Marcos Coimbra
Estado de Minas: 07/11/2012
Ainda no rescaldo das eleições recém-concluídas, a mídia anda cheia de especulações a respeito das próximas.
Deve ser por falta de assunto, uma vez que o julgamento do mensalão não voltou, por enquanto, a ocupar os 100% da atenção dos comentaristas. Sem ele, são obrigados a se dedicar a outros temas.
O “crescimento da candidatura de Eduardo Campos” é um dos prediletos.
Até em revistas internacionais foi pauta. A publicação inglesa The Economist chegou a afirmar que mexia com a sucessão de Dilma, dizendo-o “uma potencial ameaça à reeleição dela” e alguém que embaralharia o panorama da política brasileira nos próximos anos.
Trata-se de opinião que revela duplo desconhecimento. De um lado, do modo de funcionamento de nosso sistema político. De outro, das perspectivas reais da eleição presidencial de 2014.
A tese do “crescimento da candidatura” do governador de Pernambuco deriva de um suposto duvidoso: de que o aumento do número de prefeituras conquistadas pelo PSB seja a expressão de um realinhamento significativo de opiniões e preferências partidárias na sociedade. De que uma parcela expressiva do eleitorado “votou no PSB”.
Nada autoriza a acreditar na hipótese. O PSB entrou na eleição de 2012 pequeno na identificação popular e assim saiu. Aqui e ali, as pessoas votaram em seus candidatos – ou em integrantes de legendas tão irrelevantes quanto o PTC, que “elegeu” o prefeito de São Luís –, sem que isso possa ser considerado reflexo de qualquer mudança em suas simpatias partidárias.
Como partido, o PSB inexistia antes da eleição e continua inexistindo depois dela.
Tampouco faria sentido falar em “crescimento da candidatura” do governador Eduardo Campos como se tivesse havido aumento de sua visibilidade, propiciada pela exposição da campanha. Ele começou o ano quase desconhecido fora de seu estado e o termina da mesma maneira.
Quem acompanhou a eleição em Belo Horizonte, Cuiabá, Porto Velho, Campinas e outras cidades constatou que o “socialismo” dos eleitos foi irrelevante para a vasta maioria dos eleitores. Observou, também, que o fato de um político contar com o endosso de Campos teve pouca influência – ou nenhuma – na decisão de voto.
E alguém acha que a vitória do candidato do governador Cid Gomes em Fortaleza pode ser creditada ao governador de Pernambuco?
Ninguém questiona o direito de Eduardo Campos querer ser, um dia, presidente da República. Nem que tenha méritos para isso.
O que se discute é se a eleição municipal de 2012 mudou a perspectiva concreta de que possa vencer a eleição nacional daqui a dois anos. Nas pesquisas do final do primeiro semestre, tinha 1%. Quanto terá hoje?
Na verdade, quem mais propaga a tese do “crescimento” de sua candidatura não o imagina presidente. O que deseja é vê-lo no papel de vice, um coadjuvante de luxo da oposição ao PT, a ser liderada por Aécio.
Foi o que aconteceu em 2010, quando os comentaristas ligados a elas quase exigiram do mineiro que fosse o vice de Serra e acharam um crime de lesa-pátria que não quisesse sê-lo. Voltam, agora, a fantasiar com o que consideram “chapa dos sonhos”.
O problema, para quem não gosta do PT, é que só o PT tem nomes nacionais bem avaliados para 2014.
Deve ser por falta de assunto, uma vez que o julgamento do mensalão não voltou, por enquanto, a ocupar os 100% da atenção dos comentaristas. Sem ele, são obrigados a se dedicar a outros temas.
O “crescimento da candidatura de Eduardo Campos” é um dos prediletos.
Até em revistas internacionais foi pauta. A publicação inglesa The Economist chegou a afirmar que mexia com a sucessão de Dilma, dizendo-o “uma potencial ameaça à reeleição dela” e alguém que embaralharia o panorama da política brasileira nos próximos anos.
Trata-se de opinião que revela duplo desconhecimento. De um lado, do modo de funcionamento de nosso sistema político. De outro, das perspectivas reais da eleição presidencial de 2014.
A tese do “crescimento da candidatura” do governador de Pernambuco deriva de um suposto duvidoso: de que o aumento do número de prefeituras conquistadas pelo PSB seja a expressão de um realinhamento significativo de opiniões e preferências partidárias na sociedade. De que uma parcela expressiva do eleitorado “votou no PSB”.
Nada autoriza a acreditar na hipótese. O PSB entrou na eleição de 2012 pequeno na identificação popular e assim saiu. Aqui e ali, as pessoas votaram em seus candidatos – ou em integrantes de legendas tão irrelevantes quanto o PTC, que “elegeu” o prefeito de São Luís –, sem que isso possa ser considerado reflexo de qualquer mudança em suas simpatias partidárias.
Como partido, o PSB inexistia antes da eleição e continua inexistindo depois dela.
Tampouco faria sentido falar em “crescimento da candidatura” do governador Eduardo Campos como se tivesse havido aumento de sua visibilidade, propiciada pela exposição da campanha. Ele começou o ano quase desconhecido fora de seu estado e o termina da mesma maneira.
Quem acompanhou a eleição em Belo Horizonte, Cuiabá, Porto Velho, Campinas e outras cidades constatou que o “socialismo” dos eleitos foi irrelevante para a vasta maioria dos eleitores. Observou, também, que o fato de um político contar com o endosso de Campos teve pouca influência – ou nenhuma – na decisão de voto.
E alguém acha que a vitória do candidato do governador Cid Gomes em Fortaleza pode ser creditada ao governador de Pernambuco?
Ninguém questiona o direito de Eduardo Campos querer ser, um dia, presidente da República. Nem que tenha méritos para isso.
O que se discute é se a eleição municipal de 2012 mudou a perspectiva concreta de que possa vencer a eleição nacional daqui a dois anos. Nas pesquisas do final do primeiro semestre, tinha 1%. Quanto terá hoje?
Na verdade, quem mais propaga a tese do “crescimento” de sua candidatura não o imagina presidente. O que deseja é vê-lo no papel de vice, um coadjuvante de luxo da oposição ao PT, a ser liderada por Aécio.
Foi o que aconteceu em 2010, quando os comentaristas ligados a elas quase exigiram do mineiro que fosse o vice de Serra e acharam um crime de lesa-pátria que não quisesse sê-lo. Voltam, agora, a fantasiar com o que consideram “chapa dos sonhos”.
O problema, para quem não gosta do PT, é que só o PT tem nomes nacionais bem avaliados para 2014.
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