Chefe do cerimonial do governo paulista revela gafes em eventos com autoridades internacionais
De tecido estampado em verde e amarelo, o lençol foi confundido com uma toalha de mesa pelo caseiro do Palácio do Horto Florestal, onde Covas costumava repousar.
O episódio é descrito num livro recém-lançado pela chefe do cerimonial do governo de São Paulo, Claudia Matarazzo, "Gafes no Palácio". Ela diz que nunca contou o episódio a Serra. "Agora ele vai saber pelo livro", conclui.
A obra é uma coletânea de episódios embaraçosos ocorridos desde que ela começou a organizar os eventos do governo estadual, há seis anos.
Em outro capítulo sobre Serra, de quem é amiga, ela diz que pediu demissão na véspera de uma visita do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, após receber e-mails cheios de críticas de Serra.
Claudia Matarazzo conta no livro que um descuido de uma funcionária deixou uma visita da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao Palácio dos Bandeirantes sem registro no livro oficial de visitas do governo estadual.
A calígrafa do palácio escreveu errado o nome da presidente. "Cristina Quiche! Assim mesmo, prima das tortas: quiche lorraine, quiche de queijo...", escreve Claudia.
A assinatura da autoridade visitante no livro é exigida como parte do protocolo, mas o cerimonial dispensou-a dizendo que a calígrafa não havia concluído seu trabalho a tempo. Depois que a presidente argentina foi embora, Claudia cortou com estilete a página comprometedora.
Quando o papa Bento 16 esteve no Brasil, em 2007, o Vaticano avisou que não era de bom tom que as autoridades usassem adereços vermelhos como as vestes do líder religioso. Não adiantou. No dia, Serra e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usaram "gloriosas gravatas vermelhas" ao lado do pontífice.
Antes, o cerimonial do palácio havia passado por outro apuro na mesma visita. Um dos dois veículos abertos trazidos para o papa usar em passeios ao ar livre enguiçou.
Numa operação sigilosa, já que não poderia haver qualquer risco à segurança do veículo e do papa, o governo acionou o dono de uma concessionária da Mercedes-Benz para resolver o problema.
Uma visita do ex-presidente americano George W. Bush é descrita com ares de desespero em alguns momentos, tamanho o aparato de segurança que o acompanhava.
É de bom tom que autoridades visitantes sejam presenteados, e o mimo encomendado pelo governo para Bush foi um chapéu como os de Indiana Jones, produzido no interior do Estado. Não deu certo. Quando os seguranças americanos decidiram inspecionar o presente, cães farejadores babaram sobre o objeto e o estragaram.
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ESCOLTA DO AMOR
Em 1997, o ex-presidente americano Bill Clinton esteve em São Paulo. À noite, quis jantar com a mulher, Hillary. Comemorariam o aniversário de casamento. Exigiu música. Levá-los a um restaurante era inviável. A boate do hotel foi fechada, uma banda foi contratada e os dois tiveram sua noite romântica alheios ao pequeno exército que fazia a segurança na porta.
NA CRACOLÂNDIA
Em visita a São Paulo, a chanceler alemã Angela Merkel ficou mais de três horas presa no trânsito com seu comboio, tentando ir do Aeroporto de Guarulhos até o Palácio dos Bandeirantes. O trânsito deixou a comitiva enlouquecida, especialmente quando a chanceler atravessou a região da Luz e avistou a cracolândia. Ao chegar ao palácio, Merkel reclamou com Serra do que classificou como "falta de organização".
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