ARIANO SUASSUNA
Escritor, na abertura da primeira edição da Flupp
Literatura nas favelas
Nesta semana, debates literários, livros e exposições tomaram as favelas do Fallet e dos Prazeres, em Santa Teresa, durante a primeira edição da Festa Literária Internacional das UPPs (Flupp). Em um charmoso casarão no alto do morro, as narrativas de Lima Barreto, homenageado da edição, além de outros temas foram debatidos por autores em mesas variadas. A programação seguirá até amanhã à noite.
A Flupp foi inaugurada na quarta-feira com uma pequena versão da tradicional aula-espetáculo do escritor pernambucano Ariano Suassuna. Durante a abertura, o autor contou alguns “causos” e lembrou Machado de Assis para tentar explicar a importância da nova festa.
— O convite para participar da Flupp me tocou muito. Machado de Assis dividia o Brasil em dois: o real e o oficial. Esta festa é para o Brasil real — afirmou escritor.
Nos moldes da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que espalha tendas com atividades culturais no centro da cidade histórica do sul fluminense, os diversos espaços da Flupp abrigaram contação de histórias para os pequenos na Flupp Parque, a exposição sobre Lima Barreto no Espaço Clara dos Anjos e debates na Tenda Policarpo Quaresma.
Além de escritores brasileiros, como João Ubaldo Ribeiro e Ana Maria Machado, autores britânicos também participaram da Flupp, apoiados pelo projeto Transform de intercâmbio cultural do British Council. Yvvette Edwards, Kei Miller e Naomi Alderman trocaram ideias sobre as diferenças e similaridades da produção literária brasileira e da britânica. Para Suzie Nicklin, diretora de literatura do British Council, um dos objetivos do programa é “desconstruir os estereótipos por meio da literatura”.
Hoje, o poeta Ferreira Gullar participa da mesa “O Brasil dos meus poemas”, com mediação do curador da Flip, Miguel Conde, às 17h. (Mariana Moreira) l
Nenhum comentário:
Postar um comentário