terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mundo pode esquentar 4º C, diz relatório


Estudo encomendado pelo Banco Mundial afirma que, sem ação dos países, aumento ocorreria por volta de 2060
Mudança teria efeitos sérios sobre chuvas e vida marinha; para cética, previsão é apenas "um cenário"
FERNANDO MORAESCOLABORAÇÃO PARA A FOLHASe o mundo ficar de braços cruzados, um aumento de até 4º C na temperatura média do planeta pode ocorrer até o ano de 2060, afirma um novo relatório encomendado pelo Banco Mundial.
Segundo o estudo, mesmo que as reduções de gases do efeito estufa definidas nas recentes cúpulas do clima sejam implementadas, há cerca de 20% de chance de que esse aumento de temperatura ocorra até o fim do século.
O levantamento, divulgado ontem, foi coordenado por uma equipe do Instituto de Pesquisa sobre Impactos Climáticos de Potsdam (Alemanha), um dos grupos mais importantes da área no mundo.
Admitindo as incertezas desse tipo de previsão, o estudo procura mostrar os possíveis efeitos de tal aumento de temperatura para o planeta e, principalmente, para os países em desenvolvimento, os mais vulneráveis às mudanças climáticas.
PROBABILIDADE
O risco dos possíveis impactos é definido como o "impacto multiplicado pela probabilidade", ou seja, um evento com pouca probabilidade pode ter alto risco se ele trouxer consequências sérias.
A concentração de dióxido de carbono, um dos principais gases do efeito estufa, vem aumentando substancialmente a acidez dos oceanos. Segundo relatório, o aumento previsto de 4º C na temperatura implicaria um aumento de 150% na acidez dos mares.
Isso poderia levar a sérios danos aos recifes de corais, muito sensíveis a mudanças do tipo, e teria fortes consequências para as várias espécies dependentes deles e para as populações que exploram o turismo nessas áreas.
A temperatura prevista em 2100 pode acarretar o aumento de até um metro no nível do oceano. Além dos riscos mais óbvios, como a inundação de áreas costeiras, isso traria mudanças nas correntes marítimas e nos padrões dos ventos, com um aumento de ciclones tropicais e outros eventos climáticos.
Haveria também uma tendência maior ao clima extremo, com mais seca no sul da Europa e em partes das Américas do Sul e do Norte, entre outras áreas, bem como grande umidade nas altas latitudes do hemisfério Norte.
Na Amazônia, um aumento de cerca de 2º C até 2050 poderia dobrar o número de incêndios na floresta. "De fato, num planeta 4º C mais quente, a mudança climática pode se tornar a força motriz das mudanças nos ecossistemas, ultrapassando a destruição de habitats como grande ameaça à biodiversidade", afirma o relatório.
"A mudança climática e o aumento da concentração de de CO2 pode levar os ecossistemas da Terra a um estado desconhecido na experiência humana", completa.
'AMEDRONTADA'
"O objetivo desse e de muitos relatórios semelhantes é manter a população amedrontada por uma ameaça irreal, manter os cientistas na sua posição de destaque na sociedade, manter os governos elaborando leis e arrecadando impostos envolvendo o clima, manter ONGs ambientalistas arrebanhando adeptos", critica Daniela Onça, da Universidade do Estado de Santa Catarina.
Daniela foi uma das signatárias de uma carta aberta à presidente Dilma negando o aquecimento global.
Ela diz que a projeção catastrofista do aumento da temperatura "não é uma previsão, é um cenário, uma possibilidade que tem tanto valor quanto qualquer outra".
"É fato que o homem afeta o clima em escala local, mas não tem a capacidade de alterar os fluxos de matéria e energia em escala planetária", completa.

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário