VANESSA VÊ TV
VANESSA BARBARA vanessa.barbara@uol.com.br
Bolhas e joanetes
Aos 46 anos, Amy Sherman-Palladino é famosa pela ousadia de seus chapéus e pelos roteiros da série "Gilmore Girls", comédia da Warner que durou sete anos e foi sucesso de público.
Filha de um comediante e uma dançarina, ela tenta unir esses dois talentos herdados na nova série "Bunheads" (gíria para as bailarinas com seus coques de cabelo), que estreou nos Estados Unidos em junho, sem previsão de lançamento no Brasil.
Na trama, uma ex-dançarina de Las Vegas com sólida formação clássica (Sutton Foster) decide se casar por impulso e vai parar na bucólica cidadezinha de Paradise, onde ajuda a gerenciar a escola de balé da sogra.
À semelhança de "Gilmore Girls", temos um vilarejo cheio de tipos excêntricos e duas protagonistas sarcásticas, que falam muito rápido enquanto andam ou sapateiam -uma delas é Kelly Bishop, ex-Emily Gilmore.
As principais diferenças são o tom mais dramático de "Bunheads", que, após dez episódios, ainda não encontrou um equilíbrio, misturando cenas mais escrachadas com momentos pungentes, sem grande critério.
Se a série às vezes escorrega, talvez seja só questão de alinhar os ombros, elevar o queixo e levantar a perna, como a protagonista tentando corrigir um "arabesque" de uma aluna.
Há momentos que evidenciam a beleza de "Bunheads" e seu potencial dançarino-dramático: primeiro, o balé de "Picture in a Frame", de Tom Waits, apresentado pelo núcleo jovem da trama num velório.
Segundo, a brasileira Julia Goldani Telles fazendo a coreografia raivosa de "Istanbul (Not Constantinople)", da banda They Might Be Giants. Ela faz parte do quarteto de bailarinas adolescentes que gravita em torno da protagonista.
Já no terceiro episódio, um instante digno de "Gilmore Girls": do lado de fora da escola, as meninas tiram fotos dos pés para uma competição. Quanto pior o estado dos pés, melhor o estúdio de dança. "La Cañada é difícil de ganhar. Aquelas garotas têm pés revoltantes", dizem.
"Unha quebrada não é nada. Se estiver infeccionada, aí podemos conversar", declara uma delas.
Para perplexidade da protagonista, alguém exibe com orgulho "cinco bolhas, uma unha encravada, cascas de ferida e descamação". "Isso está muito bom. Mas essa bolha vai ficar muito mais nojenta se estourar."
E seguem felizes, elencando coisas repulsivas e fazendo trocadilhos sem pausa para respirar.
Filha de um comediante e uma dançarina, ela tenta unir esses dois talentos herdados na nova série "Bunheads" (gíria para as bailarinas com seus coques de cabelo), que estreou nos Estados Unidos em junho, sem previsão de lançamento no Brasil.
Na trama, uma ex-dançarina de Las Vegas com sólida formação clássica (Sutton Foster) decide se casar por impulso e vai parar na bucólica cidadezinha de Paradise, onde ajuda a gerenciar a escola de balé da sogra.
À semelhança de "Gilmore Girls", temos um vilarejo cheio de tipos excêntricos e duas protagonistas sarcásticas, que falam muito rápido enquanto andam ou sapateiam -uma delas é Kelly Bishop, ex-Emily Gilmore.
As principais diferenças são o tom mais dramático de "Bunheads", que, após dez episódios, ainda não encontrou um equilíbrio, misturando cenas mais escrachadas com momentos pungentes, sem grande critério.
Se a série às vezes escorrega, talvez seja só questão de alinhar os ombros, elevar o queixo e levantar a perna, como a protagonista tentando corrigir um "arabesque" de uma aluna.
Há momentos que evidenciam a beleza de "Bunheads" e seu potencial dançarino-dramático: primeiro, o balé de "Picture in a Frame", de Tom Waits, apresentado pelo núcleo jovem da trama num velório.
Segundo, a brasileira Julia Goldani Telles fazendo a coreografia raivosa de "Istanbul (Not Constantinople)", da banda They Might Be Giants. Ela faz parte do quarteto de bailarinas adolescentes que gravita em torno da protagonista.
Já no terceiro episódio, um instante digno de "Gilmore Girls": do lado de fora da escola, as meninas tiram fotos dos pés para uma competição. Quanto pior o estado dos pés, melhor o estúdio de dança. "La Cañada é difícil de ganhar. Aquelas garotas têm pés revoltantes", dizem.
"Unha quebrada não é nada. Se estiver infeccionada, aí podemos conversar", declara uma delas.
Para perplexidade da protagonista, alguém exibe com orgulho "cinco bolhas, uma unha encravada, cascas de ferida e descamação". "Isso está muito bom. Mas essa bolha vai ficar muito mais nojenta se estourar."
E seguem felizes, elencando coisas repulsivas e fazendo trocadilhos sem pausa para respirar.
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