Não é não?
RIO DE JANEIRO - De um lado, o senador petista Lindbergh Farias já colocou sua candidatura à sucessão do governador do Rio, Sérgio Cabral, como fato consumado.De outro, o PMDB, partido do governador e do prefeito da capital, diz que seu candidato será o vice-governador, Luiz Fernando Pezão. Com dúvidas razoáveis sobre o potencial eleitoral dele, o nome do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, é ventilado como vice e como alternativa secreta no caso de Pezão ficar por demais plantado no chão.
Beltrame afirmou anteontem que não é candidato. "Vontade [de disputar cargo político] não tenho. Hoje não aceitaria. Sou secretário de Segurança." Lindbergh considera a próxima eleição como a fundamental de sua carreira. "Já quebrei muita pedra. Deixei de ser deputado para ser prefeito da Baixada Fluminense."
Na sua avaliação, o PT, que sempre teve desempenho pífio no Rio, vive um momento de rara unidade.
O partido teve boa votação nas eleições municipais de 2012, mantendo o número de prefeituras, 11. Já o PMDB, que tinha conquistado 35 em 2008, caiu para 24.
Não por acaso, anteontem, Cabral prometeu "avançar" as UPPs para Niterói, São Gonçalo e Baixada, regiões onde a violência cresceu e seus potenciais adversários (Lindbergh e o ex-governador Anthony Garotinho) têm grande força eleitoral.
O ex-cara-pintada petista quer aproveitar a onda de renovação política. Depois do Carnaval, mimetizará a Caravana da Cidadania de Lula e percorrerá cada município do Rio.
Há quem acredite que Cabral não hesitará em abandonar Pezão a pedido do amigo Lula. Ou que insistirá no nome de Beltrame, que tem apoio do empresariado e simpatia de grande parte do eleitorado. Para convencê-lo, pode usar o discurso do próprio: UPP só não basta, é preciso investir no social. Em vez de reclamar, Beltrame terá a chance de mandar fazer.
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