terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ainda em cartaz, 'Gonzaga' estreia como microssérie hoje na Globo

FOLHA DE SÃO PAULO

'Xingu', de Cao Hamburger, teve 33 vezes mais público na televisão do que nas salas de cinema
Parceria com emissora ajuda no orçamento de produções; na TV, longas são reeditados e perdem sutilezas
ALBERTO PEREIRA JR.DE SÃO PAULOAinda em exibição em algumas salas de cinema do país -onde já foi visto por 1,5 milhão de pessoas-, "Gonzaga - De Pai pra Filho" pega hoje um atalho e, antes de ser lançado em DVD ou na TV por assinatura, chega à televisão aberta, na Globo.
"Gonzaga sempre foi um cara grande. A TV pode chegar onde não tem cinema", diz o diretor Breno Silveira.
Estreante na televisão, ele, no entanto, reconhece as dificuldades de transferir o longa para a telinha.
"Tive de mexer no material bruto, e quando se mexe é como um castelo de cartas. Na edição se desprezam os silêncios, a paisagem."
Segundo Silveira, a exibição em quatro capítulos na Globo, coprodutora do longa, ajudou a viabilizar o projeto. "Como negar o dinheiro de uma emissora, que de alguma forma vai ajudar o custo. Foram cem locações, 200 personagens", diz, sobre a produção de R$ 12 milhões.
Nos últimos anos, a Globo tem se especializado na transformação de filmes em séries de TV. Em 2011, submeteu "O Bem-Amado" e "Chico Xavier" ao mesmo processo.
A emissora também já realizou o caminho inverso, como em "O Auto da Compadecida", que estreou na TV em 1999, antes de ir ao cinema.
O mesmo deve ocorrer com a recente "O Canto da Sereia" e com "Dercy de Verdade".
"Xingu", de Cao Hamburger, foi exibido em quatro capítulos em dezembro último.
"No cinema, quis explorar a experiência sensorial. Na TV isso não é possível, você está com o controle remoto, tem os intervalos. O ritmo ficou mais acelerado e a edição e a ordem das cenas foram alteradas para criar os ganchos", afirma Hamburger.Mesmo com as mudanças, ele diz que o saldo foi positivo.
Visto por cerca de 392 mil pessoas nos cinemas, "Xingu" teve 14 pontos de média no Painel Nacional do Ibope, o que representa 13,6 milhões de telespectadores por minuto. Cada ponto equivale a 192 mil domicílios.
"Tropa de Elite 2", recordista de público no cinema nacional de todos os tempos, foi visto por 11 milhões de pessoas no cinema.
Claudio Assis, diretor de "Febre do Rato", aplaude a iniciativa da Globo, mas faz ressalvas.
"O público não é burro. Tem que ser respeitado. Não é simplesmente pegar um filme e retalhar como um boi. O projeto tem que ser pensado para esse fim", diz.
NA TV
Gonzaga - De Pai pra Filho
Estreia da microssérie
QUANDO hoje, 23h30
CLASSIFICAÇÃO não informada

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