sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cadeirante off-road - Jairo Marques

folha de são paulo



Feira para pessoas com deficiência traz cadeira de rodas 'off-road'



JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO



Enquanto a Prefeitura de São Paulo exibiu uma cidade acessível e sustentável, e o governo do Estado mostrou um projeto de transporte totalmente inclusivo, a iniciativa privada apostou na realidade urbana; criou, entre outras invenções, uma cadeira de rodas "off-road".
Com suspensão eletrônica inspirada na Ferrari para superar calçadas esburacadas e obstáculos em vias públicas, a cadeira high-tech e outros equipamentos para pessoas com deficiência foram apresentados na Reatech, maior feira de reabilitação do país, aberta ontem na capital.
A "Strix" foi testada em Parati (RJ), cidade histórica conhecida pelas ruas de pedra.
"Quando eu ia para o trabalho [em São José dos Campos, SP], sempre via um cadeirante parado na porta de casa. Perguntei a ele porque não saía e ele respondeu que era impossível devido à qualidade das calçadas. Isso mexeu comigo", disse o engenheiro Breno Horta, um dos três idealizadores do projeto.
Com o sistema eletrônico, a cadeira vai se moldando ao relevo e evita que o cadeirante fique parado no buraco e tenha seu corpo projetado para a frente, caindo no chão.
A "Strix" teve apoio de R$ 1,4 milhão da Finep (Agência Brasileira da Inovação), levou dois anos para ficar pronta e deve estar no mercado até o segundo semestre, com preço equivalente ao de cadeiras importadas, avaliadas de R$ 8 mil a R$ 12 mil.
"Todo cadeirante tem receio ir para a rua com medo de cair em buracos. É uma invenção útil", diz o esportista Evandro Bonocchi, tetraplégico.
Editoria de Arte/Folhapress
CIDADE IDEAL
A prefeitura paulistana levou à Reatech estandes que simulavam uma cidade ideal.
Os custos da instalação de 400 m² não haviam sido fechados até ontem, mas envolveram uma réplica do Masp, de uma área verde, de um rio limpo e de outras estruturas urbanas que estariam preparada a atender a todos os públicos de forma sustentável.
"Sou otimista para fazermos uma cidade assim. Está na hora de uma virada na realidade das pessoas com deficiência", diz a secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marianne Pinotti.
Ela anunciou na feira a criação de uma "central de libras"(língua brasileira de sinais), que deverá ter cerca de 50 postos na cidade.
Por meio da central, uma pessoa surda que fale a língua brasileira de sinais poderá encontrar um intérprete que irá apoiá-lo em atividades pontuais, como registrar um boletim de ocorrência ou marcar uma consulta médica.
O governo de São Paulo está representado na feira com duas estruturas: uma institucional e outra exibindo réplicas de vários meios de transporte públicos que permitem acesso a todos, como vagões de metrô, balsas, ônibus.

Cadeirante off-road

 Ver em tamanho maior »
Zé Carlos Barreta/Folhapress
AnteriorPróxima
Sistema instalado em cadeira de rodas funciona como motor para auxiliar cadeirante em subidas e rampas


ACESSIBILIDADE
Aeroportos de SP terão carro que facilita embarque de cadeirantes
DE SÃO PAULO - Drama recorrente na vida de pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida no Brasil, a falta de estrutura segura de embarque e desembarque em aviões começa a ser amenizada em seis aeroportos regionais de São Paulo a partir de hoje.
Sete ambulifits, carros adaptados com elevador que sobem à altura das aeronaves e facilitam a entrada e saída de cadeirantes ou de qualquer pessoa que tenha dificuldades de usar escadas, vão estar disponíveis em Presidente Prudente, Marília, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba e Bauru.
"Chega de ver pessoas sendo carregadas no colo ou de forma pouco segura. É uma demanda de muitos anos que agora vamos começar a resolver", afirma Linamara Rizzo Battistella, secretaria estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência de São Paulo.
A medida vai custar cerca de R$ 1,5 milhão, bancados pelo governo estadual. O primeiro dos carros adaptados com elevador será entregue hoje no aeroporto de Presidente Prudente (a 558 km da capital). Uma equipe será treinada para operar o equipamento e para atender passageiros cadeirantes.
A Embraer e a Universidade Federal de São Carlos têm um projeto a adaptação de aeronaves para que cadeirantes usem a própria cadeira durante os voos.

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário