TOSTÃO
Morreu Djalma Santos, um dos craques mais bem humorados e educados do futebol brasileiro
Parabéns ao Atlético-MG pela conquista merecida da Libertadores. O time, novamente, usou muito bem as jogadas aéreas. Funciona, quando há gigantes e bons cabeceadores. Cuca é um excelente treinador, pelo que já fez na carreira, e não só porque é campeão da Libertadores. Alguns técnicos apenas razoáveis também ganharam esse título.
O Atlético-MG e as melhores equipes brasileiras, por causa da economia, têm estruturas profissionais e elencos muito superiores às dos outros times sul-americanos. Já no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que é mais importante, o Brasil está atrás de Peru, Venezuela, Uruguai, Argentina e Chile.
Escrevi, na coluna que não saiu na quarta-feira, que, depois das boas atuações da seleção e da conquista da Copa das Confederações, parece que está tudo ótimo no futebol brasileiro, dentro e fora de campo. A seleção foi um fato isolado.
Os protestos precisam continuar: fora a elitização do futebol, fora a perpetuação de dirigentes no poder, fora o iminente perdão de todas as dívidas dos clubes brasileiros com o governo (em torno de R$ 3 bilhões), fora os mais velhos ditadores, Marin, e os mais jovens, Gallo, treinador das categorias de base da Seleção, como demonstrou na entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo". Quis agradar a seu chefe (Marin), que o tinha elogiado, como futuro técnico da seleção após Felipão.
Hoje, no clássico Flamengo e Botafogo, no Maracanã, haverá um irônico e criativo protesto, contra os altos preços dos ingressos. Os homens irão de terno e gravata, e as mulheres, de vestidos longos e saltos altos.
Na coluna que não foi publicada, disse que, depois de assistir a vários jogos de Ganso, todos iguais, cheguei a uma bizarra tese, que pode estar errada, de que ele, tão criticado, tem atuado da mesma forma e com a mesma qualidade da época em que era endeusado.
Antes, como o Santos brilhava e ganhava, seus toques bonitos, precisos e inteligentes se tornaram símbolo do reencontro com os maiores armadores do passado. Hoje, como o São Paulo joga mal e perde, Ganso simboliza o futebol lento, ineficiente e ultrapassado. Os olhares mudam segundo as circunstâncias.
DJALMA SANTOS
Nesta semana, morreu Djalma Santos. Na Copa de 1966, eu tinha 19 anos, e ele, 37. Apresentei-me à seleção em Lambari, Minas Gerais.
Cheguei na hora do jantar e sentei-me à mesa, com Djalma Santos e dois estreantes, como eu.
Ele, com seu conhecido bom humor, nos tratou e a todos os funcionários e garçons do hotel com enorme educação e carinho.
Assim foi durante toda sua vida.
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