Jude Law é a única (boa) razão para assistir A recompensa |
Quanto vale o silêncio de um presidiário que preserva seus comparsas? Não tem preço... nem no Mastercard, poderia responder o arrogante Dom Hemingway, personagem que consolida a boa carreira do britânico Jude Law. No longa do diretor americano Richard Shepard, o ator que começou a atuar aos 12 anos e costuma roubar papéis de galãs dos colegas americanos, acredite se quiser, está medonho. Feio e extremamente grosseiro.
Ele é o arrombador de cofres que, depois de amargar 12 anos na cadeia, vê-se livre para, finalmente, cobrar do “mandante” a (merecida) recompensa. Título aliás que o filme ganhou em português. No original é mais justo: Dom Hemingway. Afinal, é ele o único motivo para assistir à comédia despretensiosa – que tem trilha sonora (pop em alto volume) marcante e a também boa participação de Richard E. Grant como Dickie.
Já na primeira cena, quando declara a magnitude de seu órgão sexual, Jude Law diz a que veio (seus nus provocaram burburinho na rede). É ele quem conduz e tempera a trama, que se apoia na sua força dramática e veia cômica. Sim, o ator do incrível deprê/cult Closer – Perto demais (2004) também pode ser muito divertido. E não é exagero dizer que Jude Law correu sérios riscos ao aceitar o papel que lhe cobra cenas um tanto constrangedoras e comportamento absolutamente politicamente incorreto em tempos de patrulhas. Se a trama não chega a ser surpreendente, é a performance arrasadora do britânico que se permitiu ousar e cometeu mais um acerto que vale o ingresso do filme. No fim, a gente vê que o silêncio de Dom é menor que a coragem de Jude Law.
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