quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Betty Millan relança série de diálogos


Em "A Força da Palavra", escritora e psicanalista dá forma a conversas com intelectuais marcadas por empatia
Conjunto de entrevistas é lançado hoje em São Paulo na Folha; reedição inclui inédita com Gilberto Freyre

Eduardo Knapp/Folhapress
A escritora Betty Milan, que relança a compilação de entrevistas "A Força da Palavra"
A escritora Betty Milan, que relança a compilação de entrevistas "A Força da Palavra"
RODRIGO LEVINOEDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Quando viveu em Paris nos anos 1990, Betty Milan lançou mão do acesso a intelectuais, como o Nobel de Literatura mexicano Octavio Paz (1914-1998) e o filósofo francês Jacques Derrida (1930-2004), para entrevistá-los para publicações brasileiras.
A compilação, lançada em 1996 sob o nome "A Força da Palavra", reuniu filósofos (como Michel Serres), poetas (como Édouard Glissant), romancistas e ensaístas (como Gao Xingjian), psicanalistas (como Catherine Millot) e um tradutor (Gregory Rabassa).
O livro, que será relançado hoje em São Paulo no auditório da Folha, retorna às livrarias encorpado por outras 11 entrevistas colhidas até 2004.
A exceção cronológica é um dos pontos altos da coletânea: o diálogo sobre a cultura do brincar com Gilberto Freyre (1900-1987), de 1984, e só agora publicado.
Desobrigada de confrontos, Betty dá vazão a conversas francas notadamente marcadas por empatia e curiosidade intelectual.
"Aprendi muito com o trabalho e pude difundir a cultura francesa no Brasil, cultura que adotei por mais de uma razão, e, particularmente, porque privilegia a amizade", diz a autora de "O Papagaio e o Doutor" (1991) e "O Amante Brasileiro" (2003).
A justificativa para uma reedição são as entrevistas por si, já que se esquivam do datado. "O que Octavio Paz diz sobre o amor, por exemplo, é e será fundamental. Para ele, o amor é uma aposta extravagante na liberdade. Existe definição melhor do sentimento amoroso?", explica ela.
No livro, o poeta revela a admiração por Carlos Drummond e Manuel Bandeira.
A entrevistadora diz gostar particularmente da conversa com a escritora francesa de origem russa Nathalie Sarraute (1900-1999). "Foi uma grande resistente na vida e na literatura. Recusou-se a usar a estrela amarela obrigatória para os judeus durante o nazismo."
A FORÇA DA PALAVRA
LANÇAMENTO hoje, às 19h30; inscrições: eventofolha@grupofolha.com.br e pelo tel. 0/xx/11/3224-3473, entre 13h e 19h; grátis
ONDE auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar)
QUANTO R$ 54,90 (404 págs., Editora Record)

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