Líder do PC do B afirma que é preciso tempo de propaganda para esclarecer a população
"Alguns têm a coragem de dizer publicamente. Achei que só teriam coragem de dizer nos corredores em baixo tom de voz: que o povo não tem condições de se manifestar sobre temas complexos como a política. Eu fico surpreendida com a petulância de algumas pessoas", declarou a deputada em entrevista à Folha e ao UOL.
Entre os líderes governistas e oposicionistas, Manuela é uma das poucas vozes a favor de realizar já neste ano o plebiscito apresentado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso. Ela recomenda, entretanto, "tempo de propaganda política" para esclarecer os eleitores.
O PC do B (13 deputados e 2 senadores) votará a favor do plebiscito, mas é contra o fim das coligações para eleições proporcionais (deputados e vereadores), uma das perguntas sugeridas pelo Planalto.
Se essa regra for adotada, a sigla perderá tração nas próximas disputas, quando pretende passar de 20 deputados eleitos.
Apesar do apoio ao plebiscito, Manuela reconhece que "não será uma surpresa" se o Congresso acabar rejeitando a consulta popular sobre a reforma política. "É um jogo de posições. Nós estamos no meio do processo de tabular as posições de todos os partidos", afirma.
Indagada se teria sido mais prudente Dilma Rousseff ter construído um consenso maior antes de enviar a proposta ao Congresso, Manuela demonstra grande fidelidade ao Palácio do Planalto. Não enxerga defeitos nas ações da presidente.
"A presidente fez o maior esforço possível dentro de um país que viveu 15 dias de protestos sociais nas ruas de um grau de intensidade nunca antes vivido", declara.
A líder do PC do B também cobra um pouco de atitude dos manifestantes das ruas:
"A participação dos cidadãos --eu tentei falar isso para aqueles que conversavam comigo-- é muito baixa. As pessoas perguntavam: O Congresso agora está votando mais sintonizado com a população?'. Pois então, reflitam sobre o papel que vocês têm em acompanhar o parlamentar de vocês".
"Quando a gente aponta um dedo para o outro, os outros ficam [apontados] para nós. O dedo dos manifestantes foi apontado para uma parte da política. Os outros também podem ser apontados para eles [manifestantes] para que reflitam o papel que eles têm enquanto cidadãos."
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