Erros ortográficos e gramaticais afetam traduções de games lançados no Brasil; jogos dublados têm sotaque americano
ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO
A era dos games dublados e legendados em português ainda está na infância.
No passado, a existência de jogos traduzidos para o nosso idioma dependia de legendas caseiras, sem autorização das produtoras, feitas por fãs dedicados.
Hoje, Sony e Microsoft já têm mais da metade de seus jogos traduzidos, segundo as próprias empresas.
Sequências esperadas, prestes a serem lançadas, como "God of War: Ascension", "Call of Duty: Black Ops 2" e "Halo 4", contarão com texto e/ou áudio em português.
Como é um processo que começou há cerca de dois anos, parte das traduções ainda tropeça em erros, termos "emprestados" do português de Portugal e pronúncias com carregado sotaque norte-americano.
"As empresas devem, em caso de erro nas legendas, oferecer atualizações gratuitas. E quem quiser pode trocar o jogo ou pedir o dinheiro de volta", afirma Maria Inês Dolci, diretora da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e colunista daFolha.
No mês passado, a Proteste enviou uma solicitação ao DPDC (Departamento de Proteção dos Direitos do Consumidor) do Ministério da Justiça: tomar providências sobre erros e termos equivocados na legendagem dos games "Mortal Kombat" e "Gears of War 3". "Avaliamos que as falhas afetam o entendimento do jogo", diz Dolci.
O caso começou em janeiro, quando a Proteste notificou a Warner e a Microsoft (produtoras dos games) por causa das falhas. A Microsoft disse que os erros são "bem pequenos" e não comprometem a experiência. A Warner não se pronunciou, mas, à época das críticas a "Mortal Kombat", prometeu corrigir os erros. Até hoje, nenhuma modificação foi feita.
O DPDC disse que espera detalhes dos estudos para decidir se tomará providências.
Mas nem tudo são trevas: alguns jogos, como "Halo 4" e a franquia "The Sims", são pontos fora da curva e têm excelentes traduções.
"A tendência é que as empresas adquiram experiência e melhorem. Mas para isso precisamos apontar os erros e cobrar soluções", diz Dolci.
Busca de voz do Google entende bem português
Recurso de nova versão do app para iOS é vantagem sobre Siri, da Apple
Em inglês, novidades incluem linguagem natural e resultados falados, presentes no Siri e no Google Now
DE SÃO PAULO
O Google lançou a versão 2.5 do seu aplicativo de busca para iOS, sistema usado no iPhone, no iPad e no iPod Touch (bit.ly/googleios).
Agora, o app tem um recurso de reconhecimento de voz que entende bem o português -diferentemente do Siri, assistente virtual da Apple, que não compreende o idioma.
Para fazer pesquisas por voz, é só abrir o aplicativo, apertar o ícone de microfone e falar. Uma breve pausa basta para a busca ser realizada.
A transcrição de palavras em português -incluindo nomes próprios- está rápida e precisa. A versão 2.0 já tinha reconhecimento de voz, mas o recurso falhava muito com termos em português. Agora, os erros são poucos.
O app não funciona com mais de um idioma simultaneamente. Para trocar a língua, aperte o ícone de engrenagem e o item "Pesq. por voz".
A nova versão lembra um pouco o Google Now, assistente virtual incluído no Android (a partir da versão 4.1). Alguns resultados são apresentados com um visual diferente. Por exemplo, uma pesquisa sobre clima exibe um painel gráfico com a previsão do tempo para os próximos dias.
Além de entender melhor o português, o novo app oferece um reconhecimento de voz mais rápido e sofisticado.
A busca em inglês permite o uso de linguagem mais natural, como em "what's the weather like tomorrow morning?" (como estará o tempo amanhã de manhã?). "Show me pictures of whales" (mostre-me imagens de baleias) redireciona automaticamente para a busca de imagens.
O aplicativo ainda fala em voz alta resultados para algumas buscas em inglês.
Tanto o uso de linguagem natural quanto os resultados falados são recursos presentes no Google Now e no Siri.
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