quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Passo a passo da destruição


Giuliana Miranda


DE SÃO PAULO
SandySandy não é um evento qualquer. Enquanto avançava, a tempestade interagiu com outros fenômenos e mudou de características e de classificação.
Ela nasceu no mar do Caribe, onde virou furacão, um fenômeno que necessita de águas quentes para se formar e avançar. Depois, rumou para o continente, onde deveria ter perdido força pela falta de contato com sua principal fonte de energia, o vapor e a umidade da água do oceano.
Isso, no entanto, não aconteceu desta vez.
"Sandy encontrou o chamado cavado, que é uma região de pressão atmosférica mais baixa. Ela conseguiu extrair energia daí e ganhou força", explica Ernani Nascimento, professor de meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (RS).
Devido à mudança de características, o fenômeno passou a ser classificado como ciclone pós-tropical.
"No leste, onde ainda está mais ou menos sobre o mar, o vento sul ainda leva umidade para o continente", diz Nascimento. Por isso, há muita chuva e inundações severas nessa região.
Mais para dentro do continente, correntes de ar mais frio e a presença de montanhas levam à ocorrência de nevascas. A expectativa agora é que Sandy perca força nas próximas 72 horas.
Como a formação de furacões está diretamente ligada à temperatura dos oceanos, há quem trace um paralelo entre tempestades gigantes como essa e o aquecimento global. A maioria dos climatólogos ainda não bate o martelo nesse sentido.
Porém, sabe-se que, com o aquecimento global e a consequente entrada de mais energia no sistema climático, eventos extremos, como esse, ficam mais frequentes.
Editoria de Arte/Folhapress

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