sexta-feira, 26 de julho de 2013

Papa Francisco diz no Twitter que noite em Copacabana foi "inesquecível"

Folha de São Paulo

DO RIO

Papa no BrasilEm seu Twitter oficial, o papa Francisco na manhã desta sexta-feira (26) disse que a Cerimônia de Acolhida dos jovens ontem (25) na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, foi "inesquecível", e mandou uma bênção para todos os envolvidos no evento.
Hoje, o papa tem uma extensa agenda, que começou com uma missa reservada na residência do Sumaré, onde está hospedado.
Por volta das 9h30, o sumo pontífice seguirá para a Quinta da Boa Vista, zona norte da capital fluminense, parque próximo ao estádio do Maracanã, onde ouvirá a confissão de cinco jovens da Jornada Mundial da Juventude, cada um deles representando um continente.
Às 11h30, o papa se encontra com cinco detentos no Palácio São Joaquim, sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro, na Glória, zona sul da cidade. Às 12h está prevista uma oração do Angelus Domini, que será feita no balcão central do Palácio São Joaquim.
Depois de compromissos com o comitê organizador da Jornada e de almoçar com Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, o papa Francisco volta para a residência oficial, onde ficará até 17h, quando partirá de helicóptero para o Forte de Copacabana.
Às 18h começa a via-sacra com jovens na praia de Copacabana, uma representação da vida de Cristo em plena praia que é o cartão postal da cidade.
Treze palcos foram montados ao longo do trecho de 900 metros, cada um deles destinado a encenação de uma das 14 estações da Via Sacra. A última cena será representada no palco principal, montado no Leme, diante do papa Francisco.

Papa em Copacabana

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J.P.Engelbrecht/Divulgação PRJ
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Papa Francisco participa da missa da acolhida, em Copacabana, pela Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
O PAPA NO BRASIL
Francisco encoraja luta contra a corrupção
'Nunca desanimem' diante de 'injustiças' e desvios, afirma papa em discurso para jovens de comunidade pobre no Rio
Em favela controlada por forças policiais, pontífice diz que não haverá 'pacificação' se desigualdade continuar
FABIANO MAISONNAVEENVIADO ESPECIAL AO RIONum discurso de forte conteúdo social e recheado de mensagens políticas, o papa Francisco encorajou ontem os jovens a lutar contra a corrupção e as injustiças sociais.
Visitando a favela Varginha, no Rio, que no início do ano passou a ser controlada pelas forças de segurança, o pontífice disse que nenhuma "pacificação" pode ser duradoura se as desigualdades sociais não forem corrigidas.
"Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício", disse o papa.
A fala destoou do tom pastoral que marcou seus sermões e pronunciamentos desde que chegou ao país, na segunda-feira. Até então, ele havia se limitado a tratar das questões da fé católica, sem tangenciar temas que dizem respeito ao ambiente político do Brasil nas semanas que precederam a Jornada Mundial da Juventude.
"Nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem."O discurso do papa foi interpretado como uma alusão à onda de protestos iniciada no país em junho.
O papa foi mais direto ao criticar políticas de combate à violência que não são acompanhadas de ações efetivas contra a desigualdade social.
"Nenhum esforço de pacificação' será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma."
Varginha é uma das favelas do Complexo de Manguinhos, um dos mais pobres e violentos da cidade. Em janeiro, ela ganhou uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). Lá havia uma das maiores cracolândias do Rio.
O papa exortou ainda em seu discurso ricos e dirigentes políticos a saber "dar a sua contribuição para acabar com tantas injustiças sociais".
Duro com os ricos e as classes dirigentes, Francisco elogiou a disposição de "colocar mais água no feijão" dos moradores da Varginha.
"Vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida: como diz o ditado, sempre se pode colocar mais água no feijão'! E vocês fazem isto com amor, mostrando que a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração!"
Mas, num improviso ao ler seu discurso, também fez uma breve advertência contra o consumo de álcool.
"Queria bater em cada porta, dizer bom dia', pedir um copo de água fresca, beber um cafezinho, e não um copo de cachaça, falar como a amigos de casa, ouvir o coração de cada um."

    'Estou fazendo a maior bagunça', diz papa a prefeito

    ITALO NOGUEIRA
    DO RIO
    LEANDRO COLON
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    Papa no BrasilHoras antes de ser anunciada a mudança do local da missa final da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco brincou com o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
    "Estou fazendo como você falou para mim: não estou respeitando as regras e fazendo a maior bagunça. Obrigado pelo esforço que você tem feito", disse o pontífice, ao ser recebido por Paes na prefeitura ontem.
    Segundo o prefeito, o papa ainda o aconselhou sobre como acabar com a chuva que atinge a cidade desde o início da semana.
    "Ele disse: 'Tem até sol, mas está acima das nuvens'. E sugeriu mandar 12 ovos para as freiras clarissas, para santa Clara ajudar a melhorar o tempo. Vou providenciar urgente", disse Paes.
    É uma tradição católica pedir para santa Clara fazer parar de chover. Há várias simpatias: desde colocar ovos na janela e rezar à santa até levar alguns deles para as freiras clarissas.
    Paes ainda fez brincadeiras ao apresentar ao papa o coordenador técnico da seleção de futebol, Carlos Alberto Parreira, e o jogador de basquete Oscar Schmidt. O prefeito disse que ambos ganharam muito da Argentina, terra natal de Francisco.
    O pontífice foi à sede da Prefeitura do Rio para receber a chave da cidade e abençoar bandeiras olímpicas e paraolímpicas.

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