Estado de Minas - 13/07/2013
Existe uma coleção em Belo Horizonte
que merece atenção inclusive por desbravar, editorialmente, campo
inédito: Cadernos de Estudos Avançados de Design, da Editora da Uemg. É
publicação temática e já foram lançados pela série os títulos
Multiculturalismo, Transversalidade, Sustentabilidade 1 e 2, Identidade,
Método e Inovação. Até outubro, saem mais dois volumes, Humanismo e
Emoção.
Cada livro traz, no geral, seis textos, equitativamente
divididos entre autores do exterior, do Brasil e de Belo Horizonte. A
publicação não é vendida, mas distribuída gratuitamente para
instituições de ensino com graduação e programas de mestrado e
doutorado. “Pode procurar na biblioteca delas que você vai encontrar”,
garante Dijon Moraes Júnior, designer e reitor da Universidade do Estado
de Minas Gerais (Uemg), criador da série.
A coleção surgiu da
admiração de Dijon por atividade do Centro de Estudo Teoria e Cultura em
Design, que conheceu na Escola Politécnica de Milão (Itália), durante
sua formação. Ao voltar ao Brasil, em 2004, criou grupo inspirado no
programa italiano. “A finalidade é aproximar docentes, pesquisadores e
estudiosos, buscando construir avanço na pesquisa do design como forma
de expressão e cultura material”, conta.
“Como design é atividade
nova, dinâmica, fluida, há muitos temas complexos não consolidados”,
observa o reitor. Não é publicação para iniciantes, observa. A
distribuição entre autores do exterior, do Brasil e de Minas tem motivo:
“Confrontar visões externas, revelar como o Brasil se posiciona quanto
aos temas e inserir a Uemg em debate internacional”, explica.
Traduções
O
sucesso da publicação levou à edição bilíngue. Números antigos vão
ganhar traduções. O material editado nos Cadernos vem de encontro
presencial realizado anualmente. O próximo deles, em 25 de outubro, terá
como tema Design e história. Entre os convidados estão o finlandês
Pekka Korvenmaa, o italiano Alessandro Biamonte e o cubano Sergio Peña.
“Estamos
melhor no Brasil com relação a textos sobre história do design. Mas
ainda há dificuldade de fazer prospecções, exatamente o que os Cadernos
procuram fazer”, explica Dijon. Situação, observa, que leva a ter alunos
criativos, mas sem cultura do design. Carência que o professor credita
ao fato de o design ser área complexa e transdisciplinar por excelência.
“Não há como fazer prospecção sozinho”, explica.
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