segunda-feira, 29 de julho de 2013

Patrimônio em xeque - Painel - Vera Magalhães

folha de são paulo
Patrimônio em xeque
Pesquisa qualitativa que chegou a integrantes do governo federal na semana passada mostra que os protestos de rua do último mês atingiram o principal trunfo de Dilma Rousseff na campanha de 2010, a imagem de ''gerente''. Quem viu o levantamento, realizado em São Paulo, relata que os dados revelam que a população começou a questionar a capacidade administrativa da presidente ao considerar insuficientes as respostas do Planalto às reivindicações das manifestações.
Mesmo barco A pesquisa atinge também o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, no ponto referente à eficiência das gestões na reação aos manifestantes.
Antidepressivo Interlocutores afirmam que o programa Mais Médicos é considerado no levantamento como uma das únicas respostas efetivas do governo em áreas sensíveis, como a saúde.
Frustração O apoio de Dilma a Guido Mantega (Fazenda), em entrevista à Folhaontem, decepcionou aliados do governo. Eles afirmam que a presidente age na defensiva ao recusar a substituição do ministro, reivindicada também por alguns empresários.
Agora vai? O presidente Evo Morales disse a autoridades brasileiras ontem, durante visita ao Rio para missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, que os corintianos presos na Bolívia serão soltos e mandados ao Brasil nesta semana. Eles são suspeitos de participar da morte do torcedor boliviano Kevin Espada.
Excluídos O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, reclama da não participação de representantes sindicais no encontro do papa Francisco com a sociedade civil, no Theatro Municipal, no Rio: ''A Igreja Católica se esqueceu das instituições sindicais dos trabalhadores?''
Dedo... O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, acha ''esquisito'' que a polícia não consiga prender responsáveis por atos de vandalismo e só reprima os manifestantes.
... na ferida Para ele, a população necessita de uma polícia civil cidadã e não uma polícia militar. "Por isso, é hora de o Congresso começar a discutir a sua desmilitarização. É preciso unificar as polícias", diz.
Reduto A possível entrada de José Serra na corrida presidencial sacudiu o tabuleiro da briga por votos em São Paulo. "Se ele for candidato, deve dominar os votos no Estado. Sem ele, abre-se um flanco aos demais candidatos", resume um petista.
Atrás... A prefeitura de São Paulo deixou de abrir 4.120 novas vagas em creches nos primeiros meses de 2013 porque precisou compensar o fechamento de 31 entidades conveniadas que atendiam crianças do município. Faltavam professores e estrutura nessas instituições, segundo a secretaria de Educação.
... do rabo A gestão do petista Fernando Haddad abriu 58 novas creches, para atender 7.908 crianças. De janeiro a julho, a fila de espera por vagas na rede
municipal subiu de 97 mil para 127 mil inscritos.
Defesa 1 Diante da revelação de que a Polícia Federal poupou a Caixa Econômica Federal ao investigar boatos sobre o Bolsa Família, a Associação Nacional dos Delegados da PF divulgará nota hoje em apoio à instituição.
Defesa 2 No texto, a associação diz que as ações dos policiais visam apurar a ocorrência de infração penal e não ações administrativas.
TIROTEIO
Nessa brincadeira de gato e rato entre a presidente e o presidente-adjunto, que faz que vai mas fica, quem perde é o povo brasileiro.
DO DEPUTADO FEDERAL MARCUS PESTANA (PSDB-MG), sobre declaração de Dilma Rousseff de que Luiz Inácio Lula da Silva não voltará porque nunca saiu.
CONTRAPONTO
Marketing psicológico
Na campanha eleitoral de 1994, o deputado Maluly Netto (PFL), candidato à reeleição, conseguiu reunir 200 trabalhadores em um minicomício com Mario Covas e Geraldo Alckmin (PSDB), em dia de jogo da seleção brasileira. Inflamado, esmurrava a mesa e prometia:
-Se vocês votarem em mim, ninguém mais vai ganhar abaixo do salário mínimo!
-Deputado, desde a Constituição de 1988 ninguém pode ganhar menos que o mínimo... - lembrou Alckmin.
-É que meu discurso não é racional, é emocional!
Maluly foi reeleito, com 69.361 votos.

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