Manifestações contra a Copa: herança de junho de 2013 em debate |
A voz das ruas
Perto de completar um ano, as jornadas de junho de 2013 ainda desafiam o entendimento de cientistas políticos, sociólogos, jornalistas e estudiosos da nova forma de comunicação que atravessou os protestos no Brasil e no mundo. Ruas e redes: dinâmicas dos protestosBR, organizado por Regina Helena Alves da Silva, enfrenta o tema com textos dos pesquisadores do Centro de Convergências de Novas Mídias (CCNM), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A coletânea mostra que não é mais possível ignorar, silenciar e tornar invisíveis as novas dinâmicas, os novos instrumentos e atores, como também os renovados lugares de fazer política. “Não é um livro sobre esses movimentos, suas identidades e reivindicações, é um livro sobre a dinâmica, o tempo e as temporalidades que explodiram em um acontecimento aparentemente único na história brasileira”, explicam Regina Helena Alves da Silva e Paula Ziviani na apresentação da obra.
Esfera pública
A Editora Unesp lança esta semana mais um clássico do filósofo alemão Jürgen Habermas (foto), Mudança estrutural na esfera pública. Na obra, o pensador toma como ponto de partida o desenvolvimento da esfera pública na Inglaterra, França e Alemanha do século 17 ao século 20. Habermas examina as condições sociais que levaram à criação de tais espaços nas sociedades modernas, em que pessoas privadas promovem a discussão crítica e racional de questões comuns e se dispõem a assumir que o melhor argumento é a única fonte legítima de validar juízos. Como se vê, uma discussão que se mantém atual. Do mesmo autor, a editora já publicou as obras Sobre a Constituição da Europa, Fé e saber e Teoria e práxis.
Utopia de Darcy
Mais duas obras de Darcy Ribeiro voltam às livrarias em edição da Global. Em Utopia selvagem, o antropólogo e romancista lança mão da liberdade da fábula para desconstruir estereótipos nacionais para reinventar o Brasil centrado na figura do branco, do índio e do negro. Ele defende que nossa maior riqueza é o universo repleto de diferenças: um povo novo, miscigenado, híbrido, aprimorado, pronto para ser a mais bela nação da Terra. O outro livro, Tempos de turbilhão – Relatos do golpe de 64, traz, em seus 19 capítulos, acontecimentos vividos por Darcy Ribeiro, com textos sobre os instantes que antecederam o golpe e escritos que abordam momentos marcantes do desabrochar da ditadura militar no Brasil, além de reflexões sobre a heranças nefasta do período para a sociedade brasileira.
HQ erótico
A coleção de quadrinhos eróticos Safadas, do selo Nemo, está com álbum novo na praça, Encontros. Desta vez são 10 histórias, de diferentes autores e desenhistas, que têm em comum a sensualidade. “Um cruzeiro tão lindo”, de Loustral e Patrick Cauvin, inova ao trabalhar com apenas uma ilustração. Já “O último palanquim”, de Parras e Galliano, mistura erotismo, fantasia e morte. Indicado para adultos.
Museu e literatura
O Museu de Artes e Ofícios é o tema do livro ABC do Museu, de Soraia Vasconcelos, que está sendo lançado pela Miguelim. Os textos fazem referência às peças em exposição no MAO. Para a autora, “museu e literatura são parceiros no processo de educação e construção da cidadania”. As ilustrações foram selecionadas entre os trabalhos feitos por estudantes que participaram do projeto educacional no museu.
Novo português
A Cosac Naify anuncia para o mês que vem o lançamento de A Paixão, de Almeida Faria. Publicado em 1965 e considerado um marco na literatura portuguesa contemporânea, o romance faz parte da Trilogia lusitana e influenciou, entre outros, Raduan Nassar. Dividido em três partes (“Manhã”, “Tarde” e “Noite”), A Paixão se passa numa propriedade rural do Alentejo, Sul de Portugal, numa sexta-feira da Paixão. O livro está em pré-venda no site da editora.
Memória da resistência
A Fundação Maurício Grabois e a Editora Anita Garibaldi estão lançando uma publicação que se destaca entre as obras ligadas aos 50 anos do golpe militar. O Livro negro da ditadura militar é o único volume de denúncia sobre o período que foi escrito, impresso e distribuído na clandestinidade, em 1972, por iniciativa do grupo revolucionário Ação Popular (AP). A obra também vem acompanhada de um livreto com depoimentos daqueles que foram responsáveis pelo trabalho de publicação: Bernardo Joffily, Carlos Azevedo, Divo e Raquel Guisoni, Duarte Pereira, Elifas Andreato, Jô Moraes e Márcio Bueno Ferreira. A edição é em fac-símile, com capa de Elifas Andreato.
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