O custo da obesidade
Usuários de planos fizeram 32,4 mil cirurgias bariátricas em 2012
René Berindoague
Mestre e doutor em cirurgia geral, especializado em aparelho digestivo, diretor técnico do Instituto Mineiro de Obesidade
Estado de Minas: 30/11/2013
Não é novidade que a
população brasileira e mundial está mais obesa a cada ano. Além dos
malefícios óbvios à saúde, o problema, em uma visão macro, resulta em
danos à economia nacional ao onerar os gastos com saúde. Os dados dos
últimos levantamentos não são animadores. A pesquisa Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel 2012), feita pelo Ministério da Saúde, revelou que
51% da população, com mais de 18 anos, está acima do peso. Em 2006, o
índice era 43%. Já as despesas com a saúde podem ser observadas em um
levantamento feito pela Universidade de Brasília (UnB) e divulgado pelo
Ministério da Saúde.
O custo com internações e tratamentos relacionados à obesidade na rede pública, apenas no ano de 2011, chegou a R$ 490 milhões. A estimativa considera o atendimento de problemas diretamente relacionados à obesidade e cuidados com 26 doenças relacionadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão arterial e diversos tipos de câncer.
Ao avaliar o gasto real, o montante pode ser muito maior, uma vez que a pesquisa avalia somente o impacto no Sistema Único de Saúde, sem incluir a rede privada, ainda preferida para realização da cirurgia de redução de estômago. Em 2012, os brasileiros segurados de planos fizeram 32.456 cirurgias bariátricas, 17,6% a mais que as feitas no ano anterior. Nos hospitais públicos, foram cerca de 6 mil cirurgias de redução de estômago. Das 38,5 mil cirurgias realizadas no ano, 84% foram feitas no setor privado. A inclusão da videolaparoscopia na lista de cobertura dos planos de saúde é um dos fatores que influenciou essa diferença. Desde o início do ano passado, quando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tornou obrigatório o custeio do procedimento pela rede privada e proibiu a venda de alguns medicamentos redutores de apetite, o número de operações cresce significativamente e, hoje, o Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos.
Uma medida do governo federal poderá contribuir com a redução dos custos, pelo menos, das cirurgias. Segundo informações publicadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabologia (SBCBM), o governo federal está analisando a possibilidade de incluir a cobertura da cirurgia menos invasiva por videolaparoscopia na rede pública, como sugestão feita pela própria SBCBM. A medida reduziria, consideravelmente, os custos com a doença.
A videolaparoscopia é um método não invasivo feito com o auxílio de uma microcâmera. O tempo de cirurgia é reduzido pela metade, abreviando em três vezes o período necessário para internação com melhor cicatrização, tendo menor incidência de dor e eficiente recuperação pós-operatória. Enquanto um paciente, submetido ao procedimento tradicional, leva até dois meses para retomar sua rotina, com a cirurgia minimamente invasiva, esse período é de apenas 10 dias. O tratamento utilizando-se a tecnologia também é menos oneroso com todos esses benefícios.
O custo com internações e tratamentos relacionados à obesidade na rede pública, apenas no ano de 2011, chegou a R$ 490 milhões. A estimativa considera o atendimento de problemas diretamente relacionados à obesidade e cuidados com 26 doenças relacionadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão arterial e diversos tipos de câncer.
Ao avaliar o gasto real, o montante pode ser muito maior, uma vez que a pesquisa avalia somente o impacto no Sistema Único de Saúde, sem incluir a rede privada, ainda preferida para realização da cirurgia de redução de estômago. Em 2012, os brasileiros segurados de planos fizeram 32.456 cirurgias bariátricas, 17,6% a mais que as feitas no ano anterior. Nos hospitais públicos, foram cerca de 6 mil cirurgias de redução de estômago. Das 38,5 mil cirurgias realizadas no ano, 84% foram feitas no setor privado. A inclusão da videolaparoscopia na lista de cobertura dos planos de saúde é um dos fatores que influenciou essa diferença. Desde o início do ano passado, quando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tornou obrigatório o custeio do procedimento pela rede privada e proibiu a venda de alguns medicamentos redutores de apetite, o número de operações cresce significativamente e, hoje, o Brasil está atrás apenas dos Estados Unidos.
Uma medida do governo federal poderá contribuir com a redução dos custos, pelo menos, das cirurgias. Segundo informações publicadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabologia (SBCBM), o governo federal está analisando a possibilidade de incluir a cobertura da cirurgia menos invasiva por videolaparoscopia na rede pública, como sugestão feita pela própria SBCBM. A medida reduziria, consideravelmente, os custos com a doença.
A videolaparoscopia é um método não invasivo feito com o auxílio de uma microcâmera. O tempo de cirurgia é reduzido pela metade, abreviando em três vezes o período necessário para internação com melhor cicatrização, tendo menor incidência de dor e eficiente recuperação pós-operatória. Enquanto um paciente, submetido ao procedimento tradicional, leva até dois meses para retomar sua rotina, com a cirurgia minimamente invasiva, esse período é de apenas 10 dias. O tratamento utilizando-se a tecnologia também é menos oneroso com todos esses benefícios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário