituoso? É coisa feia, mas existe por aí a montões. Só não dá para entender a mania do atual jornalismo de escrever “preconceito contra”, como se existisse preconceito a favor.
Vejamos: qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico, preconceito é, segundo Houaiss, ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado sem conhecimento abalizado, ponderação ou razão; sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância.
Se é ideia desfavorável, sentimento hostil, só pode ser contra. Muitíssimo a propósito, Francisco Fernandes, em seu Dicionário de regimes de substantivos e adjetivos, anota: Preconceito, s. – de, sobre.
Estabelecido o fato de que preconceito rege de e sobre, não sei se falo dos meus, mas vou acabar falando, porque não tenho segredos para os leitores deste jornal. Um deles é sobre os naturais de determinado estado da federação, que obviamente não vou dizer qual é. Mas aprendi, desde cedo, que não existe natural ou habitante daquele estado que seja honesto. Nunca existiu. Andei por lá e confirmei a dolorosa verdade. Está para nascer naquele estado, que tem no gentílico o sufixo “-ense”, uma pessoa honesta.
Dos meus outros preconceitos não posso falar, porque só um deles mexeria com milhões de pessoas no planeta. Condições em que, salvo melhor juízo, é melhor tirar meu time de campo, não sem antes dizer que tenho preconceito de tatuados e de homens de brinco. Que levaria um homem a espetar um brinco na orelha? Numa vaca, mamífero artiodátilo do gênero Bos, brincos têm a justificativa de valorizar o animal: vacas brincadas valem mais que as sem brincos, sem que alguém saiba explicar por quê. Mas professor de universidade federal, supostamente hétero, de brinco na televisão, só a pau. É pau, é pedra, é o fim do caminho...
Tomem nota!
O brasileiro custou para aprender que bebida alcoólica deve ter álcool. Se o sujeito anda afinzão de beber sem álcool, pode tomar água potável, suco de frutas, água de coco, essas coisas que não zonzeiam. Para zonzear o álcool é indispensável, como descobriram os europeus fabricando suas cervejas. As belgas com 12% de álcool por volume são comuns e deliciosas.
Tenho notícia, agora, de uma porção de cervejas brasileiras decentes. Não bebo para me encharcar, mas para ficar tonto. Hoje muito menos do que há 10, 20 anos. Quase nada comparando com os bons tempos. Ainda assim, se vou cervejar, gosto de tudo nos conformes.
Anotei os nomes das seguintes artesanais, que é para comprar quando encontrar: Perigosa (9,2%), Amburana Lager (8,4%) Bigfot (10%), Maria Degolada (10,5%). Encontrando a Maria Degolada à venda, “degolo ela” e seja o que os deuses quiserem.
O mundo é uma bola
27 de maio de 1703: o czar Pedro, o Grande, funda a cidade de São Petersburgo. Em 1923, é fundado em Braga o Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português. Em Portugal, escotismo é escutismo.
Hoje é o Dia do Profissional de Saúde, do Profissional Liberal e o Nacional da Mata Atlântica.
Ruminanças
“Algumas vezes um homem inteligente é forçado a ficar bêbado para passar o tempo com os burros” (Ernest Hemingway, 1899-1961).
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