AnáliseJOHN L. ALLEN JR.ESPECIAL PARA O “NATIONAL CATHOLIC REPORTER”Fazer campanha aberta para o papado não é apenas tabu -geralmente é fatal. A maioria dos cardeais pensa que, se alguém ambiciona realmente o cargo, é porque não faz ideia do que ele exige.
Por outro lado, às vezes as circunstâncias se alinham para empurrar alguém sob os holofotes, gerando a oportunidade de reforçar ou reduzir suas perspectivas eleitorais.
Hoje, um desses "papabili" (possíveis candidatos a se tornarem o próximo papa) sobe ao palco: o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, 70 anos, estudioso bíblico, ensaísta e onívoro intelectual.
Entre a noite de domingo e a manhã do sábado, Ravasi fará as pregações dos exercícios espirituais da Quaresma na Cúria Romana -um retiro anual durante o qual o Vaticano "fecha para balanço".
Ravasi é filho de um funcionário antifascista da Receita que passou 18 meses afastado de seu filho pequeno depois de desertar do Exército na Segunda Guerra.
Enquanto trabalhava sobre seu doutorado no Pontifício Instituto Bíblico, passou tempo em escavações arqueológicas na Turquia, no Iraque, na Síria e na Jordânia; depois dirigiu a prestigiosa Biblioteca Ambrosiana de Milão.
Sua tendência a alusões literárias é famosa; raramente conversa por mais de cinco minutos sem citar fontes como santo Agostinho, Isaac Newton, Vladimir Nabokov e a liturgia ortodoxa russa.
Não obstante sua erudição prodigiosa, Ravasi possui o dom de comunicar-se com o público. Em Roma, na noite de sexta-feira, ele teceu algumas reflexões sobre Albert Camus na Igreja de Gesù, jesuíta, onde a multidão transbordou para fora do recinto.
Definiu-se que Ravasi comandaria o retiro muito antes de Bento 16 ter anunciado sua renúncia. Mas o timing significa que agora ele tem a rara oportunidade de causar uma impressão final sobre os outros cardeais, que serão eleitores decisivos no conclave.
Presidente do Pontifício Conselho de Cultura do Vaticano, Ravasi pode ou não ser um candidato sério ao papado, mas não há dúvida de que é uma das personalidades mais intrigantes que vão entrar na Capela Sistina.
JOHN L. ALLEN JR. é autor de sete livros sobre a Igreja Católica
Por outro lado, às vezes as circunstâncias se alinham para empurrar alguém sob os holofotes, gerando a oportunidade de reforçar ou reduzir suas perspectivas eleitorais.
Hoje, um desses "papabili" (possíveis candidatos a se tornarem o próximo papa) sobe ao palco: o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, 70 anos, estudioso bíblico, ensaísta e onívoro intelectual.
Entre a noite de domingo e a manhã do sábado, Ravasi fará as pregações dos exercícios espirituais da Quaresma na Cúria Romana -um retiro anual durante o qual o Vaticano "fecha para balanço".
Ravasi é filho de um funcionário antifascista da Receita que passou 18 meses afastado de seu filho pequeno depois de desertar do Exército na Segunda Guerra.
Enquanto trabalhava sobre seu doutorado no Pontifício Instituto Bíblico, passou tempo em escavações arqueológicas na Turquia, no Iraque, na Síria e na Jordânia; depois dirigiu a prestigiosa Biblioteca Ambrosiana de Milão.
Sua tendência a alusões literárias é famosa; raramente conversa por mais de cinco minutos sem citar fontes como santo Agostinho, Isaac Newton, Vladimir Nabokov e a liturgia ortodoxa russa.
Não obstante sua erudição prodigiosa, Ravasi possui o dom de comunicar-se com o público. Em Roma, na noite de sexta-feira, ele teceu algumas reflexões sobre Albert Camus na Igreja de Gesù, jesuíta, onde a multidão transbordou para fora do recinto.
Definiu-se que Ravasi comandaria o retiro muito antes de Bento 16 ter anunciado sua renúncia. Mas o timing significa que agora ele tem a rara oportunidade de causar uma impressão final sobre os outros cardeais, que serão eleitores decisivos no conclave.
Presidente do Pontifício Conselho de Cultura do Vaticano, Ravasi pode ou não ser um candidato sério ao papado, mas não há dúvida de que é uma das personalidades mais intrigantes que vão entrar na Capela Sistina.
JOHN L. ALLEN JR. é autor de sete livros sobre a Igreja Católica
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