Painel - Vera Magalhães

folha de são paulo

Acerto de contas

Surpresos com a revelação, em artigo ontem na Folha, de que Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) declarará vagos mandatos de condenados no mensalão, petistas acusam o novo presidente da Câmara de descumprir promessa de campanha e mudar seu discurso em retaliação às traições atribuídas ao PT na eleição da Mesa. Deputados lembram ainda que Valdemar Costa Neto (PR-SP) agiu para retirar Inocêncio Oliveira (PR-PE) do páreo, evitando indigesto segundo turno.

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Tá quente "Ele [Alves] não tem sustentação política para tomar decisão de ofício", diz um parlamentar petista que defende rito prolongado para dar sobrevida a José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Costa Neto.
Tá frio A conduta do peemedebista, contudo, encontra respaldo em setores do PT que tentam "virar a página do mensalão" e diminuir a tensão institucional. "A Câmara não pode mais ficar sob fogo cruzado", contemporiza um petista da ala moderada.
Maior apoio Marta Suplicy rasgou elogios a Gabriel Chalita (PMDB-SP) durante passagem pelo sambódromo paulistano, na sexta-feira. Abraçada ao peemedebista, a ministra da Cultura disse: "Adoro o Chalita e acho que ele tem que ser ministro. Seria bom para o governo".
Picuinha O PMDB já avisou a Chalita que ele será indicado para presidir a Comissão de Educação na Câmara caso não seja acomodado na Esplanada. A ideia é dificultar interlocução com Aloizio Mercadante, ministro da área e acusado de trabalhar contra o deputado no governo.
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Esplanada rock Aguinaldo Ribeiro (PP) concedeu entrevista para a revista 'Rolling Stone' contando sua trajetória de metaleiro. O hoje ministro das Cidades, cujo nome artístico era "Guiga Ribeiro", teve duas bandas quando jovem na Paraíba.
Nos olhos... Entidades representativas de juízes reagiram mal à pregação do corregedor do CNJ, Francisco Falcão, pela proibição de que magistrados participem de eventos patrocinados. Dizem que as associações conversavam com o órgão para lançar proposta conjunta de regulamentação, e o ministro atravessou a negociação.
... dos outros Indignados, magistrados dizem que Falcão agora precisará mostrar o mesmo empenho na aprovação de proibição para que filhos de ministros advoguem nos tribunais superiores em que os pais atuam.
DNA O escritório de dois dos filhos do corregedor, Djaci e Luciana Falcão, com sede em Brasília, tem várias causas em curso no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Clonagem Pedro Simon (PMDB-RS) acusa a Mesa Diretora do Senado de copiar seu projeto que tramita desde 2011 prevendo a função de ombudsman para todos os veículos de comunicação oficiais da Casa. O cargo foi instituído por José Sarney (PMDB-AP) no último dia de seu mandato na presidência.
Subterrâneo Programa de enterramento de fios e cabos que Fernando Haddad (PT) incorporará ao "Cidade Limpa", vitrine da gestão do antecessor, Gilberto Kassab, contempla inicialmente a avenida Santo Amaro e as ruas Voluntários da Pátria, Teodoro Sampaio e Augusta.
Anote aí Em sua estreia como prefeito no Carnaval de Salvador, ACM Neto (DEM) se empenha em rechaçar a hipótese de candidatura ao governo baiano na eleição de 2014 em possível aliança com o PSDB. "Depois de disputar quatro eleições seguidas, não vou precisar disputar a próxima", disse o prefeito.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

TIROTEIO

A Constituição da África do Sul deveria ser exemplo: condenado em única instância, o réu tem direito à revisão do julgamento.

DO CRIMINALISTA ANTÔNIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, comentando a indefinição sobre embargos infringentes no julgamento do mensalão.

CONTRAPONTO

Da carochinha
Ao tomar posse como prefeito de São Paulo em 2005, José Serra (PSDB) teve de negociar com o grupo de vereadores chamado de Centrão, que reunia políticos de várias siglas do "baixo clero".
Em seu discurso, o tucano citou trecho do livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, uma fábula sobre o totalitarismo. Dias depois, um dos vereadores se aproximou de um assessor do prefeito e disse:
-Ele fez um discurso brilhante. Esse livro é ótimo!
Antes que o assessor replicasse, o vereador emendou:
-Minha neta tem em casa. É um livro infantil, não é?