sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A reconquista da América

FOLHA DE SÃO PAULO

Com 12 indicações ao Oscar 2013, "Lincoln", de Steven Spielberg, é o favorito ao prêmio, dominado por grandes sagas dos Estados Unidos
FERNANDA EZABELLADE LOS ANGELESRODRIGO SALEMDE SÃO PAULOAs grandes sagas americanas voltam a brilhar no principal prêmio da indústria de Hollywood, após dois anos dominado por uma comédia francesa ("O Artista") e um monarca britânico ("O Discurso do Rei").
Quem lidera a lista dos indicados à 85ª edição do Oscar, anunciados ontem, em Los Angeles, é "Lincoln", drama histórico de Steven Spielberg sobre um dos presidentes mais queridos dos EUA.
O longa,que estreia no Brasil em 25 de janeiro, concorre em 12 categorias, incluindo melhor filme, diretor e ator (para Daniel Day-Lewis).
Esta é a sétima indicação de Spielberg na categoria de direção, vencida por ele pela última vez em 1999 por "O Resgate do Soldado Ryan".
Outras duas produções históricas com raízes nacionalistas também estão entre os maiores indicados.
"Argo", de Ben Affleck, e "A Hora Mais Escura", de Kathryn Bigelow, dois contos de espionagem orquestrados pela CIA, vão disputar em sete e cinco categorias, respectivamente -seus cineastas, surpreendentemente, ficaram de fora da lista de melhor diretor.
A categoria foi a que causou maior burburinho em Hollywood. Michael Haneke ("Amor"), Benh Zeitlin ("Indomável Sonhadora") e David O. Russell ("O Lado Bom da Vida") não foram indicados ao prêmio do Sindicato dos Diretores, considerado o maior termômetro da disputa, mas estarão na festa do Oscar em 24 de fevereiro.
A comédia dramática de Russell, produzida pelos irmãos Weinstein ("Shakespeare Apaixonado"), que costumam causar grandes surpresas no Oscar, é o primeiro trabalho desde "Reds" (1981) a ser indicado a melhor filme, diretor, roteiro e todas categorias de atuação.
Apesar de um ano repleto de personagens fortes americanos, os 6 mil membros da Academia deram destaque a outro conto francês: "Amor", do austríaco Michael Haneke.
O longa, que estreia no Brasil em 18 de janeiro, é uma coprodução entre França, Alemanha e Áustria (competindo por esse último) e ganhou cinco indicações -filme, diretor, atriz (Emmanuelle Riva), roteiro e filme estrangeiro.
"A última vez em que Alemanha e Áustria se uniram para produzir alguma coisa deu em Hitler, mas desta vez é bem melhor, eu recomendo", brincou o apresentador Seth MacFarlane, diretor da comédia "Ted" (indicado para melhor canção) e anfitrião da cerimônia do Oscar.
Mas "Amor", sobre um casal octogenário de professores de música aposentados, só entra como favorito na categoria de filme estrangeiro.
Ele disputa com o chileno "No" (coproduzido pelo brasileiro Daniel Dreifuss), o norueguês "Kon-Tiki" (também pertencente aos Weinstein), o canadense "A Feiticeira da Guerra" e o dinamarquês "O Amante da Rainha".
Já na categoria de melhor atriz, a francesa Emmanuelle Riva, que fará 86 anos no dia da entrega do Oscar, é a atriz mais velha a ser indicada. Por coincidência, disputará com a mais nova da história: a americana Quvenzhané Wallis, nove anos, protagonista de "Indomável Sonhadora".
Mas as duas não devem chegar como favoritas. Essa responsabilidade está sobre os ombros de Jessica Chastain ("A Hora Mais Escura") e Jennifer Lawrence ("O Lado Bom da Vida")
Quem ganhou força nas últimas semanas foi o épico dramático em 3D "As Aventuras de Pi", de Ang Lee. O longa rendeu US$ 400 milhões (R$ 800 milhões) no mundo e acabou lembrado em 11 categorias, o segundo maior indicado ao Oscar 2013.

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