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RIO DE JANEIRO - A ciência, na sua eterna busca do homem artificial, anunciou a criação de uma orelha de laboratório. A fórmula consiste em semear células de cartilagem de vacas e carneiros sobre tecidos vivos, ricos em colágeno, dos ditos carneiros e vacas, para que elas cresçam ao redor de um fio de titânio em forma de orelha humana. Com o que, quem sabe, teremos o fim das orelhas de abano. Só falta testar o grau de arrepio da orelha por algo soprado ao seu pé pelo namorado de sua portadora.Isso foi em Massachusetts, nos EUA. Em Maastricht, na Holanda, um "pool" de cientistas comemorou a invenção do "frankenburger" --um hambúrguer também artificial, de 140 gramas, feito de 20 mil células-tronco extraídas de uma vaca indefesa, convertidas em fibras e cultivadas por três meses. Levado ao fogo, o hambúrguer androide revelou-se tão incomível quanto um hambúrguer comum, com o que os cientistas se sentiram vitoriosos.
Parabéns. Só discordo da denominação de "frankenburger". Se se refere ao Frankenstein, para que criar um hambúrguer sintético? Todos os hambúrgueres da praça são como ele, compostos de um coletivo de cadáveres. No caso, de vacas.
E, em San Francisco (EUA), pesquisadores decretaram a morte do mouse e do teclado. Em breve, quando nos sentarmos a um computador, seus sensores de visão, audição, tato, paladar e olfato nos radiografarão, ouvirão e cheirarão de alto a baixo, e entenderão o que queremos. O que liberará nossas mãos para fins mais nobres, como descascar uma banana, roer as unhas ou coçar as axilas.
Diante disso, o que me empolgou mesmo foi outra notícia --sobre os primeiros voluntários a se inscrever para uma viagem sem volta a Marte, em 2022. Grande ideia. Talvez em Marte a turma seja mais devagar, sem essa obsessão por mudar o mundo de 15 em 15 minutos.
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