Sistema sigiloso terá nome e dados do paciente com diagnóstico
O Ministério da Saúde vai tornar obrigatória a notificação de dados sobre pacientes com HIV assim que tiverem a confirmação do diagnóstico.
Hoje, o ministério registra os casos de Aids, ou seja, quando o paciente desenvolveu a doença e está em tratamento. Isso ocorre quando a contagem das células CD4 (que indicam o funcionamento do sistema imune) está abaixo de 350 células/mm3 ou em caso de doença típica associada.
A mudança vem depois de o ministério alterar o critério para o início do tratamento contra a Aids e, assim, ampliar o número de pessoas recebendo antirretrovirais.
Com as novas regras, conforme antecipado pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, a notificação passa a ser independente da contagem de células de defesa.
A medida segue recomendação da Opas (braço da OMS para as Américas), que debateu sistemas de vigilância do HIV em encontro com 24 países no início de novembro.
Segundo Dirceu Greco, diretor do departamento de DST, Aids e hepatites virais do ministério, a ideia é que o governo possa monitorar melhor a epidemia, preparar a rede de hospitais e oferecer o medicamento ao novo grupo incluído recentemente.
Greco garantiu o total sigilo dos dados, que vão incluir nome do paciente e de sua mãe (para evitar dupla contagem), sexo e idade.
Para Mário Scheffer, professor do departamento de medicina preventiva da USP, a medida permitirá a identificação mais rápida e precisa da população vulnerável.
"Hoje, o Brasil olha a epidemia pelo retrovisor. Vamos ter um retrato mais atual do seu andamento." Scheffer, no entanto, pondera que essa é uma decisão tardia. EUA e Canadá já adotaram o sistema.
Ainda não há data para o início da nova notificação.
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