Mercado diz bye, bye para quem só fala um idioma
Fluência em uma segunda ou terceira língua pode aumentar os salários em até 52%. Com a alta da procura pelas classes C e D e a aproximação da Copa do Mundo, preços de cursos disparam
Fluência em uma segunda ou terceira língua pode aumentar os salários em até 52%. Com a alta da procura pelas classes C e D e a aproximação da Copa do Mundo, preços de cursos disparam
Marinella Castro
e Carolina Lenoir
e Carolina Lenoir
Estado de Minas: 15/01/2013
Assim que passou no vestibular para engenharia mecânica, Leonardo Mesquita se matriculou em uma escola de idiomas. O inglês se tornou uma ferramenta de peso no currículo do engenheiro. Além de ser pré-requisito em processos seletivos, abriu portas para sua participação em projetos internacionais e para oportunidades em empresas de capital estrangeiro. O investimento dos brasileiros em uma segunda ou até terceira língua tem repercutido nos contracheques, ao mesmo tempo em que esquenta o caixa das escolas de idiomas. Pesquisa da Catho, empresa de recrutamento on-line, mostra que o impacto do inglês no salário de executivos pode ser de até 52% e o espanhol pode elevar o rendimento em até 24,1%.
Além das exigências do mercado de trabalho, o crescimento das classes C e D, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo funcionam como uma mola que impulsiona a demanda pelos cursos de idiomas. O crescimento anual do setor em faturamento chega a 15% e em número de alunos aumenta até 20% anualmente. Pesquisa do Site Mercado Mineiro mostra que este ano a mensalidade em cursos de inglês cresceu em média 13,21%, superior à alta das escolas particulares, que em média aumentaram entre 8% e 12% na capital. Segundo o levantamento, o valor médio da mensalidade de um curso de inglês, que era de R$ 202,08 em julho, passou para R$ 228,78 neste mês.
Segundo levantamento da Catho, em cargos operacionais o inglês engorda o salário em 15% e o espanhol em 7%. Já para cargos mais altos na hierarquia, como os seniores, o impacto do inglês é de 51,37% e para supervisores, de 52%. No caso do espanhol, a alta é de 24,1% e 23,8%, respectivamente. Aos 40 anos, o engenheiro Leonardo Mesquita estuda a língua desde os 18 e diz que o inglês é decisivo no processo seletivo de empresas com capital internacional. Já o espanhol se torna relevante nas corporações com negócios na América Latina. “Em determinadas empresas, o inglês é uma ferramenta de trabalho.” Atento às demandas do mercado, ele não para de estudar e matriculou a filha em uma escola de formação bilíngue, na qual o espanhol é a segunda língua.
A rede mineira de escolas de inglês Number One, que mantém unidades em todo o país e acaba de inaugurar uma filial em Nova York, espera começar o ano com 40 mil alunos dispostos a aprender a língua como estratégia para competir no mercado de trabalho. Segundo a superintendente geral da rede, Thelma Lawton, além da demanda do mercado, os grandes eventos, como a Copa do Mundo, e a demanda das classes C e D impulsionam o mercado de línguas. Ela comemora a abertura de 12 escolas em bairros de classe média e na Região Metropolitana de BH, nos últimos dois anos. “Todas elas superaram com antecedência a meta em número de alunos.”
ADAPTAÇÕES Thelma Lawton diz que nas escolas Number One o curso rápido com 40 horas para atender a Copa do Mundo já responde por 10% dos alunos da rede. A Fundação Fisk, com mais de 1 mil unidades no país e 56 em Minas, também montou curso específico para atender o público da Copa do Mundo. Embalada no crescimento da demanda, este ano a rede vai inaugurar 50 escolas no país.
De olho na internacionalização do mercado de trabalho, Maressa Ribeiro Teodoro, de 19 anos, vai começar a faculdade de turismo neste ano. E ela já está decidida a conseguir um emprego na área. Para isso, Maressa está estudando inglês duas vezes por semana em um curso promovido pelo Senac. “O inglês é importante para conseguir um emprego melhor e ajuda muito a melhorar o salário”, aposta. A gerente de Metodologia e Produtos do Senac, Thaisa Galvão, aponta que a entidade atendeu em todo o estado no ano passado 500 alunos em cursos de inglês e espanhol, aplicados aos serviços. Este ano deve formar outros 600 estudantes que também se preparam para atuar em áreas como meios de transporte e hospedagem, comércio, turismo. “A melhor comunicação com os turistas estrangeiros potencializa os negócios. Esses profissionais têm melhores oportunidades no mercado de trabalho.”
Além das exigências do mercado de trabalho, o crescimento das classes C e D, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo funcionam como uma mola que impulsiona a demanda pelos cursos de idiomas. O crescimento anual do setor em faturamento chega a 15% e em número de alunos aumenta até 20% anualmente. Pesquisa do Site Mercado Mineiro mostra que este ano a mensalidade em cursos de inglês cresceu em média 13,21%, superior à alta das escolas particulares, que em média aumentaram entre 8% e 12% na capital. Segundo o levantamento, o valor médio da mensalidade de um curso de inglês, que era de R$ 202,08 em julho, passou para R$ 228,78 neste mês.
