FACEBOOK PEDE DESCULPAS
Personagem fictícia da presidente teve ‘post’ sobre Aécio apagado na rede social
CÁSSIO BRUNO
cassio.bruno@oglobo.com.br
Desta vez, ela ficou bolada
mesmo e quase cometeu
um suicídio digital. A
personagem fictícia Dilma
Bolada, uma sátira à presidente
Dilma Rousseff criada pelo estudante
de Publicidade Jeferson
Monteiro, de 23 anos, teve uma piada
retirada do ar pelo Facebook no
último sábado.
O post ironizava o senador Aécio
Neves (PSDB-MG), possível candidato
à Presidência em 2014, fazendo
referência a um processo de improbidade
administrativa em que o
tucano aparece como réu. O texto
foi apagado três horas depois da publicação.
Em nota divulgada ontem, o Facebook
admitiu que o conteúdo foi removido
indevidamente:
“O conteúdo em questão foi reportado
(denunciado) e nossos sistemas automáticos,
elaborados para garantir a
segurança dos usuários, removeramno
indevidamente. Depois de termos
sido alertados, o conteúdo foi recuperado
e está no ar novamente. Lamentamos
o inconveniente.”
Com 340 mil seguidores na rede social,
Jeferson Monteiro diz que pensou
em acabar com o perfil depois da
retirada do post, mas desistiu.
— O caso foi resolvido. O Facebook
voltou atrás. Hoje é o Dia do Fico da
Dilma Bolada — brincou o estudante.
Um dos trechos do texto apagado
fazia referência ao governo de Aécio
Neves em Minas Gerais. Nele, Dilma
Bolada diz : “Engraçado,
quanto será que o Sr. Never (trocadilho
em inglês em cima do sobrenome
de Aécio) está ganhando
para contar piada no intervalo comercial
no horário nobre? Falar
de ética, se fazer de santo e inventar
mentira contra mim é mole,
querido. Quero ver falar do processo
no qual você é acusado de
desviar R$ 4 bilhões da Saúde do
tão maravilhoso estado de Minas
Gerais, que o senhor governou.”
Segundo ação civil pública movida
pelo Ministério Público em
2010, R$ 4,3 bilhões da Saúde foram
destinados aos cofres da
Companhia de Saneamento de
Minas Gerais, entre 2003 e 2008,
quando Aécio era governador. Porém,
conforme a ação, não há documentos
no balanço da autarquia
que comprovem os repasses.
O blogueiro, morador de Mesquita,
na Baixada Fluminense, repudiou
o episódio:
— Foi uma censura, uma atitude
arbitrária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário