ORELHA
Estado de Minas: 04/01/2014
Estado de Minas: 04/01/2014
Sempre os russos
O maior contista russo, Tchekhov, em uma novela inédita no Brasil, Três anos. Um dos mais importantes romancistas russos, Ivan Turguêniev, em livro de contos, Memórias de um caçador. Os dois lançamentos da Editora 34, com traduções feitas diretamente do russo para o português, mostram que ainda falta muito para o leitor brasileiro ter acesso ao universo de uma das mais ricas literaturas do mundo. Conhecido por suas histórias curtas, Tchekhov narra, com tintas autobiográficas, o cotidiano de um casal em meio à atmosfera opressiva da Rússia marcada pela recém-abolida servidão. A tradução e o posfácio são de Denise Sales. Já a seleção de contos de Turguêniev, autor do clássico Pais e filhos, traz como personagens camponeses explorados e proprietários de dureza implacável, com tradução e estudo de Irineu Franco Perpétuo. O livro, em seu tempo, conquistou os círculos liberais russos.
Poucas palavras
Dalton Trevisan não se dá ao desfrute. Um dos maiores escritores brasileiros, ele não dá entrevista nem se deixa fotografar. Por isso o livro O silêncio do Vampiro – O discurso jornalístico sobre Dalton Trevisan, de Luiz Andrioli (Editora Kafka), vai marcar os estudos sobre o autor. Andrioli analisa de que forma a obra desse curitibano foi retratada pela imprensa desde o fim dos anos 1960, chegando aos anos 2000 num jogo de fugas e negaceios. Uma arqueologia do silêncio.
Inéditos e nem tanto
Escritor, jornalista e dramaturgo, Manoel Carlos Karam, que morreu em 2007, ainda é pouco conhecido além dos limites do Sul do país. A Editora Kafka, que vem publicando a obra do paranaense, lança Meia dúzia de criaturas gritando no palco, que reúne textos inéditos e esparsos do autor. Na introdução, Roberto Alvim o define como anarquista erudito, dono de uma “dramaturgia da digressão”.
Ciência total
O cientista brasileiro Miguel Nicolelis, autor de Muito além do nosso eu, está lançando com Giselda Laporta Nicolelis o livro O maior de todos os mistérios (Companhia das Letrinhas), feito especialmente para o público juvenil. Com muita clareza e sem abrir mão do humor, eles traduzem os mais recentes avanços da neurociência para os jovens. Em algumas passagens, parece pura ficção científica, como a descrição da comunicação direta entre cérebros e do controle de todos os tipos de máquina apenas com a força do pensamento.
Ficção
A editora Ana Luisa Escorel, autora de estudos sobre design, lança em breve seu segundo livro de ficção, Anel de vidro, que sai pelo selo Ouro sobre Azul. Ela estreou com o delicado O pai, a mãe e a filha.
Ampliado
Um dos estudos pioneiros sobre o novo cenário político brasileiro, Lulismo – Da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira, de Rudá Ricci (Editora Contraponto e Fundação Astrojildo Pereira), ganha a segunda edição. O autor escreveu nova apresentação, em que dialoga com outros estudos e teses sobre o lulismo surgidos desde 2010, além de analisar o sentido do movimento que ganhou as ruas em junho do ano passado. O livro tem novo capítulo, que trata do conceito de fordismo tardio como modelo programático forjado no país nos últimos anos.
Vem aí
Entre os lançamentos da Editora Leya para este ano está História do Brasil em 50 frases, de Jaime Klintowitz. O autor explica o contexto de sentenças como “Morrer se preciso. Matar nunca” e “Independência ou morte”, entre outras. A editora programou para os primeiros meses o volume Entendendo Nietzsche, de Laurence Geane, com ilustrações de Piero. Para quem gosta de tecnologia, vem aí Conecte-se ao que importa – Um manual para a vida digital saudável, de Pedro Burgos.
***
A Casa da Palavra também antecipa alguns títulos de 2014. Na ficção, Lua negra sobre Westminster, de Bem Aaronovitch, é sequência da coleção Enigmas. Dois volumes sobre o Rio de Janeiro estão no cronograma dos primeiros lançamentos da editora. O primeiro deles é Rio pitoresco, de César Barreto, com fotos em preto e branco feitas com câmeras de madeira de grande formato. O outro é Rio infravermelho, de Renan Cepeda, que busca os limites da fotografia ao utilizar, além de ângulos surpreendentes e locais inusitados, um filme especial que até 1992 era de uso exclusivo das Forças Armadas.
***
Já a Arqueiro, que investe no catálogo de literatura romântica e de aventura, anuncia os lançamentos de janeiro e fevereiro:
A redenção de Gabriel, de Sylvain Reynard; A tentação do pôr do sol, de Lisa Kleypas; e Enfeitiçadas, de Jessica Spotswood. Na seara do suspense, mais um candidato a best-seller de James Paterson: 9º julgamento.
***
Dois esperados romances policiais chegam às livrarias no primeiro semestre. A escritora Patrícia Melo volta a seu ambiente literário habitual, desta vez com uma protagonista feminina, em lançamento da Rocco. Outro autor que confirma sua filiação ao gênero é Raphael Montes. Depois do sucesso da estreia com Suicidas, ele anuncia o segundo romance, Dias perfeitos (Companhia das Letras).
O maior contista russo, Tchekhov, em uma novela inédita no Brasil, Três anos. Um dos mais importantes romancistas russos, Ivan Turguêniev, em livro de contos, Memórias de um caçador. Os dois lançamentos da Editora 34, com traduções feitas diretamente do russo para o português, mostram que ainda falta muito para o leitor brasileiro ter acesso ao universo de uma das mais ricas literaturas do mundo. Conhecido por suas histórias curtas, Tchekhov narra, com tintas autobiográficas, o cotidiano de um casal em meio à atmosfera opressiva da Rússia marcada pela recém-abolida servidão. A tradução e o posfácio são de Denise Sales. Já a seleção de contos de Turguêniev, autor do clássico Pais e filhos, traz como personagens camponeses explorados e proprietários de dureza implacável, com tradução e estudo de Irineu Franco Perpétuo. O livro, em seu tempo, conquistou os círculos liberais russos.
Poucas palavras
Dalton Trevisan não se dá ao desfrute. Um dos maiores escritores brasileiros, ele não dá entrevista nem se deixa fotografar. Por isso o livro O silêncio do Vampiro – O discurso jornalístico sobre Dalton Trevisan, de Luiz Andrioli (Editora Kafka), vai marcar os estudos sobre o autor. Andrioli analisa de que forma a obra desse curitibano foi retratada pela imprensa desde o fim dos anos 1960, chegando aos anos 2000 num jogo de fugas e negaceios. Uma arqueologia do silêncio.
Inéditos e nem tanto
Escritor, jornalista e dramaturgo, Manoel Carlos Karam, que morreu em 2007, ainda é pouco conhecido além dos limites do Sul do país. A Editora Kafka, que vem publicando a obra do paranaense, lança Meia dúzia de criaturas gritando no palco, que reúne textos inéditos e esparsos do autor. Na introdução, Roberto Alvim o define como anarquista erudito, dono de uma “dramaturgia da digressão”.
Ciência total
O cientista brasileiro Miguel Nicolelis, autor de Muito além do nosso eu, está lançando com Giselda Laporta Nicolelis o livro O maior de todos os mistérios (Companhia das Letrinhas), feito especialmente para o público juvenil. Com muita clareza e sem abrir mão do humor, eles traduzem os mais recentes avanços da neurociência para os jovens. Em algumas passagens, parece pura ficção científica, como a descrição da comunicação direta entre cérebros e do controle de todos os tipos de máquina apenas com a força do pensamento.
Ficção
A editora Ana Luisa Escorel, autora de estudos sobre design, lança em breve seu segundo livro de ficção, Anel de vidro, que sai pelo selo Ouro sobre Azul. Ela estreou com o delicado O pai, a mãe e a filha.
Ampliado
Um dos estudos pioneiros sobre o novo cenário político brasileiro, Lulismo – Da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira, de Rudá Ricci (Editora Contraponto e Fundação Astrojildo Pereira), ganha a segunda edição. O autor escreveu nova apresentação, em que dialoga com outros estudos e teses sobre o lulismo surgidos desde 2010, além de analisar o sentido do movimento que ganhou as ruas em junho do ano passado. O livro tem novo capítulo, que trata do conceito de fordismo tardio como modelo programático forjado no país nos últimos anos.
Vem aí
Entre os lançamentos da Editora Leya para este ano está História do Brasil em 50 frases, de Jaime Klintowitz. O autor explica o contexto de sentenças como “Morrer se preciso. Matar nunca” e “Independência ou morte”, entre outras. A editora programou para os primeiros meses o volume Entendendo Nietzsche, de Laurence Geane, com ilustrações de Piero. Para quem gosta de tecnologia, vem aí Conecte-se ao que importa – Um manual para a vida digital saudável, de Pedro Burgos.
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A Casa da Palavra também antecipa alguns títulos de 2014. Na ficção, Lua negra sobre Westminster, de Bem Aaronovitch, é sequência da coleção Enigmas. Dois volumes sobre o Rio de Janeiro estão no cronograma dos primeiros lançamentos da editora. O primeiro deles é Rio pitoresco, de César Barreto, com fotos em preto e branco feitas com câmeras de madeira de grande formato. O outro é Rio infravermelho, de Renan Cepeda, que busca os limites da fotografia ao utilizar, além de ângulos surpreendentes e locais inusitados, um filme especial que até 1992 era de uso exclusivo das Forças Armadas.
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Já a Arqueiro, que investe no catálogo de literatura romântica e de aventura, anuncia os lançamentos de janeiro e fevereiro:
A redenção de Gabriel, de Sylvain Reynard; A tentação do pôr do sol, de Lisa Kleypas; e Enfeitiçadas, de Jessica Spotswood. Na seara do suspense, mais um candidato a best-seller de James Paterson: 9º julgamento.
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Dois esperados romances policiais chegam às livrarias no primeiro semestre. A escritora Patrícia Melo volta a seu ambiente literário habitual, desta vez com uma protagonista feminina, em lançamento da Rocco. Outro autor que confirma sua filiação ao gênero é Raphael Montes. Depois do sucesso da estreia com Suicidas, ele anuncia o segundo romance, Dias perfeitos (Companhia das Letras).
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