Mineira de velha e boa cepa, alimentou-se desde sempre com produtos refertos de agrotóxicos condenados pelo terrorista midiático
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 06/07/2013
Ao
contrário do que se possa imaginar, alporquia não vem do casamento do
inglês all (tudo) com a esposa do suíno, porque significa, no português
em que é impresso este belo jornal, técnica de multiplicação vegetativa,
usada em plantas eretas que não enraízam facilmente, através de
estacas, na qual se estimula o enraizamento de um caule ou ramo,
fazendo-se uma ferida, próxima a um nó e cobrindo-a com terra preparada
ou musgo úmido; após o enraizamento, o segmento é cortado e plantado.
Lembrei-me
da alporca, também chamada alporquia, alporque e alporcamento, porque
às vezes me sinto um broto idoso, aparente contradição salvo quando se
faz a alporca de plantas antigas, da qual resulta o segmento explicado
acima.
Comecei a ler num jornal carioca o texto de um engenheiro
florestal sobre os venenos contidos em quase todos os alimentos vegetais
que compramos nos sacolões. Na véspera, havia lido sobre os bigodes que
estão nascendo nos rostinhos das russas, supostamente estimulados por
determinado produto usado na América do Norte para aumentar a produção
de leite em vacas. Os russos importam o leite capitalista e suas
mulheres ficam bigodudas. Ora, bolas, o buço dá graça ao rostinho de
gata arrumada e não faz mal a ninguém. Buço, minha gente: penugem no
lábio superior de algumas mulheres; lanugem. Quando se transforma em
bigode, a gata depila com laser – e o Brasil está exportando sua técnica
depilatória a laser, pena que geralmente para depilar os mimos da
natureza feminil, nos quais os pelinhos têm hora e vez.
Parei no
primeiro parágrafo do texto escrito pelo engenheiro florestal, quando
me lembrei dos inúmeros casos de pessoas, no mundo inteiro, que beiram
os 100 anos ou já passaram deles comendo os venenos denunciados pelo
terrorismo midiático.
Ainda agora, com a eleição do papa jesuíta
e argentino, a imprensa entrevistou desafeto de sua santidade, um
artista plástico de 98 aninhos, horrorizado com a escolha do seu
inimigo. No mesmo dia, querido amigo de todos nós perdeu a mãe,
centenária, senhora católica de inúmeras virtudes, que bebeu champanhe
até às vésperas de nos deixar. Mineira de velha e boa cepa, alimentou-se
desde sempre com produtos refertos de agrotóxicos condenados pelo
terrorista midiático.
Modernidades
Cá
entre nós, que ninguém nos oiça: tirante a mulher, o fato de ser
moderna, ser nova ou novidade, não é sinônimo de beleza. Putz! que esse
oiça pegou bem à bessa e me poupou do forante muito usado na linguagem
caipira da sorocabana paulista, região que me lembra uma crise de coluna
que tive há muitos e muitos anos. Tirante e forante, seja dito, no
sentido de excetuada, de excluída a mulher: novinha, moderna, é de
apetite.
Pausa para a crise de coluna, antes de cuidarmos das
modernidades. O imbecil que lhes fala, na flor dos seus distantes 18
aninhos, querendo fazer bonito para uma senhora casada, que trazia
d’olho, botou sobre os ombros duas sacas de 60 quilos cada uma e, não
contente com isso, arriscou alguns passos de dança. Como resultado
imediato da cena, a coluna chiou e o imbecil, que deveria voltar de
Sorocaba para o Rio em automóvel com chofer, foi deixado no aeroporto de
Congonhas sob cuidados médicos, recebendo injeção de morfina para
embarcar no DC-3 que o deixou no aeroporto carioca a caminho de casa,
onde passou todo um carnaval deitado na cama, posto que sem morfina.
Volto
à modernidade, que nunca foi sinônimo de beleza. O Estado de Minas,
numa edição de março, mostrou-nos fotos de casa da Pampulha, antiga
residência de descanso de Juscelino Kubistchek construída em 1943.
Telhado borboleta – a casa e os móveis são um pavor! A cama e as
mesinhas de cabeceira, a mesa de centro, a mesa de telefone desenhada em
1950 por Lina Bo Bardi, podem ser curiosidades históricas, mas duvido
que o caro e preclaro leitor goste delas.
Se gostar, problema
seu. De gustibus et coloribus non est disputandum; “gostos e cores não
se discutem”. Reservo-me o direito de informar que aqui em casa não
entram aqueles móveis, nem com certificados de autenticidade. Prefiro os
meus.
O mundo é uma bola
6 de julho de
1785: por unanimidade, o dólar é escolhido para moeda oficial dos
Estados Unidos e até hoje a gente paga por isso, toda noite, na
televisão. Sobretudo e principalmente aqueles que vão viajar mês que vem
e ficam perguntando se devem comprar seus dólares hoje ou amanhã.
Em
1885, Louis Pasteur testa com sucesso sua vacina antirrábica em Joseph
Meister, um menino que havia sido mordido por um cão raivoso. Em 1919, o
dirigível britânico R-19 chega a Nova Iorque completando a primeira
travessia do Atlântico. Em 1928, estreia nos Estados Unidos o filme
Lights of New York, o primeiro totalmente falado.
Em 1934, criação do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Nenhum comentário:
Postar um comentário