ENTREVISTA
DO ENVIADO A WESTERLY
Lucas Ferraz/Folhapress | |
Thomas Skidmore, em seu quarto em asilo na cidade de Westerley |
Aposentado desde 2001 da Universidade de Brown, Thomas Skidmore segue estudando o Brasil. Ele recebe do amigo David Fleischer, professor da Universidade de Brasília, uma compilação semanal de notícias sobre o país.
Com dificuldades para pronunciar palavras por causa do Alzheimer, seja em inglês ou português, ele diz que o trunfo do Brasil foi ter conseguido equilibrar o jogo ideológico.(LF)
Thomas Skidmore - O Brasil tem uma capacidade de assimilação grande, que em certo sentido se parece com os EUA. É um país formado por imigrantes. Veja a relação Dilma e Bulgária. Parece improvável. O pluralismo é uma grande lição do Brasil.
O sr. tem acompanhado essa excitação internacional em torno do país?
O Brasil criou um modelo único, entre o público e o privado, que funciona muito bem. E soube equilibrar o jogo ideológico, que o levou a outra categoria. Por isso todo mundo está olhando para ele.
O que acha de Dilma?
Gosto dela, a Dilma é um tanque, tem um instinto político muito bom, admiro a maneira como ela trata o governo. É muito difícil para uma mulher governar um país latino-americano, você precisa mostrar que tem um pouco de característica de homem.
O sr. jantou com o embaixador americano no Brasil em 31 de março de 1964, um dia antes do golpe. Ficou sabendo o que aconteceria?
Sim, ele indicou naquela noite o que estava vindo. Era óbvio que a embaixada americana ajudava a oposição. No jantar, [o embaixador Lincoln] Gordon foi passar um telegrama para Lyndon Johnson [presidente dos EUA] contando as novas e pedindo que o governo americano reconhecesse o regime. Ele disse que tinha ganhado. Foi um momento de clímax.
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