segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Aplicativos e a ilusão de privacidade

FOLHA DE SÃO PAULO

INTERNETS
Semana passada uma briga tomou conta das internets: a batalha entre os aplicativos Snapchat e Poke. O conceito é simples. Você envia mensagens para os amigos, que se autodestroem no tempo que você escolher (10, 5, 3 ou até 1 segundo).
Vale para qualquer conteúdo: fotos, vídeos, texto etc. É como a carta que se autodestroi em filmes como "Missão Impossível", só que aplicada à comunicação pela rede.
O Snapchat ficou popular entre pessoas em busca de privacidade, incluindo adolescentes que enviam imagens comprometedoras para os amigos (prática conhecida como "sexting"). O serviço, criado por dois alunos de Stanford, decolou a ponto de ter 20 milhões de imagens compartilhadas por dia.
Há na ideia o potencial para um novo fenômeno, tão grande como o Instagram. Só que tanto sucesso incomodou o Facebook. A rede social decidiu criar sua própria versão, chamada Poke. Lançado há uma semana, foi direto ao topo de aplicativos mais baixados da Apple. O serviço é o mesmo. Só que permite enviar mensagens para a lista de contatos do Facebook.
Ambos vendem uma falsa ideia de privacidade. As mensagens de fato somem depois de um tempo. Mas nada impede que alguém tire um "screenshot" da tela do celular. Ou mesmo uma foto da própria tela do aparelho.
O Facebook aparentemente mantém todas as imagens armazenadas nos seus servidores até dois dias depois do envio, para evitar problemas jurídicos.
Com isso, para quem quer privacidade para valer, esses aplicativos não são solução.
READER
JÁ ERA Ostentação só para ricos
JÁ É Funk ostentação (bit.ly/N7ol0M)
JÁ VEM Brega ostentação (bit.ly/TqZxH0)

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