A verdade nos livros
SÃO PAULO - A Comissão Nacional da Verdade pretende, como noticiou esta Folha, questionar o teor do material de colégios administrados pelas Forças Armadas.Os comissários nomeados pela presidente Dilma Rousseff talvez tenham coisa mais importante a fazer do que vasculhar o programa de história dos 14 mil alunos, entre 11 e 17 anos, inscritos em escolas militares. O Brasil tem mais de 50 milhões matriculados no ensino básico.
A comissão preocupa-se com certas omissões e versões constantes no material. Militares moderados e respeitadores da lei teriam desfechado a "Revolução" de 1964; omite-se que o presidente João Goulart estava no Brasil quando seu cargo foi declarado vago e que militantes do PC do B foram massacrados no Araguaia.
Leituras enviesadas e omissões, de fato. Outros exemplos, mas com o sinal trocado, existem a mancheias nos livros didáticos e nas barbaridades ideológicas ditas diariamente a dezenas de milhões de crianças e adolescentes indefesos Brasil afora.
Vamos criar comissões da verdade histórica e de prevenção ao bullying militante para rever tudo isso? Seriam na melhor hipótese inúteis e, na pior, perigosas. Esse é um controle típico das tiranias.
Mas é curioso notar como um pacote dito progressista vai sendo entregue a nossos alunos sem grande questionamento. Mistura elementos clássicos da esquerda, como o ódio à competição, ao lucro, ao capital e ao êxito individual.
Agrega, também, itens de crença recentes, absorvidos após a ruína do socialismo soviético. Destaca-se o comunitarismo ambiental, neopagão, que mitifica a natureza, as árvores e os bichos, elegendo a agricultura comercial, a indústria e o consumo de massas como inimigos.
O padrão de ensino no Brasil tem interpretação em excesso e falta de ênfase no conhecimento básico. Enquanto isso, a China "socialista" investe na matemática.
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