terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Eliane Catanhêde

FOLHA DE SÃO PAULO

Dilmistas? Que dilmistas?
BRASÍLIA - Todo dia, toda hora, surgem uma nota, um comentário e até reportagens sobre as relações entre Lula e Dilma, que devem se encontrar nesta sexta, em São Paulo.
Todos vão na mesma direção: o criador anda "preocupado" com sua criatura, depois de receber uma ladainha de reclamações sobre o estilo um tanto brusco, o excesso de centralização e as coisas que empacam no governo, a começar do próprio crescimento econômico.
Entre os que reclamam estão, além de empresários e aliados, os petistas e até ministros, que pedem a Lula que "faça alguma coisa". Equivale a dizer: dê ordem de comando. E Lula está convencido de que precisa intervir, para salvar o legado e garantir a vitória do PT em 2014.
O que não cabe é a versão de "lulistas" x "dilmistas". Quem é dilmista? Só o Pimentel (Desenvolvimento).
Pouco importa que tendências integrem o partido, as cúpulas do PT de ontem, de hoje e do futuro são todas lulistas, desde os mensaleiros liderados por José Dirceu até a turma do atual presidente, Rui Falcão.
Os próprios ministros petistas estão mais para Lula, a quem visitam e reverenciam. O melhor exemplo é Gilberto Carvalho, pau para toda obra e deixado no Planalto por Lula para ser seus olhos e ouvidos.
Paulo Bernardo (Comunicações) é dilmista? Gleisi Hoffmann (Casa Civil), mesmo com toda a sua lealdade a Dilma, pode ser chamada de dilmista? Alexandre Padilha (Saúde)?
Como Ideli Salvatti não conta, talvez os menos lulistas -ou melhor, mais dilmistas- sejam José Eduardo Cardozo (Justiça), Marta Suplicy (Cultura) e Aloizio Mercadante (Educação), que praticamente ficaram ao relento na era Lula e ganharam seu lugar ao sol com Dilma.
Mas Cardozo e Marta são independentes por índole e Mercadante sonha com o Palácio dos Bandeirantes. Adivinhe quem vai definir o candidato: Lula ou Dilma?
Logo, muita gente pode até estar com Dilma, mas o PT é Lula.

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