sábado, 6 de julho de 2013

Eduardo Almeida Reis - Alporca‏

Mineira de velha e boa cepa, alimentou-se desde sempre com produtos refertos de agrotóxicos condenados pelo terrorista midiático 


Eduardo Almeida Reis

Estado de Minas: 06/07/2013 

Ao contrário do que se possa imaginar, alporquia não vem do casamento do inglês all (tudo) com a esposa do suíno, porque significa, no português em que é impresso este belo jornal, técnica de multiplicação vegetativa, usada em plantas eretas que não enraízam facilmente, através de estacas, na qual se estimula o enraizamento de um caule ou ramo, fazendo-se uma ferida, próxima a um nó e cobrindo-a com terra preparada ou musgo úmido; após o enraizamento, o segmento é cortado e plantado.

Lembrei-me da alporca, também chamada alporquia, alporque e alporcamento, porque às vezes me sinto um broto idoso, aparente contradição salvo quando se faz a alporca de plantas antigas, da qual resulta o segmento explicado acima.

Comecei a ler num jornal carioca o texto de um engenheiro florestal sobre os venenos contidos em quase todos os alimentos vegetais que compramos nos sacolões. Na véspera, havia lido sobre os bigodes que estão nascendo nos rostinhos das russas, supostamente estimulados por determinado produto usado na América do Norte para aumentar a produção de leite em vacas. Os russos importam o leite capitalista e suas mulheres ficam bigodudas. Ora, bolas, o buço dá graça ao rostinho de gata arrumada e não faz mal a ninguém. Buço, minha gente: penugem no lábio superior de algumas mulheres; lanugem. Quando se transforma em bigode, a gata depila com laser – e o Brasil está exportando sua técnica depilatória a laser, pena que geralmente para depilar os mimos da natureza feminil, nos quais os pelinhos têm hora e vez.

Parei no primeiro parágrafo do texto escrito pelo engenheiro florestal, quando me lembrei dos inúmeros casos de pessoas, no mundo inteiro, que beiram os 100 anos ou já passaram deles comendo os venenos denunciados pelo terrorismo midiático.

Ainda agora, com a eleição do papa jesuíta e argentino, a imprensa entrevistou desafeto de sua santidade, um artista plástico de 98 aninhos, horrorizado com a escolha do seu inimigo. No mesmo dia, querido amigo de todos nós perdeu a mãe, centenária, senhora católica de inúmeras virtudes, que bebeu champanhe até às vésperas de nos deixar. Mineira de velha e boa cepa, alimentou-se desde sempre com produtos refertos de agrotóxicos condenados pelo terrorista midiático.


Modernidades
Cá entre nós, que ninguém nos oiça: tirante a mulher, o fato de ser moderna, ser nova ou novidade, não é sinônimo de beleza. Putz! que esse oiça pegou bem à bessa e me poupou do forante muito usado na linguagem caipira da sorocabana paulista, região que me lembra uma crise de coluna que tive há muitos e muitos anos. Tirante e forante, seja dito, no sentido de excetuada, de excluída a mulher: novinha, moderna, é de apetite.

Pausa para a crise de coluna, antes de cuidarmos das modernidades. O imbecil que lhes fala, na flor dos seus distantes 18 aninhos, querendo fazer bonito para uma senhora casada, que trazia d’olho, botou sobre os ombros duas sacas de 60 quilos cada uma e, não contente com isso, arriscou alguns passos de dança. Como resultado imediato da cena, a coluna chiou e o imbecil, que deveria voltar de Sorocaba para o Rio em automóvel com chofer, foi deixado no aeroporto de Congonhas sob cuidados médicos, recebendo injeção de morfina para embarcar no DC-3 que o deixou no aeroporto carioca a caminho de casa, onde passou todo um carnaval deitado na cama, posto que sem morfina.

Volto à modernidade, que nunca foi sinônimo de beleza. O Estado de Minas, numa edição de março, mostrou-nos fotos de casa da Pampulha, antiga residência de descanso de Juscelino Kubistchek construída em 1943. Telhado borboleta – a casa e os móveis são um pavor! A cama e as mesinhas de cabeceira, a mesa de centro, a mesa de telefone desenhada em 1950 por Lina Bo Bardi, podem ser curiosidades históricas, mas duvido que o caro e preclaro leitor goste delas.

Se gostar, problema seu. De gustibus et coloribus non est disputandum; “gostos e cores não se discutem”. Reservo-me o direito de informar que aqui em casa não entram aqueles móveis, nem com certificados de autenticidade. Prefiro os meus.


O mundo é uma bola
6 de julho de 1785: por unanimidade, o dólar é escolhido para moeda oficial dos Estados Unidos e até hoje a gente paga por isso, toda noite, na televisão. Sobretudo e principalmente aqueles que vão viajar mês que vem e ficam perguntando se devem comprar seus dólares hoje ou amanhã.

Em 1885, Louis Pasteur testa com sucesso sua vacina antirrábica em Joseph Meister, um menino que havia sido mordido por um cão raivoso. Em 1919, o dirigível britânico R-19 chega a Nova Iorque completando a primeira travessia do Atlântico. Em 1928, estreia nos Estados Unidos o filme Lights of New York, o primeiro totalmente falado.

Em 1934, criação do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

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