sábado, 16 de agosto de 2014

Bossa nossa

Bossa nossa Luiz Melodia lança disco depois de longa pausa. Zerima homenageia a irmã do cantor e compositor e tem forte presença da família. Versátil, CD mistura samba, funk e reggae


Ana Clara Brant
Estado de MInas: 16/08/2014



"A música é o lado A e a família é o lado B. É bacana essa presença deles, mas isso foi ocorrendo naturalmente" - Luiz Melodia, músico

Há 13 anos, Luiz Melodia não lançava um disco. Mas todo esse tempo de espera valeu a pena porque o CD que acaba de chegar às lojas é um dos grandes lançamentos do mercado fonográfico de 2014. Zerima, palavra que batiza o disco, é uma expressão tão forte que praticamente foi incorporada ao nome do cantor e compositor carioca na arte que estampa a capa desse belo trabalho. Zerima é anagrama de Marize, irmã do artista que faleceu há dois anos. “Quis homenageá-la, fiz uma música pra ela e acabou dando nome ao disco”, conta.
O álbum traz repertório com 14 faixas inéditas de canções próprias e apenas três regravações de canções conhecidas do público. “À medida em que a gente vai fazendo shows, os fãs vão cobrando novidades. Já vinha compondo há um tempo e, quando percebi que tinha material para um CD, resolvi fazê-lo . O processo até que foi rápido. Fizemos as bases, mostrei para o arranjador e aí está”, conta.

Zerima é uma das músicas mais bonitas. Destaque também para Caindo de bêbado e Dor de carnaval, com participação da cantora e compositora Céu, e Nova era, samba que exalta a felicidade composto por Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho. A faixa que abre o CD, Cheia de graça, é, já fazendo o trocadilho, uma graça. Moça bonita, composição da esposa de Melodia, Jane Reis; a delicada e instrumental Amusicadonicholas, feita especialmente para o neto de 5 anos, além da participação do filho Mahal, na nova versão de Maracangalha, que se transformou em um funk samba, mostram que o clima familiar está muito presente nesse projeto. “A música é o lado A e a família é o lado B. É bacana essa presença deles, mas isso foi ocorrendo naturalmente”, ele diz.

Luiz Melodia comenta sobre como surgiu a ideia de regravar Maracangalha. O cantor estava em Salvador, na época das comemorações do centenário de Dorival Caymmi, em abril, e teve um insigth. “Já gravei muita coisa dele, mas quis Maracangalha e dei a minha versão com um pouco de funk e rap. Pena ele não estar mais vivo para ouvir”, lamenta.

O artista nascido no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro, nunca gravou um disco atrás do outro. Desta vez, não seria diferente. Em todos os trabalhos, Luiz Melodia sempre procurou fazer o seu melhor e Zerima tem recebido ótimas críticas. “Quis mais uma vez fazer um CD legal em que as pessoas pudessem curtir. Trouxe uma diversidade de sons com samba, funk, reggae. Essa mistura toda a gente está chamando carinhosamente de bossa nossa. O resultado ficou muito interessante”, analisa.

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