O dinheiro fala
A LGBT Capital é uma companhia sediada em Londres e Hong Kong, especializada em administração de ativos e consultoria para empresas, com serviços dirigidos à comunidade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.
Cofundada por Paul Thompson e Anders Jacobsen, a LGBT Capital oferece consultoria de investimento especializada para o crescente mercado gay. Thompson e Jacobsen são gays.
A LGBT Capital estima que a população LGBT mundial seja de mais de 400 milhões de pessoas, com poder aquisitivo de US$ 3 trilhões --dos quais, de acordo com estimativas, os EUA respondem por US$ 750 bilhões, a Europa por US$ 870 bilhões, a Ásia por US$ 800 bilhões e a China por US$ 300 bilhões.
Em fevereiro, a LBGT Capital lançou o fundo LBGT Wealth, uma nova joint venture com a Financial Partners, de Hong Kong, dirigida à comunidade LGBT na Ásia. As grandes empresas financeiras estão lentamente seguindo a tendência. O Credit Suisse tem uma iniciativa LGBT em sua divisão de serviços bancários privados nos EUA. Continua a existir, porém, grande disparidade no mercado aos que têm estilos de vida não tradicionais e vivem uniões homossexuais.
Problemas de planejamento financeiro, aposentadoria, saúde, responsabilidade familiar e herança para casais homossexuais não são simples. E a questão não passa sem contestação, como descobriu, nesta semana, o premiê britânico, quando parlamentares conservadores da Câmara dos Comuns votaram em grande número contra a proposta de legalização do casamento gay que ele apresentou, e o governo precisou de apoio dos parceiros de coalizão liberais-democratas e da oposição trabalhista para aprovar a medida.
E o assunto tampouco é menos contencioso no Brasil. O deputado-pastor Marco Feliciano é feroz em sua homofobia, e ele é nada menos que o presidente da Comissão de Diretos Humanos e Minorias da Câmara. Feliciano chegou a justificar o assassinato de John Lennon dizendo que ele havia sido punido por Deus por afirmar que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo.
Pelo menos a Assembleia-Geral da Igreja Presbiteriana da Escócia votou nesta semana pela permissão de que homens e mulheres assumidamente homossexuais se tornem pastores. A igreja da Escócia insiste que sua política tradicional, segundo a qual o sexo deve acontecer como parte do casamento heterossexual, continua intacta. A mudança é que congregações progressistas agora podem recrutar pastores envolvidos em relacionamentos homossexuais. Uma revolução, ainda assim.
Paradas gays são uma coisa. Mas, como a LGBT Capital acredita, o dinheiro também tem voz.
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