André Caramante ficou três meses no exterior com sua família
O jornalista sofreu ameaças após publicar reportagem, em 14 de julho último, sob o título "Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook".
O texto afirmava que Paulo Telhada, coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo e então candidato a vereador pelo PSDB, usava a sua página no Facebook para relatar supostos confrontos com civis, chamados de "vagabundos".
Após a reportagem, o ex-chefe do grupamento de ações ostensivas da PM paulista escreveu na rede social que Caramante era "notório defensor de bandidos".
Seguidores do vereador, que foi eleito com a quinta maior votação em São Paulo, passaram a dirigir ameaças ao jornalista.
Os advogados do jornal ingressaram com representação para que as ameaças fossem investigadas. Em setembro, Caramante deixou o Brasil com a família, em decisão tomada em conjunto com a Folha. Seu retorno também foi acertado de comum acordo com o jornal.
Durante o período em que esteve no exterior, o repórter continuou trabalhando naFolha, onde permaneceu na cobertura de assuntos da área da segurança pública.
Em outubro, o governador Geraldo Alckmin ofereceu ao repórter ingresso no programa de proteção a testemunhas. A proposta não foi aceita pelo jornalista, porque as especificidades do programa impediriam que ele continuasse a exercer seu ofício.
O governo estadual informou haver determinado a instauração de um inquérito policial militar.
Caramante recebeu manifestações de solidariedade de entidades de jornalistas e de organizações não-governamentais.
OUTRO LADO
Paulo Telhada nega ter ameaçado o jornalista.
"Isso é uma grande mentira. Em momento algum eu o ameacei." O vereador eleito diz que, "de dez textos publicados, nove não são meus, são falsos".
Telhada diz ter pedido manifestações de desagravo porque Caramante invadiu sua vida privada, ao afirmar que ele usava o Facebook "para exibir imagens em que aparece de sunga, ao lado da mulher, na praia".
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