Confira destaques da mostra, que fecha suas portas neste domingo, dia 9
Mostra focou produções alheias ao sistema da arte e lançou luz sobre artistas que ainda não têm destaque merecido
Em 2008, "Em Vivo Contato" ficou mais conhecida por ser a Bienal do Vazio, que levou à prisão a pichadora Caroline Pivetta.
Já em 2010, a 29ª Bienal foi mais comentada por causa dos urubus, que faziam parte da obra "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, e acabaram banidos da mostra, após reação do público.
Politicamente correta e com uma expografia elegante, "A Iminência" acabou caracterizando-se por iluminar produções que, não necessariamente, foram criadas dentro do sistema da arte.
O caso mais significativo é o do brasileiro Arthur Bispo do Rosário (1909 ou 1911-1989), que viveu por meio século recluso em um hospital psiquiátrico.
Outro mérito dessa Bienal é apresentar obras de artistas já considerados históricos.
Entre eles, estão nomes definitivos como August Sander (1876-1964), um dos pioneiros da fotografia, outros em ascensão, como o israelense Absalon (1964-1993), ou alguns praticamente desconhecidos, como o islandês Sigurdur Gudmundsson, que Olafur Eliasson considera uma de suas grandes influências.
A Bienal atentou ainda para artistas em atividade cuja produção ainda não tem o destaque merecido, como os brasileiros Fernanda Gomes e Odires Mlászho e o americano David Moreno.
Fundação organiza mostra somente de artistas nacionais
'Tradição Contemporânea Brasileira' terá nomes do país participantes das 30 bienais
A exposição "Tradição Contemporânea Brasileira", que tem a curadoria de Paulo Venâncio Filho, vai apresentar um panorama das participações de artistas brasileiros nas 30 edições já realizadas da Bienal, incluindo a que se encerra no próximo domingo.
"No total, mais de 5.000 artistas brasileiros participaram da Bienal. É um número impressionante. Vou fazer uma seleção dentre essas presenças", disse Venâncio Filho àFolha, por telefone, do Rio de Janeiro.
Nas primeiras edições, cerca de 200 brasileiros chegavam a tomar parte de cada Bienal. O recorde ocorreu em 1967, na 9ª edição, em que 451 artistas do país estiveram entre os 1090 selecionados.
O título da mostra de 2013, ainda provisório, foi escolhido a partir do próprio recorte que a história das Bienais sugere: "Eu não vou abordar os movimentos modernistas, como a Semana de 22, mas tudo que aconteceu a partir de 1951, com as rupturas que desembocaram na arte contemporânea", afirma o curador.
Ele conta que vai "priorizar obras expostas durante as Bienais", mas, se não for possível ter acesso a tais trabalhos, irá "escolher outras dos mesmos artistas".
Venâncio Filho foi, recentemente, o responsável pela mostra "Oswaldo Goeldi: Sombria Luz", realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Antes disso, em 2005, ele havia chegado a participar do concurso para ser curador da 27ª Bienal, mas a escolhida foi Lisette Lagnado.
"Tradição Contemporânea Brasileira" está sendo preparada para setembro de 2013, e visa a cumprir o mesmo objetivo buscado pela Fundação Bienal quando realizou, em 2011, "Em Nome dos Artistas". Com a mostra, a instituição ocupou o pavilhão do parque Ibirapuera em um ano em que seu principal evento, a própria Bienal, não ocorre.
Tal orientação tem sido defendida pelo presidente da instituição, Heitor Martins, que deixa o cargo até o início do próximo ano, pois já cumpriu dois mandatos, o limite permitido pelo estatuto.
De certa forma, a nova mostra parece querer compensar as críticas feitas à exposição "Em Nome dos Artistas", realizada a partir da coleção norueguesa Astrup Fearnley.
A mostra de 2011, que teve nomes estelares como Jeff Koons e Damien Hirst, ocorreu quando a Fundação Bienal comemorava seus 60 anos e apresentou artistas e uma coleção que não guardavam qualquer relação com sua história.
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