Ativistas a favor do casamento homossexual mostram bandeira dos Estados Unidos com as cores do arco-íris em frente ao prédio da Suprema Corte dos EUA, em Washington
Com a Suprema Corte ouvindo nesta semana os argumentos em dois casos de casamento de mesmo sexo, parece sábio avaliar a opinião pública a respeito do assunto.
O apoio ao casamento de mesmo sexo está aumentando, mas estaria ocorrendo em uma taxa mais rápida do que no passado? Quanto dessa mudança se deve às pessoas estarem mudando de ideia, em vez de uma mudança de geração? Quantos Estados aprovariam o casamento de mesmo sexo hoje, e quantos poderiam fazê-lo até 2016?
Oito pesquisas nacionais sobre o casamento de mesmo sexo foram realizadas até o momento neste ano, segundo o banco de dados PollingReport.com, e, em média, as pesquisas apontam 51% dizendo que aprovam o casamento de mesmo sexo e 43% dizendo serem contrários. Mas as pesquisas diferem nos números exatos, mostrando entre 46% a 58% dos americanos favoráveis ao casamento de mesmo sexo, o que torna incerto se os defensores do casamento de mesmo sexo atualmente constituem uma maioria clara.
O que está mais claro é a tendência a longo prazo. No passado, nós consideramos a possibilidade do apoio ao casamento de mesmo sexo estar aumentando a uma taxa mais rápida do que antes. Mas os dados parecem sugerir que o apoio está aumentando em uma taxa razoavelmente constante desde aproximadamente 2004.
O apoio ao casamento de mesmo sexo aumentou lentamente entre 1996 (quando 27% dos americanos disseram apoiar o casamento de mesmo sexo em uma pesquisa Gallup) e 2003 (quando 33% apoiavam em média, entre as 12 pesquisas realizadas naquele ano). Mas depois de 2004, o apoio ao casamento de mesmo sexo começou a crescer a uma taxa de aproximadamente dois pontos percentuais por ano, aumentando para uma média de 37% nas pesquisas realizadas em 2006 e 41% nas pesquisas realizadas em 2008. E continuou crescendo na mesma taxa desde então. Em algum ponto em 2010 ou 2011, o apoio começou a superar a oposição nas pesquisas. Entre as 37 pesquisas realizadas desde 2012, todas, com exceção de quatro, mostraram mais americanos apoiando o casamento de mesmo sexo do que contrários a ele.
A constância da tendência parece consistente com a ideia de que as mudanças são em parte de gerações, com os americanos mais jovens gradualmente substituindo os mais velhos no eleitorado. Mas alguns eleitores também mudaram de opinião a favor do casamento de mesmo sexo, enquanto um número menor fez o contrário. Talvez metade do aumento no apoio ao casamento de mesmo sexo possa ser atribuída à mudança de geração, enquanto a outra metade se deva a uma mudança na opinião entre os eleitores.
Até o ano passado, o maior apoio ao casamento de mesmo sexo nas pesquisas não se traduziu em sucesso nas urnas. A única exceção foi a proposta votada no Arizona em 2006 de proibição do casamento de mesmo sexo e uniões civis, que foi rejeitada (apesar dos eleitores do Arizona terem aprovado uma proibição mais estreitamente definida ao casamento de mesmo sexo em 2008).
Para se ter uma ideia da tendência geral, eu analisei os resultados de pesquisa individuais das pesquisas de boca-de-urna em 2008 em três Estados que votaram iniciativas de casamento de mesmo sexo naquele ano (Califórnia, Flórida e Arizona). Usando esses dados, eu analisei como mais de uma dúzia de características demográficas afetaram as decisões desses eleitores a respeito do casamento de mesmo sexo. Basicamente, a técnica visa prever com que probabilidade um eleitor individual apoiará o casamento de mesmo sexo dado seu perfil demográfico particular.
A partir desses resultados, eu consegui inferir como os eleitores nos outros 47 Estados poderiam reagir a medidas de casamento de mesmo sexo em votação em 2008. O modelo sugere que os eleitores em apenas oito Estados (e o Distrito de Colúmbia) estariam prontos para aprovar o casamento de mesmo sexo àquela altura, e foi possível prever corretamente que o casamento de mesmo sexo seria derrotado por margem estreita na Califórnia. Também sugere que apenas 42% dos eleitores nacionais aprovariam o casamento de mesmo sexo em um referendo nacional naquele ano.
Também é possível projetar como os resultados em cada Estado podem mudar ao longo do tempo. Eu presumo que o apoio ao casamento de mesmo sexo continuará aumentando nacionalmente em 1,5 ponto percentual ao ano, o que reflete a recente tendência histórica tanto segundo as pesquisas quanto os dados de iniciativas votadas. Portanto, podemos extrapolar os resultados à frente de 2008 a 2012, e em 2016 e 2020.
Esse modelo previu os resultados das propostas votadas em 2012 com precisão. Ele projeta que os eleitores de aproximadamente 20 Estados teriam votado a favor do casamento de mesmo sexo no ano passado, incluindo nos quatro Estados que de fato o fizeram. Mas o modelo também projeta que um referendo nacional para aprovação do casamento de mesmo sexo teria sido derrotado por margem estreita no ano passado, 48% contra 52%, apesar das pesquisas nacionais mostrarem mais eleitores favoráveis ao casamento de mesmo sexo do que contrários.
Em 2016, entretanto, os eleitores em 32 Estados estariam dispostos a votar a favor do casamento de mesmo sexo, segundo o modelo, e em 2020, os eleitores em 44 Estados o fariam. Ele também projeta que a proposta venceria por margem estreita em um referendo nacional em 2016.
Portanto, mesmo se alguém presumir que o apoio ao casamento de mesmo sexo está aumentando em um ritmo linear, e que não teria um resultado tão bom em uma votação nacional, o aumento constante da aprovação ao casamento de mesmo sexo deve dar aos seus defensores confiança de que os números continuarão mudando a seu favor, independente do que a Suprema Corte decida.
Tradutor: George El Khouri Andolfato
Nenhum comentário:
Postar um comentário