sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Posseiros têm que desocupar área indígena no interior de MT até hoje

FOLHA DE SÃO PAULO

Terra em Posto da Mata foi reconhecida como xavante em 2012
DANIEL CARVALHODE SÃO PAULOPosseiros do distrito de Posto da Mata (MT), principal foco de resistência à operação de retirada de não índios da terra indígena Marãiwatsédé, têm até hoje para deixar o local.
Diante do ultimato da Justiça Federal, muitos estão desmontando casas e carregando caminhões para saírem da localidade, em Alto Boa Vista, nordeste de Mato Grosso.
O distrito era o principal foco de tensão até a semana passada, quando forças federais de segurança tomaram o posto de combustível que serviu de base de resistência dos posseiros durante um mês.
"Não tem mais resistência", disse o novo prefeito de Alto Boa Vista, Leuzipe Gonçalves (PMDB). A prefeitura está alojando em um ginásio quem não tem para onde ir.
A área, que está sendo desocupada, tem 165 mil hectares e foi reconhecida em novembro passado como terra indígena xavante.
Posseiros ocupam o local desde 1992. A terra indígena foi homologada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
A comerciante Juliana Mesquita, 21, afirmou que a maioria das famílias está saindo do local. Mas ainda há quem acredite em uma reviravolta judicial que garanta a permanência na área.
O governo federal informou que quem não sair da área indígena até o fim do dia terá os bens confiscados, pode ser preso e responder pelo crime de desobediência.
Famílias que têm perfil para reforma agrária estão sendo levadas para assentamentos em cidades vizinhas.
No último domingo, policiais federais e da Força Nacional de Segurança Pública tomaram Posto da Mata.
A Funai (Fundação Nacional do Índio) disse que a ocupação foi pacífica, mas moradores relataram à Folha que os policiais detonaram bombas de efeito moral.

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