quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cérebro de dinossauro programado para voar‏


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Estado de Minas: 01/08/2013 


O cérebro do dinossauro Archaeopteryx lithographica pode ter sido mais parecido com o dos seus parentes dinossauros com penas do que com o das aves modernas. Antes, acreditava-se que as características cerebrais desse dinossauro estavam no meio do caminho entre o pequeno cérebro de répteis e o órgão hiperinflado dos pássaros. Uma descoberta publicada hoje na revista Nature, porém, sustenta a ideia de que o cérebro do Archaeopteryx já apresentava características evolutivas necessárias para o voo e que outros dinossauros com penas podem ter tido capacidade para voar. 

O Archaeopteryx era visto pelos estudiosos como um fóssil de transição entre répteis e aves, mas, nos últimos anos, outros dinossauros com penas foram descobertos e abriram novas possibilidades de estudo. Uma expansão do cérebro em relação ao tamanho do corpo distingue as aves dos répteis vivos e é fundamental por fornecer capacidades neurológicas importantes para que elas tenham capacidade de voar. Pouco se conhecia sobre a história evolutiva dessa expansão identificada nos pássaros. Por meio de tomografia computadorizada de alta resolução, pesquisadores da Universidade de Columbia, do Instituto de Tecnologia de Nova York, do Museu Americano de História Natural e da Universidade do Texas, todos nos Estados Unidos, avaliaram e compararam o volume craniano de aves de hoje com a de alguns dinossauros, entre eles o Archaeopteryx.
A comparação levou à conclusão de que o cérebro do animal considerado ancestral das aves é menor e menos desenvolvido do que o de outros dinossauros com penas, mas já programado para voar. Esse resultado traz força à hipótese de estudos recentes que sugerem que o Archaeopteryx, hoje conhecido como primeiro parente das aves, não foi o único dinossauro com penas capaz de realizar alguma forma de voo.

Possíveis mudanças Ainda não está claro se o cérebro do Archaeopteryx continuará a ocupar um espaço único e intermediário entre répteis e aves em relação a capacidades neurológicas evolutivas que permitem o voo. Isso porque o estudo americano também indica que o cérebro desse animal, na verdade, está mais relacionado com o dos dromeossauros e troodontidaes do que com o das aves modernas.
A hipótese de que os dromeossauros e os troodontidaes, como o Zanabazar junior, tinham as capacidades neurológicas para voar ou alguma condição intermediária para tal é condizente com a descoberta recente dos americanos e reforça a possibilidade de que o modo como a relação evolutiva entre répteis e aves seja repensado.
Os pesquisadores, no entanto, afirmam que apenas o volume do crânio não é capaz de contar toda a história evolutiva. Mesmo se as características cerebrais de volume fossem as mesmas, diferenças estruturais e de forma podem ter implicação funcionais e sistemáticas importantes que impedissem que, de fato, existisse nessas outras espécies de dinossauros a capacidade de voar.

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