RODRIGO SALEMDE SÃO PAULOOs produtores do Oscar 2013 convocaram o comediante Seth MacFarlane, criador do desenho "Uma Família da Pesada", para ganhar um público mais jovem e ousar. Mas o efeito foi o oposto.
Tudo bem que MacFarlane esticou o limite do bom gosto com seu número musical exaltando os seios das atrizes presentes em vários filmes. Mas o apresentador não soube equilibrar seus talentos.
Ele chocou a plateia ao dizer que "o único ator a entrar na cabeça de Abraham Lincoln foi John Wilkes Booth", referindo-se ao assassino do 15º presidente americano, porém forçou no tédio em números de dança tradicionais.
O Oscar não foi repaginado, foi "remusicado". A homenagem aos 50 anos de James Bond no cinema, que prometia marcar o encontro dos atores que vestiram o terno do personagem, foi uma montagem fraca dos filmes da série.
A cantora Shirley Bassey ainda evitou a chegada do sono ao cantar o tema de "007 Contra Goldfinger".
Depois, veio um desnecessário tributo a musicais recentes como "Chicago" (2002) e "Dreamgirls" (2006). Nada mais tedioso para uma geração que prefere "tuitar" piadas inteligentes e premiações controversas. E isso teve muito pouco no Oscar 2013.
Tudo bem que MacFarlane esticou o limite do bom gosto com seu número musical exaltando os seios das atrizes presentes em vários filmes. Mas o apresentador não soube equilibrar seus talentos.
Ele chocou a plateia ao dizer que "o único ator a entrar na cabeça de Abraham Lincoln foi John Wilkes Booth", referindo-se ao assassino do 15º presidente americano, porém forçou no tédio em números de dança tradicionais.
O Oscar não foi repaginado, foi "remusicado". A homenagem aos 50 anos de James Bond no cinema, que prometia marcar o encontro dos atores que vestiram o terno do personagem, foi uma montagem fraca dos filmes da série.
A cantora Shirley Bassey ainda evitou a chegada do sono ao cantar o tema de "007 Contra Goldfinger".
Depois, veio um desnecessário tributo a musicais recentes como "Chicago" (2002) e "Dreamgirls" (2006). Nada mais tedioso para uma geração que prefere "tuitar" piadas inteligentes e premiações controversas. E isso teve muito pouco no Oscar 2013.
NA INTERNET
Acompanhe a cobertura completa do Oscar
folha.com.br/130176
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A repórter Fernanda Ezabella comenta as premiações
folha.com/fernandaezabella
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"Argo" é o vencedor em Oscar dividido
Filme baseado em história real de americanos resgatados durante revolução no Irã bate "Lincoln", maior derrotado
Favorito, Spielberg perde prêmio de melhor diretor para Ang Lee, cujo "As Aventuras de Pi" levou 4 troféus
"Argo", sobre um agente da CIA em busca de americanos foragidos em Teerã, ficou com três estatuetas douradas, incluindo melhor filme.
O principal prêmio da noite foi anunciado pela primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, ao vivo da Casa Branca.
Em 80 anos de premiação, apenas outro trabalho ganhou o Oscar principal sem ter sido indicado a direção ("Conduzindo Miss Daisy", em 1990).
Antes disto, o mesmo aconteceu apenas com "Asas", em 1929, e "Grande Hotel", em 1932.
Ben Affleck, diretor, protagonista e um dos produtores, nunca foi indicado por atuação, mas já tinha um Oscar pelo roteiro de "Gênio Indomável"(1997).
TIGRE
Já o épico "As Aventuras de Pi", sobre um garoto dividindo um barco com um tigre após um naufrágio, levou melhor direção para Ang Lee, que já tinha uma estatueta da categoria pelo drama gay "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005) e outra indicação por "O Tigre e o Dragão" (2000).
O longa de Lee, vencedor também de fotografia, efeitos visuais e trilha sonora, foi o que mais rendeu nas bilheterias do mundo entre os nove indicados ao principal Oscar, com o equivalente a mais de R$ 1 bilhão em ingressos vendidos.
"Lincoln", que liderava a disputa com 12 indicações, acabou com apenas melhor ator para Daniel Day-Lewis e direção de arte.
Outro perdedor foi "O Lado Bom da Vida", apenas com melhor atriz Jennifer Lawrence, que levou um tombo ao subir as escadas para receber o Oscar.
"Os Miseráveis" rendeu Oscar a Anne Hathaway, além de mixagem de som e maquiagem.
Algumas surpresas da noite foram os dois prêmios para "Django Livre", roteiro original para Quentin Tarantino e ator coadjuvante para Christoph Waltz. Esta foi a segunda estatueta dourada para o diretor americano e para ator austríaco, cuja primeira foi com outro longa de Tarantino, "Bastardos Inglórios" (2009). "Quentin escreve poesia e eu gosto de poesia", disse Waltz, 56.
O Oscar de animação para "Valente" também surpreendeu. O longa da garotinha ruiva bateu o favorito "Detona Ralph".
Como esperado, Adele ganhou melhor canção por "Skyfall", de "007 - Operação Skyfall", enquanto documentário venceu "Searching for Sugar Man", sobre a busca por um músico americano misterioso que muitos achavam estar morto.
VELHICE
Outro previsto era o franco-austríaco "Amor", um retrato duro da velhice dirigido por Michael Haneke, com Oscar de filme estrangeiro.
Esta foi a primeira estatueta do diretor austríaco de 70 anos, após perder em 2010 com "A Fita Branca" para o argentino "O Segredo dos Seus Olhos".
Ele agradeceu ao elenco, à equipe de filmagem e principalmente a sua mulher, com quem tem trabalhado pelos últimos 30 anos. "Ela é o centro da minha vida", disse.
O apresentador da festa foi o comediante Seth McFarlane, criador do desenho "Uma Família da Pesada". Ele apareceu numa esquete vestido de freira voadora e dando em cima da atriz Sally Field.
Programa de TV dos anos 60-70 "A Noviça Voadora" e indicada por "Lincoln". No final, os dois se beijaram na boca. Em outra esquete, em homenagem a "O Voo", personagens feitos de meias pilotavam um avião, enquanto um deles cheirava cocaína.
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