Segundo levantamento da Catho, em cargos operacionais o inglês engorda o salário em 15% e o espanhol em 7%. Já para cargos mais altos na hierarquia, como os seniores, o impacto do inglês é de 51,37% e para supervisores, de 52%. No caso do espanhol, a alta é de 24,1% e 23,8%, respectivamente. Aos 40 anos, o engenheiro Leonardo Mesquita estuda a língua desde os 18 e diz que o inglês é decisivo no processo seletivo de empresas com capital internacional. Já o espanhol se torna relevante nas corporações com negócios na América Latina. “Em determinadas empresas, o inglês é uma ferramenta de trabalho.” Atento às demandas do mercado, ele não para de estudar e matriculou a filha em uma escola de formação bilíngue, na qual o espanhol é a segunda língua.
A rede mineira de escolas de inglês Number One, que mantém unidades em todo o país e acaba de inaugurar uma filial em Nova York, espera começar o ano com 40 mil alunos dispostos a aprender a língua como estratégia para competir no mercado de trabalho. Segundo a superintendente geral da rede, Thelma Lawton, além da demanda do mercado, os grandes eventos, como a Copa do Mundo, e a demanda das classes C e D impulsionam o mercado de línguas. Ela comemora a abertura de 12 escolas em bairros de classe média e na Região Metropolitana de BH, nos últimos dois anos. “Todas elas superaram com antecedência a meta em número de alunos.”
ADAPTAÇÕES Thelma Lawton diz que nas escolas Number One o curso rápido com 40 horas para atender a Copa do Mundo já responde por 10% dos alunos da rede. A Fundação Fisk, com mais de 1 mil unidades no país e 56 em Minas, também montou curso específico para atender o público da Copa do Mundo. Embalada no crescimento da demanda, este ano a rede vai inaugurar 50 escolas no país.
De olho na internacionalização do mercado de trabalho, Maressa Ribeiro Teodoro, de 19 anos, vai começar a faculdade de turismo neste ano. E ela já está decidida a conseguir um emprego na área. Para isso, Maressa está estudando inglês duas vezes por semana em um curso promovido pelo Senac. “O inglês é importante para conseguir um emprego melhor e ajuda muito a melhorar o salário”, aposta. A gerente de Metodologia e Produtos do Senac, Thaisa Galvão, aponta que a entidade atendeu em todo o estado no ano passado 500 alunos em cursos de inglês e espanhol, aplicados aos serviços. Este ano deve formar outros 600 estudantes que também se preparam para atuar em áreas como meios de transporte e hospedagem, comércio, turismo. “A melhor comunicação com os turistas estrangeiros potencializa os negócios. Esses profissionais têm melhores oportunidades no mercado de trabalho.”
Caro, mas indispensável
A relações-públicas Juliana Araújo Silva, de 26 anos, paga atualmente R$ 250 de mensalidade para o filho Pedro Henrique, de 7, aluno do curso de inglês da Wizard unidade Floresta. Pedro faz aulas do idioma há dois anos. “Todos os anos sei que os valores serão aumentados de 3% a 5%. Como é algo esperado, resolvo esse acréscimo de outras formas, como diminuir os gastos com saídas ou negociar descontos com a escola, quando consigo indicar filhos de amigos para serem alunos. Vejo como um gasto necessário, do qual não tenho intenção de abrir mão agora.”
Esse também é o pensamento de Gina Ferreira de Oliveira Rabelo, de 49, que tem seus dois filhos, Mateus, de 21, e Rafaela, de 14, matriculados em cursos de espanhol e inglês nas escolas Aliança Francesa e Number One. Os cerca de R$ 500 mensais investidos com as aulas de línguas, fora os custos com material didático – que chegam a R$ 280 por semestre –, pesam no orçamento, mas são considerados indispensáveis. “Pago por semestre e o que tenho visto são reajustes em torno de 6%. Tudo isso coloco em uma planilha de gastos e planejo sempre que possível. Se tiver que tirar de algum lugar, não vai ser da educação deles.”
Já a família do engenheiro Rodrigo Prado Soares, de 51, e da professora de inglês Denise de Araújo Vecchio, de 47, é beneficiada pelo fato de Denise ter direito a bolsas integrais no Number One, no qual os filhos, Bruno, de 17, e Giovana, de 13, são estudantes. “É o que eu chamo de salário indireto porque o que poupamos com as mensalidades é o suficiente para que não tenhamos de privá-los de outras atividades, como aulas particulares, esportes e lazer. Fica certinho o orçamento, não sobra. Se não fosse assim, teria dificuldade de mantê-los nos cursos de idiomas.” Caso não tivesse direito à bolsa, a professora teria a possibilidade de ensinar o idioma em casa aos filhos, mas isso significaria deixar de receber pelas aulas que poderia dar para outros alunos nesse mesmo tempo. “De qualquer forma, eu acho importante a socialização que a escola oferece, acho esse ambiente essencial.” (CL)
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