terça-feira, 20 de agosto de 2013

Bianca Gismonti, depois de trabalhos com o duo GisBranco, lança álbum com canções e temas instrumentais

Para piano e voz

Bianca Gismonti, depois de trabalhos com o duo GisBranco, lança álbum com canções e temas instrumentais. Disco tem participações de Naná Vasconcellos e do irmão Alexandre
 

Eduardo Tristão Girão

Estado de Minas: 20/08/2013 


O baterista Júlio Falavigna e a pianista e compositora Bianca Gismonti dividem a produção de Sonhos de nascimento     (Daryan Dornelles/Divulgação)
O baterista Júlio Falavigna e a pianista e compositora Bianca Gismonti dividem a produção de Sonhos de nascimento


A influência do pai, Egberto, é nítida, e a pianista e compositora Bianca Gismonti não a nega. Ao contrário, partiu dela e de suas próprias vivências musicais para chegar ao repertório autoral que apresenta em Sonhos de nascimento (Biscoito Fino), seu primeiro disco solo. Produzido por ela e o marido, o baterista gaúcho Julio Falavigna, o trabalho é composto por 11 faixas, sete instrumentais e quatro nas quais a artista assina as letras e solta a voz.

“Faz muito tempo que componho, mas isso ficou mais presente na minha vida nos últimos anos. O Julio me sugeriu que experimentasse registrar essas composições, mas achava que nunca teria tempo de ter outra carreira”, confessa Bianca. O motivo do receio: ela já anda bastante ocupada com seus 18 alunos de piano e com o duo GisBranco, ao lado da também pianista Claudia Castelo Branco, com o qual já lançou dois discos e viaja pelo Brasil e exterior.

O marido sugeriu, então, que ela começasse a gravar as músicas que escrevia despretensiosamente. “Fomos experimentando, para depois ouvir o resultado. O material ficou tão natural que decidimos chamar os músicos para tocar por cima. Ensaiamos muito com cada um para que pegassem intimidade com as músicas e não quis escrever o que cada um tocaria”, explica a pianista. Marcaram presença como Yuri Popoff (baixo), Vittor Santos (trombone) e Marcelo Martins (flauta).

Homenagem

Além do marido, que é baterista e tocou em quase todas as faixas, Bianca contou com outras duas participações muito especiais: o irmão Alexandre (violão em Pequena Dú) e o veterano percussionista Naná Vasconcelos (em O voo de Hanuman), com quem o pai gravou discos antológicos, como Dança das cabeças (1977). As faixas Festa no Carmo e Filha de Acari homenageiam, respectivamente, o pai e a mãe, a atriz potiguar Rejane Medeiros.

Sobre a mescla de canções e temas instrumentais nesse novo disco, a pianista explica que foi algo natural. “Quando era adolescente, escrevia muitas músicas e várias delas eram canções. Arrisquei-me a voltar a essa escrita, pois quis transmitir exatamente algumas vivências minhas. Não que me considere a melhor letrista, mas, mal ou bem, o que escrevi traduz, na essência, o que quis dizer. Cresci achando normal viver dessa mescla de canção e instrumental, não de um único caminho”, observa.

Poemas nordestinos

No fim do ano, Bianca entra em estúdio com a parceira Claudia Castelo Branco para registrar o terceiro disco do GisBranco. No repertório, 11 poemas que o cantor e compositor paraibano Chico César escreveu especialmente para o duo. Mês que vem, ela dará início à agenda de divulgação de seu disco solo, com shows em São Paulo (dia 14) e no Rio de Janeiro (dia 19). Belo Horizonte e Curitiba estão em sua mira.

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