Em novo trabalho, Paulo Levy cria simulacro da festa literária de Paraty ao narrar o assassinato de autora best-seller
Trama é a segunda aventura do delegado Dornelas, devorador de música clássica, mingau e chocolate
Na imaginação do escritor Paulo Levy, o mais importante festival literário brasileiro se tornou palco de um crime que surpreendeu todo o país.
Desvendar esse mistério, e os demais que se seguirão a ele, é a intrincada missão do delegado Joaquim Dornelas em sua segunda aventura, o romance "Morte na Flip".
Afinal, quase nada é o que parece nos romances policiais. "Morte na Flip", como bom exemplar do gênero, está repleto de pistas falsas.
A começar pelo título. Embora seja uma referência explícita à Festa Literária Internacional de Paraty, que comemorou sua décima edição em julho, a Flip da trama ocorre na litorânea e fluminense (só que fictícia) Palmyra.
Levy, 45, nasceu em São Paulo, mas desde a infância visita Paraty com regularidade. Ao estrear no gênero policial com "Réquiem para um Assassino", em 2011, buscou na cidade a inspiração para ambientar suas tramas.
"Preferi inventar um nome de cidade para não me tornar refém da realidade. Palmyra é Paraty, mas ao mesmo tempo mantém uma distância que me permite criar ", diz.
O mesmo jogo entre verdade e aparência podemos encontrar no herói da história. O respeitado, rígido e por vezes temido Dornelas é um pai amoroso e policial compreensivo. Adora música clássica. Não abre mão de seu mingau e, entre uma investigação e outra, se delicia ao saborear escondido barras de chocolate.
"Quis fazer um personagem real, complexo, com estofo, com conflitos reais."
Para 2013, Levy prepara um novo livro com Dornelas e almeja levar o personagem ao cinema. Embora satisfeito com sua Palmyra, também ficaria feliz em participar da Flip de Paraty. Sem mortes, de preferência.
MORTE NA FLIP
AUTOR Paulo Levy
EDITORA Bússola
QUANTO R$ 36,90 (272 págs.)
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