Prefeito eleito convida Marcelo Rehder a ficar no cargo; secretário Miguel Bucalem será conselheiro na gestão
Petista, que elogiou o prefeito na cerimônia de diplomação, quer mostrar que incentiva a aproximação PT-PSD
Kassab não pediu. Foi Haddad quem consultou o prefeito sobre a possibilidade de manter algum de seus auxiliares do primeiro escalão.
Trata-se de um sinal que Haddad emite à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que está fazendo sua parte para garantir a aproximação do PT com o PSD.
Haddad se esforça para elogiar Kassab publicamente. Ontem, na sua diplomação, gastou um minuto e meio para elogiar o comportamento do prefeito na transição.
"O prefeito tem se conduzido da maneira mais adequada, mais comprometida com o futuro da cidade, tem colocado 100% de sua equipe à disposição", disse.
Depois, em entrevista coletiva, retomou os afagos.
"Quando tem uma eleição e um novo prefeito vai assumir, a conduta daquele que está deixando o cargo faz muita diferença para a democracia. E eu não tenho reparos à maneira como ele [Kassab] vem se conduzindo."
REUNIÕES
Além de passar as informações à equipe de transição, Kassab tem tomado a iniciativa de informar Haddad sobre eventuais problemas.
Foi assim no caso da compra de uniformes escolares, que está atrasada pela resistência de empresas em oferecer parte do material pelo valor estabelecido em licitação.
Kassab também convida seu sucessor para as reuniões setoriais com a atual equipe. Na segunda-feira, por exemplo, Haddad participou da exposição de técnicos da prefeitura sobre áreas de risco.
No primeiro dia após a eleição, Kassab disse que o PSD apoiaria Haddad, discurso que encontra resistência entre vereadores da legenda.
Haddad vai hoje com a família para o litoral nordestino. Quando voltar, após o Natal, vai bater o martelo sobre a permanência de Rehder.
Outros auxiliares de Kassab serão aproveitados. O secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, que voltará a dar aulas na Escola Politécnica da USP, será conselheiro da SP Urbanismo -receberá R$ 6.000 por mês.
FRASES
ANTES
"Temos o pior prefeito do país, todas as pesquisas mostram. A Dilma está cuidando do povo e nós temos um prefeito que não quer saber. A cidade está muito abandonada"
FERNANDO HADDAD (PT)
em comício em Interlagos, na zona sul, em 19 de agosto
em comício em Interlagos, na zona sul, em 19 de agosto
DEPOIS
"O prefeito tem se conduzido da maneira mais adequada, mais comprometida com o futuro da cidade, colocado 100% de sua equipe à disposição. Não tenho reparos à maneira como ele vem se conduzindo"
FERNANDO HADDAD (PT)
na cerimônia de diplomação, ontem
na cerimônia de diplomação, ontem
DIPLOMA NA MÃO
Os vereadores Paulo Telhada (PSDB) e Conte Lopes (PTB), ambos da reserva da PM, levaram práticas militares à diplomação dos vereadores ontem, na Sala São Paulo. Cada aperto de mão era precedido de uma continência. Telhada, ex-comandante da Rota, estava fardado.
Black power
Já o vereador Netinho de Paula (PCdoB) ergueu os punhos cerrados assim que recebeu o diploma, em gesto parecido com o dos Panteras Negras, movimento político da comunidade negra americana, fundado nos anos 1960. Netinho será o secretário de Igualdade Racial na gestão de Haddad.
Vereadores 3G
Durante o discurso de Roberto Tripoli (PV), o vereador mais votado nas eleições, cinco colegas dele -Antonio Donato (PT), Juliana Cardoso (PT), Patrícia Bezerra (PSDB), Edir Sales (PSD) e Eduardo Tuma (PSDB)- passaram boa parte do tempo digitando ou lendo mensagens no celular.
Luz na passarela
A vereadora Noemi Nonato (PSB) destoou dos demais colegas no quesito "traje de diplomação". Um vestido laranja fluorescente se destacava em meio a ternos cinzas ou pretos e vestidos escuros.
Opositor?
Assim que Fernando Haddad (PT) foi diplomado prefeito de São Paulo, o vereador Milton Leite, do DEM, partido que faz oposição ao PT no plano nacional, se levantou para abraçá-lo. O parlamentar não confirma se fará oposição ao petista. "Aê, Miltão!", gritaram os colegas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário