segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mônica Bergamo

folha de são paulo

SALVADOR
UMA FEIJOADA COM GIL E SPIKE LEE
O cineasta americano Spike Lee olha para o homem ao seu lado dos pés à cabeça. "Sou do Rio, judeu, branco assim", diz Jaques Wagner (PT-BA), alisando a própria pele. "E fui eleito duas vezes governador da Bahia."
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Lee chega ao apartamento de Gilberto e Flora Gil em Salvador, anteontem, às 16h, no fim de uma feijoada oferecida pelo casal a amigos.
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Alguns dos personagens que o diretor entrevistou para o documentário que prepara sobre a cultura afro do país, "Go Brazil Go", passaram por lá, como o prefeito soteropolitano, ACM Neto (DEM-BA), e o próprio anfitrião. Com o governador, conversaria ontem. No ano passado, ele esteve com Dilma Rousseff em Brasília.
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Lee conta ter ouvido dizer que "Dilma" (pronuncia "Diúma") está na cidade. Gostaria de conversar com a presidente. "Ela está descansando", explica Wagner. "Posso ligar para ela." Lee faz que não com a cabeça. "Dê um 'oi' meu. Não quero atrapalhar seu relaxamento. Carnaval não é o momento."
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Com uma camisa do bloco Ilê Aiyê e pulseiras do Senhor do Bonfim, Lee pede que Gil (esse nome ele fala sem sotaque) lhe mostre a casa. "All Saint's Bay", diz o músico ao mostrar ao americano a Baía de Todos os Santos, a vista que tem de sua varanda.
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A primeira-dama baiana, Fátima Mendonça, e a socialite Narcisa Tamborindeguy se apresentam ao diretor. As duas, mais Flora Gil, tiram fotos com o convidado.
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O cineasta está com uma ideia fixa na cabeça: a Olimpíada do Rio, em 2016. Dá vários pitacos sobre o que deveria ter na abertura, como "2.000 tambores, com cores bem brasileiras". Sugere no comando artístico alguém da estatura do diretor inglês Danny Boyle, que preparou a cerimônia em Londres, no ano passado.
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Cita "Cacá" [Diegues] e "Tropa de Elite". Gil pede ajuda à repórter para lembrar o nome do diretor do filme. "Este José Padilha não pode fazer?", pergunta então Lee.
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E o assunto não sai da roda. Lee quer saber quem é o responsável pelos Jogos. Wagner diz que é Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro. Gil pondera: "Não, não, ele está falando de arte".
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Lee sugere que o músico tome as rédeas do espetáculo. "Estou tentando não ser muito intrusivo", rebate o baiano. "Não estou pedindo que seja um ditador, mas tenha voz", diz o americano.
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Na hora do prato, Lee prefere arroz integral a branco para acompanhar o feijão. Toma água com gás. Ele e Gil conversam na mesa. A divisão racial no Brasil e nos Estados Unidos é tema.
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O cantor tenta explicar que, por aqui, o conflito é "mais vago". E conclui que em outras áreas, como futebol e religião, negros têm mais voz do que na política.
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Gil continua: "Precisamos descobrir se queremos lutar apenas para estar no poder tradicional". O ex-ministro da Cultura menciona outras possibilidades de fazer política, como o "poder ambiental".
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Enquanto isso, Lee se distrai com um enorme painel, cheio de fotos de Gil e sua mulher, Flora.
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Jaques Wagner é relembrado na conversa. O americano fala da necessidade de mais políticos negros.
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Depois, Gil diz à coluna que Lee tem "muita simpatia pelo Partido dos Trabalhadores". "Ele é de esquerda."
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A dupla é interrompida quando Regina Casé chega, com um amigo a tiracolo. A apresentadora pede: "Explica para ele que o Xande é do Revelação, sambista."
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A visita de Lee dura meia hora. A maioria dos convidados já tinha ido embora. Casé, atrasada, bate um prato na copa.
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O casal Gil, que à noite ainda seguiria para uma maratona no camarote Expresso 2222, começou a receber seus convidados às 14h. Entre as iguarias oferecidas, picolé dentro de uma taça cheia de champanhe.
(ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, DE SALVADOR)
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SABRINA SATO
'ESTUDO INGLÊS, MAS NÃO APRENDO'
Sabrina Sato, com a fantasia de madrinha de bateria da Gaviões da Fiel, entra no camarote da prefeitura, no segundo e último dia dos desfiles em São Paulo, mas passa longe de Fernando Haddad.
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Cheia de cristais, a roupa a deixa seminua -esconde os seios, mas mostra as coxas grossas. "[A peça] Vale muito mais do que eu ganharia em dez anos de trabalho", diz Karina Sato, irmã e empresária da apresentadora, sem revelar o valor exato.
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Um delegado e dois policiais civis armados escoltam Sabrina no Anhembi.
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De pé, em uma sala reservada, ela come estrogonofe de frango no potinho de isopor com um garfo de plástico e conta que, um dia antes, entrevistou Psy em Salvador para o "Pânico na Band".
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"Ele chegou todo travado, mas depois fez tudo que disseram que ele não ia fazer."
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Na gravação, ela tropeçou no inglês mais uma vez. "Eu estudo [o idioma], mas não aprendo", diz, risonha. E nega que erre de propósito.
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"Deixa o povo pensar que é um personagem criado por mim. Aí não pega tão mal." Para agradar ao dono do sucesso "Gangnam Style", arriscou-se falando algumas palavras em coreano.
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Haddad continua vendo o desfile. Ana Carolina, 13, filha dele, surge diante da apresentadora. "Sou sua fã. Muito prazer em te conhecer", diz a adolescente, que chama três amigas para fotos.
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O pai da fã de Sabrina Sato tivera, minutos antes, seu momento de celebridade. Cercado de seguranças e assessores, fez passagem-relâmpago pelo camarote da Brahma.
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A chegada dele causa tumulto e empurra-empurra. É requisitado para dezenas de cliques. Nega-se a vestir o colete com a marca da cerveja porque usa a camisa do camarote da prefeitura, patrocinado pela concorrente Devassa.
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Na varanda, um moreno alto grita: "Lindo!". Haddad olha para ele e sorri.
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O petista desce as escadas ouvindo de Alvaro Aoas e Fernando Elimelek, sócios do espaço, queixas sobre o impedimento à construção de uma cobertura em área atrás das arquibancadas. Pedem para ele interceder. "Vamos conversar", responde o prefeito.
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Horas mais tarde, no mesmo camarote, o ex-presidente do Corinthians Andres Sanchez solta a fumaça do cigarro e explica a amigos, em voz alta, sua filosofia de trabalho como diretor de clube.
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"Pode ser o maior craque do mundo... Se encher o saco, vai embora, vai embora", diz.
(JOELMIR TAVARES E MÔNICA BERGAMO, DE SÃO PAULO)
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RIO
GRINGOS NO SAMBA
O ator francês Vincent Cassel e a mulher, a atriz italiana Monica Bellucci, que estão morando no Rio, foram a grande atração do baile de gala do Copacabana Palace, anteontem. Ele, fluente em português, não quis falar com os jornalistas nem posar para fotos. Monica foi embora cedo, e Cassel ficou por mais de três horas cantando e dançando marchinhas no salão.
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Outro convidado internacional era o príncipe de Mônaco, Albert 2º. Ele, que estava sem a mulher, passou a noite no camarote de Helcius Pitanguy e Germano Gerdau.
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No espaço VIP vizinho ao do monarca, a jornalista Hildegard Angel distribuía máscaras com a cara da socialite Narcisa Tamborindeguy. "Todos querem ser Narcisa em uma noite de Carnaval", dizia a própria Narcisa.
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Ao lado da mulher, Luviana, o holandês Seedorf circulava pelo salão sem tomar nenhuma bebida alcoólica. Seu time, o Botafogo, tinha jogo marcado para o dia seguinte. A sobriedade do craque impressionou os garçons do hotel. "Ronaldinho Gaúcho veio aqui no ano passado e bebeu até na cozinha", contou um funcionário.
(LEONARDO VIEIRA, DO RIO)

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